Conhecer a Itália é um sonho antigo, então Arrabal e a
Noiva do Capitão me permitiu conhecer um pouquinho mais desse país rico em
cultura.
Desde muito pequenos, Giuseppe e Giordano
estabeleceram uma rivalidade fora do comum apesar dos laços tão fortes que os
uniam. Ainda crianças, a disputa por Il Feroce Saladino, um pequeno soldadinho
de brinquedo foi o estopim para determinar as personalidades opostas que os
gêmeos sempre carregariam.
Enquanto Giordano seguiu à risca tudo o que foi
proposto pelo pai, Giuseppe preferiu escolher seu próprio caminho e este é o
maior contraste entre estes dois homens.
Consequentemente, a família Romanelli não é simples,
muito pelo contrário, Gioconda, a mãe dos dois irmãos protagonistas, sofre com
problemas dos nervos e isso é bastante pautado dentro do círculo familiar, já
que todos fazem de tudo pelo bem estar dela, principalmente Carlo, o pai dos
gêmeos. Desde que o problema de saúde da mãe foi diagnosticado, Giordano e
Giuseppe respeitam o espaço do outro, pois eles sabem que não conseguem dividir
o mesmo ambiente sem que ocorra uma confusão, contudo, um reencontro se torna
inevitável quando, coincidentemente, os dois irmãos voltam para a cidade de
Nápoles por objetivos distintos.
As reviravoltas começam após um encontro entre Luigia
e Arrabal (Giuseppe) no fim de mais uma apresentação de teatro. A paixão que
surge entre os dois é súbita e faz a moça acreditar que ele é o amor da sua
existência. Decidida a pôr sua vida nos eixos e não deixar que ninguém mais a
influencie, Luigia exige que seu pai pare de tentar casá-la com o primeiro nobre
que aparece em sua frente. Entretanto, a mocinha não sabia que sua mão já
estava prometida ao Capitão da Guarda Real que, por uma brincadeira infeliz do
destino, era o irmão de seu amado.
O leitor tem um contato intenso com a companhia de
teatro e com o Arrabal, mas até o meio do livro a personalidade de Giordano é
uma incógnita. Aliás, não há formas de contar sobre os protagonistas sem
diferenciá-los, portanto, vamos lá: Giuseppe Romanelli – ou Arrabal, para os
mais íntimos – é a leveza, a personificação suavidade. Ele carrega a Trupe nas
costas e é a alma da companhia de teatro, outro destaque do livro. A leitura
nos leva para uma Nápoles encantadora, em que o povo é apaixonado pela arte e
leal ao seu país.
Logo depois, conhecemos Giordano Romanelli (o dono do
meu coração), ele é o capitão da Guarda Real. Um homem sensato, racional e
forte, em todos os sentidos da palavra. A aparição de Giordano alavanca o
enredo e ele toma rumos surpreendentes. A partir desse ponto, Luigia tenta a
todo custo manter-se fiel ao sentimento que tem por Arrabal ao mesmo tempo que
seu coração é conquistado aos poucos por Giordano.
A sinopse engana muito quanto ao conteúdo. De
primeira, a gente pensa que é só mais um triângulo amoroso em que a mocinha não
toma uma posição, mas o livro vai muito além, e, até hoje, eu estou chocada com
os segredos que estes dois irmãos carregam.
No início, a autora não apresenta um enredo muito
complexo. A autora tentou construir a história com calma e isso influenciou
muito a leitura, pois as coisas demoraram para acontecer, entretanto,
proporcionou um envolvimento maior com a história.
O fato é que, se você busca um romance de tirar o
fôlego como foco principal, essa não é a obra em que você encontrará, pois
existem muitas questões por trás das “cortinas”, o que ocasionou, infelizmente,
o péssimo desenvolvimento de Luigia, que saiu da posição de protagonista em
diversos momentos da obra para atuar como mera coadjuvante.
De todo modo, impossível não suspirar, sorrir e chorar
com os diálogos. O livro é recheado de termos e ditados italianos maravilhosos,
só consegui sair mais rica de conhecimento após a leitura! A escrita da Marisa
é simples e fluida. O livro tem um toque de encanto que só um bom enredo e um
conhecimento vasto sobre o século XVIII por parte da autora são capazes de
oferecer. A diagramação não possui muitos detalhes. O ponto negativo com grande
evidência desta obra, sem sombra de dúvidas, é a capa. Ela não me agrada nem um
pouco, apesar de revelar muito sobre a história.
Arrabal e a Noiva do Capitão é lindo, sensível e
mágico. Marisa construiu uma obra de arte repleta de personagens cativantes e
cenários de tirar o fôlego. Absolutamente, ela destruiu as certezas de todos os
leitores com o desfecho da sua história.
Título: Arrabal e a Noiva do Capitão
Autor: Marisa Ferrari
Editora: Novo Conceito
Páginas: 432
Ano: 2015
Resenhado por: Marina Monteiro
Enquanto lia a resenha pensei "mais um triângulo amoroso clichê", quando cheguei na parte em que vc dizia que ele não era só mais um triângulo fiquei intrigada mas mesmo assim acho que não foi o suficiente para despertar minha vontade, ainda estou fugindo desse tipo de romance.
ResponderExcluirAchei interessante que mostre um pouco da Itália. Se for bem escrito pode até passar aquela sensação gostosa de que a gente conhece o lugar. Isso me deixa com vontade de ler.
