Como diz meu amigo Barney Stintson "New is always
better". O novo é sempre melhor. E, meus queridos, como é bom ver algo bom
sempre melhorando. É claro que eu estou falando de Stephen King.
King se supera mais uma vez com uma história que foge
um pouco dos padrões dele mesmo, mas que não deixa de instigar o leitor a virar
uma página atrás da outra.
Esqueçamos seres sobrenaturais, seres de outros
mundos, esqueçamos vilões super temidos e contemplemos, óh, meus caros, o
assunto dos assuntos.
Quem nunca sonhou em um dia poder voltar algumas
páginas do seu próprio livro, apagá-las e reescrevê-las? Quem nunca disse, nem
que seja uma única vez na vida, "Ah, se eu pudesse voltar no tempo e fazer
tudo diferente"? Pois o nosso Grand Master Genius dá esse poder ao nosso
personagem principal, Jake Epping.
Al Templeton é dono da lanchonete que vende o
sanduíche de carne mais barato da cidade. Isso porque ele compra a carne a
preço de centavos em 1958. Al tem na despensa de sua lanchonete uma espécie de
portal que o leva para o passado.
Então... ele tem uma ideia. Porém, seus planos são
fatiados ao meio quando, no passado, em 1962, ele descobre que tem câncer. Ele
volta para o presente e percebe que jamais conseguirá fazer o que tinha em
mente. Então, recruta o seu amigo Jake Epping, amizade essa de mais de dez
anos. Sua missão: voltar por aquele portal, viver até 1963 e impedir o
assassinato de John Kennedy. E quando ele voltasse, teria passado apenas dois
minutos.
Ele aceita a proposta. Mas, pergunte-se sempre:
"Devemos mudar o passado?"; "O passado quer ser alterado?".
Jake descobre as respostas para essas perguntas da pior maneira que podia.
Nem toda a história do King está voltada para a busca
incessante de Jake a Harvey Lee Oswald, o assassino de JFK. Nem sempre Lee
morou nos Estados Unidos, então enquanto Jake não o perseguia, estamos lendo a
enrolação característica do King, quando Jake precisa se misturar aos cidadãos,
arruma um emprego, se dá bem com os alunos e começa a se relacionar com a nova
secretária da biblioteca.
Porém, meus queridos, quando estamos correndo atrás de
Lee, se prepare para não largar o livro. A história é mais complexa do que
parece. O livro traz muitas informações que não cabem aqui; informações
fictícias, sobre o portal, por exemplo e informações (ao meu ponto de vista)
reais, tanto sobre Kennedy como quanto a Lee Oswald. Sem contar que a trama
desenvolvida entre o passado e o presente é simplesmente fantástica.
Deixemos que o caro leitor descubra então: Jake evitou
ou não evitou o assassinato de John Kennedy? Você acha que uma alteração
drástica dessa no passado pode acarretar consequências drásticas no futuro? O
que o novo futuro vai reservar para Jake caso ele consiga impedir o
assassinato?
Só digo uma coisa: leiam essa obra-prima, meus
queridos!! De seus livros novos, tenho a sensação de que esse é o qual a
linguagem mais se aproxima da dos livros antigos. Pois, em comparação à
trilogia Mr. Mercedes (na verdade,
não há nem comparação). A história é bem rica em detalhes, King não poupa
sangue quando precisa, mas dessa vez não podemos ver tantas referências quanto
estamos acostumados. Apesar da facilidade em ler, acredito que esse livro não
foi destinado a um público-alvo muito jovem, dado o seu conteúdo histórico.
Creio que ele fascinará muito mais a quem já tenha uma bagagem sobre o ocorrido
em 1963.
Obs.: Quer ficar com mais curiosidade ainda? Observe a capa
e a contracapa. Na frente, temos a informação verídica de 1963, uma manchete
anunciando o assassinato de JFK e a posse de LBJ. Atrás, vemos um jornal
anunciando a tentativa de assassinato ao presidente, mas que ele e a esposa
passam bem. O que, no meu caso, me instigou e muito a leitura.
Título: Novembro de 63 (11/22/63)
Autor: Stephen King
Editora: Suma de Letras
Páginas: 728
Ano: 2013