Fala galera, hoje estou aqui com mais uma entrevista. Dessa vez com a Cara Hunter, autora do livro
Onde está Daisy Mason? que você pode acompanhar a resenha
clicando aqui. Assim como da última vez, trouxe tanto a entrevista traduzida, como a original, confiram.
1 - Olá Ms. Hunter, tudo bem? Poderia começar a entrevista se apresentando para os seus leitores?
R - Eu escrevo livros sobre crimes que se passam em Oxford, que giram em torno do Detetive Inspetor Adam Fawley e seu time. Eu já escrevi 5 livros até agora e eles foram publicados em 25 países diferentes ao redor do mundo. Eu moro em Oxford com o meu marido (Muito próximo do local onde se passa o livro “Onde Está Daisy Mason?”) e eu tenho dois gatos.
2 - Quais foram as suas inspirações para se tornar escritora?
R - Eu sempre amei ler, desde quando eu tinha 3 anos. Eu estudei inglês na Universidade de Oxford, então eu entendo bastante como os livros são construídos e sobre o desenvolvimento dos personagens. Eu também sou grande fã de crimes, tanto em livros como nas telas. De Agatha Christie até Law & Order e Line of Duty, o qual tem sido um grande sucesso na TV no Reino Unido. Eles sempre dizem que você deve escrever o tipo de livro que você gostaria de ler, isso certamente é verdade no meu caso.
3 - E quando você decidiu começar a escrever livros de Thriller? Tem algum autor favorito do gênero?
R - Acho que eu sempre soube que se me tornasse uma autora eu escreveria sobre mistério de alguma forma. Acho que todos os seres humanos são atraídos por mistérios - nós queremos saber “o que aconteceu”. Basicamente, nós somos bem enxeridos. E sobre meus favoritos, eu tenho muitos! Ruth Rendell, Shari Lapena, Minette Walters, Nicci French, Ian Rankin….
4 - Se pudéssemos, só veríamos esses casos de crimes em livros e séries, mas infelizmente eles acontecem bastante na vida real. Ainda assim, acredito que querendo ou não, para escritores do gênero, alguns casos possam acabar dando alguma ideia para algum livro. Isso já aconteceu com você? Alguma situação da vida real já lhe deu inspiração para algum livro?
R - Vários dos meus livros têm crimes reais como ponto de partida. Meu segundo livro, In the Dark, surgiu do caso horrível do Josef Fritzl na Áustria, e o terceiro, No Way Out, foi inspirado por um caso no Reino Unido, onde um pai matou sua família e colocou fogo na casa. Apesar de casos assim serem um “gatilho”: O livro final sempre segue seu próprio caminho e se torna uma história totalmente diferente.
5 - Uma das coisas que chamaram mais atenção no seu livro é como você usa elementos da atualidade como as redes sociais. Desse jeito podemos ver a reação da mídia e das pessoas em casos como esse. Você acha que às vezes as redes sociais, podem interferir mais de forma negativa do que ajudar em uma investigação e no julgamento das pessoas?
R - Você está certo quando diz que as redes sociais têm um grande impacto nas investigações policiais esses dias. As vezes é positiva, porque podem ajudar a encontrar novas evidências e testemunhas. Mas, definitivamente existe um lado ruim, não apenas para a polícia, mas também para aqueles próximos das vítimas, ou para qualquer um identificado como um suspeito em potencial pelo “grupo do ódio” no Twitter. Isso pode ter consequências sérias na investigação e causar um dano irreparável para as pessoas envolvidas, como eu tentei mostrar em “Onde Está Daisy Mason?”.
6 - Outra coisa interessante é que as pessoas muitas vezes acham que uma investigação é algo parecido com as séries do CSI. Apesar de ser uma ótima série, sabemos que não é assim que funciona. Seu livro mostra um lado mais real da investigação. Então, poderia nos contar um pouco mais sobre o processo de pesquisa para escrever esses livros?
R - Eu tenho um time de pessoas que me aconselham: um detetive policial, um investigador CSI, um advogado, e outros especialistas em áreas especiais, como investigador de áreas de incêndio. Eu aprendi muito com eles. Eles leem o primeiro rascunho do livro e, às vezes, eu converso com eles sobre alguma ideia antes de eu começar a escrever, para checar se faz sentido da perspectiva de um investigador. Isso é extremamente importante na parte forense, já que eu não posso perder muito tempo desenvolvendo uma história que um CSI experiente poderia resolver em alguns minutos!
7 - O livro também fala muito em relação ao bullying e a negligência com os filhos, dois assuntos bem relevantes. Você escolhe esses temas antes de escrever, ou eles surgem no momento que a escrita vai se desenrolando?
R - Eu não selecionei esses temas de antemão, eles surgiram com a história. Particularmente me interesso por crimes domésticos - o tipo de crime que acontece quando familiares ou relacionamentos se rompem, e as pessoas se encontram em situações impossíveis. Infelizmente, as crianças geralmente são as verdadeiras vítimas em situações como essa.
8 - Já sabemos também que o livro da Daisy já tem uma adaptação garantida, certamente eu estou bem curioso para ver esse livro ganhando vida nas telas. O que você pode nos contar sobre a adaptação?
R - É muito empolgante! Nós estamos no meio do processo atualmente, então nada está definido ainda, mas nós temos um roteirista muito bom e um time de produção bem entusiasmado, então eu estou bem esperançosa.
