Como
é acordar com os olhos remelentos, ainda disperso e sonolento, ao ouvir a voz
atônita do seu pai a chamá-lo? Como é olhar enraivecido, para ele, por ter sido
acordado no meio de um daqueles sonhos em que se está dando uma volta em Paris,
com uma Ferrari vermelha e uma garota linda e desejada ao seu lado?
Então
você esfrega o dorso das mãos em sua face e se depara com uma cara assombrosa e
desesperadora te acordando para ir ao colégio. Como é ter que sentar em frente
ao seu pai, enquanto toma café, e ter que ouvi-lo brigar, por mais uma vez, não
ter escutado o despertador tocar? Como se sente ao ter que ouvir outro sermão
logo pela manhã?
Mochila
arrumada, uniforme vestido. Agora você está entrando no carro para ser levado,
por ele, ao colégio. Afinal, você estuda perto de onde ele trabalha, então, tem
que ir de carona todos os dias. Como é chegar ao colégio com seu pai? Qual a
sensação de olhar para seus colegas de turma, eles rindo, enquanto você desce
do veículo e a atenção é toda voltada para você?
Ao
sair, ele te beija na testa, dá um tapinha nas costas e, por fim, se vai. Você
fica corado e, envergonhado, abaixa a cabeça e resolve ir direto para a sala de
aula. Como é ser motivo de chacota por seu pai sempre levá-lo?
No
final da aula a mesma coisa, ele te busca, já que o horário de almoço dele é
bem no horário da sua saída. A rotina se repete. A sua novela parece que não é
igual aquelas das 8 que só duram, em média, 4 meses. Diferente delas, a sua
parece não ter fim. Vergonha atrás de vergonha, constrangimento empilhado, você
se sente cansado disso. Como é ter um pai assim?
Ao
chegar em casa, as lições para serem feitas e entregues no dia seguinte, são
concluídas forçosamente. Por quê? Aquele pai briga, não deixa, pega no pé. Como
se sente ao ter um pai dessa maneira?
Você
quer sair à noite com os amigos, doze anos de idade: época de fazer as melhores
coisas. Não pode, ele não deixa. Amigos te chamam de menina enrustida. Inimigos
zombam da sua cara. Então, você, envergonhado, fica em casa e segue a rotina
que ele tanto quer, mas com desgosto e desprazer. O que mais queria era ter um
pai de verdade, daquele que te larga, te deixa sair, fazer e acontecer. Queria
ter um pai que te deixasse faltar na escola, dormir até a hora que quisesse,
sair sem hora para voltar e não se preocupasse com amanhã. Como é viver com um
pai diferente do que você deseja?
Os
anos se passam, você cresce e não tem mais aquele pai. Você queria tê-lo de
volta, acordar com aqueles berros, ouvir suas brigas e, até mesmo, tentado ser
um filho melhor. Agora é tarde demais. Tarde para valorizar uma atitude, tarde
para reconhecer um erro, tarde para querê-lo de volta. Agora você fecha os
olhos e deseja sua presença. Então, se pergunta: “Como é não ter um pai?”
Difícil, muito duro, meu caro. Uns dizem que ter algo e perder é a pior das
dores existentes, mas eu vos digo: ter tido é a experimentação de ter usufruído
de algo. Eu nunca tive um pai, nem bom, nem ruim; nunca senti um grito amargo
ou doce; nunca fui abraçada delicadamente ou com brutalidade. Não sei qual a
sensação de ter um pai preocupado com meu bem estar. Mas, já que sabes, meu
caro leitor, como é ter um pai? Porque eu nunca sentirei na pele como é isso,
esse sentimento eu jamais saberei.
é serio que isso é com você? sinceramente eu comecei a chorar aqui, eu tenho pai... as vezes fico com um pouco de raiva e tal mas depois eu sempre no amanha "e se ele nao tiver mas ao meu lado..." então eu volto deboa com ele, mas eu acho... acho nao.. tenho certeza que deve ser uma das piores sensações do mundo isso :( sinto.
ResponderExcluirinocentementeingenua.blogspot.com
Valorizar o tempo bom que tivemos com os pais é preciso. pena, eles se foram! beijos,chica
ResponderExcluirSe quer mesmo saber, é a coisa mais irritante que pode ter na vida de um adolescente, especialmente quando se é mulher. Os cuidados dobram, você parece nunca crescer, ele sempre vai te cobrar algo, sempre vai querer mais de você, mas porque ele sabe que você pode ser bem melhor do que mostra ser.
