Legal, estranho e otras cositas más...
Não lembro quando foi a última vez que eu li um livro a respeito do qual eu falei "Muito diferente do que eu já vi por aí", mas duvido que qualquer um que eu tenha classificado assim supera esse. Laranja Mecânica é de fato o livro mais diferente que eu já li em minha vida. E duvido que algum o supere. Porém, o problema reside exatamente aí: ele é diferente demais!!!
O enredo pode-se dizer que é bem simples, fácil de resumir.
Narrada em primeira pessoa, Alex conta sua história de delinquente juvenil. Como era sua vida assaltando e ferindo qualquer pessoa que tivesse o azar de cruzar o seu caminho nos dias em que ele estivesse a fim de faturar um "tia pecúnia"; como ele foi traído pelos amigos e foi parar na cadeia e os pequenos problemas que encontrou por lá; como se tornou uma cobaia para um recém-desenvolvido projeto do governo; e como percebeu que era hora de crescer e se tornar um homem de verdade. Ou seja, é uma história de violência (ultraviolência como o livro é de fato conhecido), decadência e redenção.
O must desse trabalho fica por conta do conteúdo linguístico que encontramos nas páginas. Burgess inventa um dialeto particular para o nosso personagem principal, misturando seu inglês com verbetes retirados do dicionário russo. E sim, isso atrapalha muito. Caso você tenha interesse em ler o livro, deixo aqui uma dica: estude, como se você estivesse estudando para o vestibular de medicina, por uns três dias o glossário que se encontra ao final do livro. Porque aparecem muitas palavras derivadas do vocabulário russo. E em nota a essa edição, a editora explica como manteve ou alterou alguns verbetes para não dificultar (mais) nem fugir muito do proposto por Burgess. Enfim, esse dialeto é batizado de "Nadsat".
Não há muito a falar sobre a linguagem utilizada pelo autor, é o primeiro livro dele que eu leio e, como já foi dito, o vocabulário foi criado especialmente para a linguística do nosso personagem. As pouquíssimas falas de outros personagens não são suficientes para uma avaliação.
Quando comecei a ler o livro, decidi parar. Estava achando chato e difícil de ler. Porém, por mais estranho que pareça, quando o peguei novamente a leitura fluiu muito bem. Algumas palavras que aparecem com frequência você acaba decorando e lê tranquilamente. E por fim, a história se mostrou bastante interessante, principalmente a partir da segunda parte.
O conteúdo foi escrito em 1962 (ano que minha santa mãe nasceu). A edição que tenho em mãos é a comemorativa aos 50 anos da obra (2012), ou seja, além dos 50 anos, estou atrasado em cinco. Ela me foi doada por livre e espontânea pressão pelo meu amigo @paulogonschior... e é perfeita!!!!
O livro tem capa dura, aquela "sobrecapa" (que eu não sei o nome). As páginas são impressas naquele papel mais resistente (que eu também não sei o nome dessa poha!). É ilustrado com desenhos escrotos porém muito legais, coloridos. Várias notas sobre essa e a edição de 2004. Trechos de uma entrevista exclusiva com o autor e páginas com o texto original, anotações e ilustrações do autor. É um verdadeiro exemplar de colecionador!! Enfim! Enfim... Vale a pena ler, mas é preciso um pouco de paciência. Apesar de ter gostado muito, tiro uma estrela dada a dificuldade inicial da leitura.
Mas, meus queridos, é um exemplar para se ter protegido em cofre!!
Título: Laranja Mecânica (A clockwork orange)
Autor: Anthony Burgess
Editora: Aleph
Páginas: 274
Ano: 1962
Queria ler esse livro algum dia e o que acho legal nele é que parece ser bem diferente mesmo. Cheio de violência, mas também com redenção e um jeito próprio para a trama ter um tom de única. Me pareceu muito bom.
ResponderExcluirMas que louco pegar ele assim e achar chato, ter que parar e tal. Talvez seja coisa de momento, não é? Tem horas que não dá pra ler tal livro, mas quando a gente pega depois ele pode ser muito melhor.
Gostaria de ler algum dia pra ver o que iria achar dele, se a linguagem é muito doida, o que vou achar da história mesmo...
Mas penso que iria adorar por ter esse tom meio único de contar uma história.
Olá.