ResponderExcluirE o destaque na vida do teatro também parece legal. A história tem seus segredos, os personagens vão se mostrando aos poucos pelo visto e a gente vai conhecendo mais das coisas escondidas deles ao longo da leitura. Acho que iria gostar disso. Mas confesso que no geral ainda não me chamou muita atenção. Seria um desses livros que pegaria sem muita expectativa, sabe? Não sei se acabo lendo mesmo.
Oi, Naty
ResponderExcluirEsse é um livro que eu leria facilmente. Gosto de tudo que nos remete ao passado e saber que a escrita é boa, assim como a história, só me leva a querer lê-lo. Mesmo com umas pequenas ressalvas que fez, parece ter sido mesmo uma ótima leitura. Gosto quando um livro me faz suspirar rs
Natália!
ResponderExcluirJá li o livro e também fui arrebatada por Giordano, bem como por todo cenário, enredo, romance...
É uma leitura totalmente envolvente e cheia de mistérios sobre os irmãos, que vamos conhecendo aos poucos, no decorrer da leitura das páginas.
Desejo um mês repleto de realizações e uma semana de luz e paz!
“ Eu creio que um dos princípios essenciais da sabedoria é o de se abster das ameaças verbais ou insultos.” (Maquiavel)
cheirinhos
Rudy
http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
TOP COMENTARISTA ABRIL especial de aniversário, serão 6 ganhadores, não fique de fora!
Olá, Natália!!
ResponderExcluirO bom de um ler um livro é imaginar as pessoas, os lugares, como no livro fala sobre a Itália, um lugar incrível, e fica mais cativante em ler a história Giuseppe e Giordano, ver como vivem esse amor de longa duração, que enfrentam por várias dificuldades.
Amei ser de séculos passado, parece ser mais divertido de ler. (gostei muito de ser dois homens, para diferenciar um pouco "homem e mulher", é muito chato, e entediante)
Amei a resenha!!
Abraço!
Oi Marina e Natália! Eu não conhecia a obra, mas gostei de saber do livro pela resenha. Parece ser um enredo cheio de mistérios e quem sabe Giordano tb será dono do meu coração rsrsrrsrs
ResponderExcluirBjs, Mi
O que tem na nossa estante
Este livro deve ser um amor de se ler. Não conheço nem a escritora nem o livro, mas ao ver a resenha logo e a capa maravilhosa fiquei com vontade de saber mais sobre o livro, de me aventurar na historia. Parece um ótimo livro.
ResponderExcluirOi, sua linda! Tudo bom?
ResponderExcluirPrimeira visitinha e adorei seu cantinho *.* Bom, não estou acostumada a ler muitos romances. Curto mais thrillers, mas de um tempo pra cá venho me arriscando em romances de época, mais precisamente os Bridgertons, e tenho amado. Me conquistou! Então estou mais aberta a gêneros diferentes. O livro que resenhou me lembrou tanto novelas mexicanas kkkk Dica anotada!!! Beijos,
www.estranhoscomoeu.com
Quando vi triângulo amoroso logo pensei lá vem mais um, pois odeio qualquer triângulo amoroso, ainda mais que parece que os dois são boas pessoas, assim o leitor acaba ficando dividido em pra qual ele vai torcer. Achei a capa sem graça, poderiam ter dado uma caprichada rs.
ResponderExcluirOi Natália, tudo bem?
ResponderExcluirNão conhecia o livro, o que foi uma grande surpresa em se tratando da Novo Conceito. Gostei bastante da resenha, mas não acho que vá ser um livro pra acrescentar na minha listinha...
Att.,
Eduarda Henker
Queria Estar Lendo
Eu gosto de triângulos amorosos!
ResponderExcluirMesmo sendo clichê!
Mas é bom saber que ele se diferencia!
Com certeza vou ler! Gosto de livros com misturas de algumas linguas!
Oi, Nat!!
ResponderExcluirAdoro livros um pouco clichês mais que acaba nos surpreendo!! Fiquei intrigada com a história!! Amei a indicação de leitura!!
Bjoss
Olá!
ResponderExcluirApesar de não ser um gênero dos meus preferidos, gostaria de ler, pois o enredo me pareceu muito interessante. Mistérios, romance e o cenário em um lugar tão lindo, deve ser realmente apaixonante. A capa está muito bela!
Sua resenha, perfeita.
Beijos.
Oi Natalia,
ResponderExcluirConfesso que fiquei com o pé atrás quando vi o título, pois não sou muito fã de histórias com triângulo amoroso. Mas que grata surpresa ver que a história vai muito além disso, e que o desfecho não é nem um pouco clichê. Sou fascinada pela Itália, então vou adorar conhecer as belezas através da descrição dos cenários deslumbrantes, ainda mais com um enredo no séc. XVIII. Intrigadas entre irmãos sempre geram uma história boa, estou curiosa para conhecer os segredos que os gêmeos carregam.
Beijos
Eu gostei da capa, e quando comecei a ler a resenha pensei que era mais triângulo amoroso onde tem um irmão bonzinho e o outro mal e que os dois vão disputar o coração da mocinha, mas a história é mais complexa pois nenhum dos dois irmãos são perfeitos, são mais reais e tem seus segredos, creio eu que vou ficar dividida entre os irmãos, fiquei curiosa para saber o desfecho e os segredos dos deles. Apesar da narrativa lenta. Já quero ler o livro.
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