ResponderExcluirEu tenho um pai hoje, mas já não o tive um dia. É péssimo! Não sei que palavras usar, mas só posso dizer que um pai é uma benção para um filho e me dói saber que algumas pessoas não recebem essa benção.
Oi, querida Naty!
ResponderExcluirMenina, como revelas tão bem, os sentimentos!
Li, o teu texto, duas vezes, porque embora sabendo que há situações iguais à tua, precisava reler. Entendes?
Quero dar-te um abraço bem apertadinho e nem vou falar. Era assim, que o meu pai, fazia.
Nunca ralhou comigo. Isso, era tarefa de minha mãe.
Não quero que fiques emocionada, porque tu, um dia, serás mãe, se assim o entenderes e teu companheiro, será o pai dos vossos filhos.
Nesse dia, tu poderás observar, bem de perto, o que é ser mãe e teus filhos terem um pai.
Te desejo um bom fim de semana, com amor.
Beijos da Luz.
Boa noite!
ResponderExcluirbelo!
vesti-me com as tuas letras tão intensas!
parabéns!!!
adorei seu blog e já te sigo!
Minha querida
ResponderExcluirDevemos enquanto estão na nossa vida valorizar esses momentos.
Sempre maravilhoso ler-te.
Um beijinho com carinho e saudades
Sonhadora
Olá, querida Naty
ResponderExcluirFico feliz em poder dizer-lhe que o meu pai amado foi um pai e mãe...
Tomara um dia vc ter um ótimo companheiro para que os seus filhos digam o mesmo que eu hoje...
Bjm de paz e bem
Ô Fia, mais um belo texto com DNA Naty, oi que maravilha! kkkk
ResponderExcluirCrescer sem ter pai ou mãe e ou os dois é longa caminhada de dificuldades...
Oi Fia PARABÉNS pelo 08 de março, sem vcs mulheres o mundo não seria mundo, aimôpai! kkkkk
veja homenagem pela dia no Sibarita.
O Sibarita
eu não tenho um pai mas tinha eu não tenho um pai bom e legal que me pra escola que me dá beijo mas tenho um pai que mente pra mim me promete mas cumpre de propósito um pai que me odeia.
ResponderExcluirAcho que estou num momento de querer ser pai...não gerar um, mas de fazer o papel para alguém...tenho pensado nisso...
ResponderExcluirNossa, quase chorei aqui, praticamente resumiu a minha vida, parabéns pelo texto. :)
ResponderExcluirNão teve como não chorar,nunca tivi pai,ele foi covarde e me abandonou,isso sempre foi motivos de choros,raiva.Acabei me tornando uma pessoa fria,revoltada.Se me perguntarem se tenho inveja de algo,com certeza irei responder,que invejo as pessoas que tem pai.Não sei se algum dia irei superar essa ausência, mas não é nada fácil viver sem ter amor de pai.Escrevo isso chorando muito,são 26 anos de sofrimento,não consigo ser feliz,não consigo confiar nas pessoas,sempre tenho medo q me abandonem,não sei lidar com rejeição. Tudo o q mais queria,era saber o que é ter amor de um pai.Mas sei q nunca saberei o q é isso,pq o covarde deixou bem claro pra minha mãe antes de sumir,q não tinha nenhuma filha,que não gostava de mim.
ResponderExcluirMe identifiquei TANTO!!! NUNCA tive um pai, nunca tive o primeiro homem da minha vida! Não digo ter homem no sentindo conjugal, e sim aquele que me amaria e cuidaria de mim incondicionalmente. Aquela pessoa com quem eu poderia contar, aquele HOMEM que faria de tudo para me ver bem e feliz, aquele homem que não se importaria se eu acabei de acordar ou estou de TPM, para ele eu seria a mais linda!
ResponderExcluirSempre foi meu maior sonho, vejo umas colegas completando 15 anos com direito a debutante, dançando com o pai. Sempre quis isso, nunca pedi nada pra Deus, senão um pa. Vejo tanta gente reclamando dos seus porque são "superprotetores", mal sabem que melhor ter uma ultra proteção do que viver vagando por aí sem alguém que se preocupe com vc. Como se você fosse apenas um nada, quem se importa comigo? É isso que eu penso. Ter um pai deve ser a melhor coisa do mundo!!
Valorize o seu, porque dói! Ah... Dói.