Eu quero tragar aquele cigarro
Até penetrar no ápice do meu desejo.
Quero perder minhas decepções
Em cada fumaça do meu trago.
Eu quero aquela bebida mais forte
Quero embriagar-me até a lua aparecer
E depois quero embebedar-me até o sol surgir.
E, quando os dois não aparecerem, beberei por tua ausência.
Quero orientar-me com o café mais amargo
E nele destruir toda ressaca.
Quero o final do dia como companhia
Já que tua ausência me é monotonia.
Quero balsamar-me naquele doce perfume
E com ele lembrar de tua essência.
Quero alimentar em minha alma
A esperança do teu amor por minha existência.
Quero aquele vício a pertencer-me
Como a matemática deseja linhas paralelas.
Sem fim!
É o que eu quero com você.
Entro no bar, outra vez,
Peço um cigarro mais forte,
A bebida mais quente
E peço você, imaginando que virá como uma dose impertinente.