9 - Sempre gosto de perguntar aos autores sobre spoilers dos próximos lançamentos. Mas dessa vez vai ser um pouco diferente, porque aqui no Brasil, "Onde Está Daisy Mason?" foi seu primeiro lançamento, mas você já escreveu vários livros, inclusive com um lançado recentemente. Então, gostaria de saber duas coisas… Primeiro se você já tem um novo livro em mente e segundo se os leitores brasileiros podem esperar por outros livros seus por aqui?
R - Já foram lançados 5 livros no Reino Unido, e eu acabei de finalizar o primeiro rascunho do sexto! Eu espero muito ver todos eles no Brasil!
10 - Para finalizar, poderia deixar uma mensagem para seus leitores aqui do Brasil?
R - Acho que minha editora Trama fez um trabalho excepcional com o livro no Brasil, e eu especialmente gosto do design da capa - acho que é a minha favorita de todas as edições pelo mundo (só não conta para as outras editoras! 😉). Eu estou tão impressionada com a resposta dos leitores brasileiros! Eu vejo as fotos do livro no Instagram o tempo todo e isso me deixa muito feliz! Então a minha mensagem para os meus leitores no Brasil é um grande OBRIGADO! 🤗
Entrevista Original
1 - Hi Mrs. Hunter, how are you? Could you begin the interview by introducing yourself to your readers?
R - I write crime books set in Oxford, which centre on Detective Inspector Adam Fawley and his team. I’ve written five now and they’ve been published in 25 different countries across the world. I live in Oxford with my husband (very near to where Close to Home takes place) and I have two cats.
2 - What were your inspirations to become a writer?
R - I have always loved to read, ever since I was three years old. I studied English at Oxford University, so I learned a lot about how books are put together and characters are developed. I am also a huge fan of crime, both in books and on screen. From Agatha Christie to Law & Order and Line of Duty, which has been a huge hit on TV in the UK. They always say that you should write the sort of book you like to read yourself, and that’s certainly true in my case
3 - And when did you decide to start writing thriller books? Do you have a favorite author of the genre?
R - I think I always knew that if I became a writer then it would be mysteries of some sort, whether crime or some other sort of thriller. I think all human beings are drawn to mysteries – we want to ‘know what happened’. We are basically very nosey! As for my favourites, I have many! Ruth Rendell, Shari Lapena, Minette Walters, Nicci French, Ian Rankin….
4 - If we could, we would only see these cases of crimes in books and series, but unfortunately they happen a lot in real life. Still, I believe that liking or not, for thriller writers, some cases may end up giving some ideas for a book. Has this ever happened to you? Has any real life situation ever inspired you?
R - Several of my books have had a real-life case as their starting point. My second, In the Dark, sprang from the horrific Josef Fritzl case in Austria, and the third, No Way Out, was inspired by a case in the UK, where a father killed his family and set fire to their home. Though cases like this are only a ‘trigger’: the final book always goes in its own direction and becomes a completely different story
5 - One of the things that caught my attention in your book it's how you use current elements such as social networks. That way we can see how the media and people react in cases like this. Do you think that sometimes social networks can interfere more in a negative way than helping in an investigation and in the judgement of people?
R - You’re right that social media have a big impact on police investigations these days. Sometimes it’s positive, because it can help find new evidence or witnesses. But there’s definitely a negative side, not just for the police but for anyone close to the victim, or anyone identified as a potential suspect by the ‘hate mob’ on Twitter. That can seriously damage an investigation, and cause irreparable harm to the people concerned, as I’ve tried to show in Close to Home.
6 - Another interesting thing it’s that people often think that a real investigation is something like CSI (The series). Despite being a great series, we know things don’t work like that. Your book shows a more real side of the investigation. So, could you tell us a little more about your research process for writing your books?
R - I have a team of people who advise me: a police detective, a CSI investigator, a lawyer, a doctor, and other experts in special areas like fire scene investigation. I’ve learned a huge amount from them. They read the books at the first draft stage, and sometimes I talk an idea through with them before I start work, to check if it makes sese from an investigatory perspective. This is especially important with forensics, since I can’t afford to spend too much time developing a story that an experienced CSI could solve in a few minutes!
7 - The book also talks about bullying and neglect of children, two relevant issues. Do you choose these themes before writing, or do they appear at the moment the writing is on going?
R - I didn’t select those themes beforehand, they emerged from the story. I’m particularly interested in domestic crime – the sort of crime that results when families or relationships break down, and people find themselves in impossible situations. Unfortunately, children are often the real victims in situations like that.
8 - We also know that Daisy’s book already has a guaranteed adaptation, I'm certainly very curious to see this book come to life on the screens. What can you tell us about the adaptation?
R - It’s very exciting! We are in the middle of the process at the moment, so nothing is definite yet, but we have a very good screenwriter and a very enthusiastic production team, so I am very hopeful!
9 - I always like to ask the authors about spoilers of upcoming releases. But this time it will be a little different, because here in Brazil, Close to Home was your first release, but you've already written several books before. So, I would like to know two things: first if you already have a new book in mind and second if Brazilian readers can wait for another of your books here.
R - There are five books now in the UK, and I have just finished the first draft of number six! I very much hope you will see them all in Brazil!
10 - To finish, could you leave a message for your readers here in Brazil?
R - I think my publisher Trama has done an exceptional job with the book in Brazil, and I especially like the cover design – I think it is my favourite of all my editions around the world (just don’t tell my other publishers! 😉). I have been so overwhelmed by the response of readers in Brazil! I see pictures of the book on Instagram all the time and it makes me very happy! So my message to my readers in Brazil is a huge THANK YOU! 🤗