Recebi esse livro da editora para resenhar há uns meses. Demorei para finalizar a leitura porque senti dificuldades com o estilo utilizado para diagramar a história. Como já foi dito, tenho um sentimento de puro ódio com livros que não utilizam travessão e os diálogos são entre aspas. Sinto que demorarei um mês para ler e na verdade acabo demorando dois.

Mesmo com esse ponto negativíssimo, o livro possui uma história comovente e de prender totalmente a atenção do leitor – tirando a minha que só ficava chorando com as aspas. Kennedy nos conta a história de um homem que foi prisioneiro de guerra, foi piloto de um bombardeio da Força Aérea Britânica, durante a Segunda Guerra Mundial. Alfred tinha uma das tarefas mais arriscadas durante a guerra: artilheiro da torre de cauda.

Mesmo com a posição tão perigosa, ele sobreviveu à Guerra Mundial, passou por momentos ardilosos. Além de muitas vezes não se deparar com nada para se alimentar, muitas outras ele se deparou com a sua própria vida em risco. Anos se passam e aquele sentimento e imagem ainda permeiam em seu interior, afinal, as pessoas que vão para uma guerra nunca voltam como eram. Sempre existirá algum sentimento forte dentro de si, seja por ver grandes amigos morrerem ou quer seja por matar pessoas que não mereciam.

Após a guerra, em 1949, ele participa como figurante de um filme que relembra a sua experiência como prisioneiro de guerra. Com isso, através da ficção encenada, Alfred repensa a sua realidade e realiza uma investigação sobre o estrago psicológico que sofreu durante a batalha, tanto por ver seus amigos partirem quanto por ficar longe da mulher amada.

A lição que o livro quer nos passar é sobre o processo de mudança que uma guerra pode provocar na vida de um ser humano. Somos moldados por aquilo que vivenciamos e pelas dificuldades encontradas em cada dia de perigo, de choros e de saudades. Qual o benefício que uma guerra proporciona? É difícil essa resposta, eu diria que não há. A consequência dela para quem está no campo de batalhas é algo marcante e eterno. É como se um pedaço dele ficasse por lá e a outra voltasse para casa.

O sentimento sentido ao ler a história de Alfred foi esse e Kennedy soube descrever muito bem isso. Uma pena que os diálogos são feitos por aspas, isso acabou me fazendo demorar na leitura e a lamentar a falta de concentração total na obra. Lamentavelmente isso acontece com muitos leitores, na dúvida, a editora poderia fazer uma votação para saber o que realmente o leitor gosta. Mas não deixe que isso impeça você de mergulhar nessa grande lição de Alfred.


Título: Há muito o que contar...aqui (exemplar cedido pela editora)
Autor: A. L. Kennedy
Editora: Primavera
Páginas: 352
Ano: 209

5 comentários:

  1. Oii! Ual! Até arrepia lendo a sinopse...Gostei mto! Um pouco confusa msm, mas parece valer a pena ler sim...Mta história á ser contada msm! Bjs!!

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  2. Oi! Amei a sinopse. Vale muita a pena ler. Vou dá um chance.

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  3. Acho que nunca li nenhum livro com aspas no lugar de travessão, mas não acredito que isso fosse me incomodar. De qualquer forma gostei muito da sinopse e da resenha e com certeza vou ler.

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  4. Os traumas pós guerra e soldados são tantos, e muitos qnd voltam, na verdade são somente uma casca do que já foram um dia. Uma pena. Não me interesso por livros que são de certa forma um retrato de guerra, desses somente o periodo nazista me atrai. Obgda pela resenha.

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  5. Gostei da sinopse,é difícil para um soldado não saber se sairá vivo da guerra nem quando acaba acaba, ver as pessoas morrer todos os dias mexe com o psicológico da pessoa,e quando acaba a guerra a vida do soldado é completamente diferente.Gostei mesmo da resenha principalmente de Alfred

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