ResponderExcluirTenho curiosidade para ler esse livro, mas não sei se terei paciência para esse inicio.
Mas tudo vai de momento e tempo disponível. Quem sabe!
A resenha está ótima.
Abraços.
Marcos!
ResponderExcluirSou quase da idade de sua mãe, nasci em 65 e não tive oportunidade de ler esse livro ainda, porém assisti o filme há uns 30 anos atrás, acredito eu e foi bem chocante, muita violência e outras coisitas mas que não comentarei para não chocar ainda mais os leitores da sua resenha.
Gostaria de ler a obra apesar da dificuldade linguística que mencionou.
“A sabedoria começa na reflexão.” (Sócrates)
cheirinhos
Rudy
http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
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Oi Marcos, tudo bem?
ResponderExcluirAmo esse livro, acho incrível a discussão sobre liberdade e também a riqueza do vocabulário Nadsat. <3
Beijos,
Priscilla
Infinitas Vidas
Tenho receio de ler esse livro,pois tenho a sensação que não vou gostar e talvez até abandonar a leitura, comecei a assistir o filme e desisti. Não gosto de livros que tem que ficar quase o tempo todo vendo o que significa as palavras, me perco na leitura e acaba ficando uma litura maçante. A historia parece ser escrota, violenta e abusiva, acho que no momento não estou preparada para ler, quem sabe um dia.
ResponderExcluirOlá, Marcos!!
ResponderExcluirPela capa pensei que a história fosse uma, mas me enganou quando li a resenha, e é bem diferente do que eu imaginava. Pois têm muita violência, tá eu não gosto disso, mas achei a história bem legal, mas não leria esse livro...
Abraço!
Oi, Marcos
ResponderExcluirA maioria dos leitores que leu diz amar esse livro. Mas imagino que ele seja um pouco difícil mesmo no começo, já ouvi isso também. Mas que bom que apesar disso, o livro valeu a pena. Com certeza eu leria esse livro, alias morro de vontade.
Blog Livros, vamos devorá-los
Eu amo esse filme mas admito que abandonei o livro, essas palavras inventadas tornaram a leitura muito cansativa e acabei desistindo mas acho que ainda vou dar outra chance para ele.
ResponderExcluirQuando falam em violência já fico com pé atrás, posso dizer que sou bem sensível a essas narrações, então já é um motivo para que eu não fique animada em ler o livro, achei interessante a inclusão de expressões russas no livro e não imaginava que ele era tão difícil de se ler. Achei engraçada a tua espontaneidade no final.
ResponderExcluirOlá Marcos,
ResponderExcluirTenho muita curiosidade de ler esse livro, mas acho que o momento ideal ainda não chegou. Fiquei intrigada por ser tão diferente assim, e apesar de achar a narrativa meio complexa (detesto ter que ficar olhando o glossário toda hora), não há como negar, o vocabulário russo é bem rico.
Que lindo o livro, realmente é um deslumbrante exemplar de colecionador.
Beijos
Oi, Marcos!!
ResponderExcluirGostei muito da premissa do livro, fiquei curiosa com a história mas no momento não fiquei com vontade de ler.
Bjoss
Bom dia!
ResponderExcluir50 anos (agora 55) não é pouca coisa. Com certeza tanto o livro quanto o filme são consagrados como um clássico.
A edição está mesmo lindíssima, é um dos meus sonhos de consumo desde sempre!
Vou pegar sua dica e ter mais paciência quando for ler, o que pretendo fazer logo, logo.
Abraços.
Pelo jeito esse é um dos muito clássicos que virou clássico, por que em algum momento da vida alguém com uma intelectualidade fenomenal, viu um potencial imenso nesse livro, e os mais pobres terrenos, como eu não entende como ele foi parar nessa classificação. Digo isso pois foi o mesmo que aconteceu com O apanhador do campo de centeio, fui cheia/mega/ultraplus de expectativa (dados os casos de assassinatos que rodeiam essa obra) e nada.. não vi nada. Enfim, Laranja mecânica a contar pelo filme, é uma historia muito louca tanto que não me animei em ler, e vendo teus comentários só contribuíram com meu desanimo. O resumo que tu fez, passa bem como uma historia comum, cheia de dramas pessoais e superação (ou não), mas quando entrou na parte do cobaia e dos termos russos, ai foi por agua baixo toda coragem que eu havia reunido. Sim, é uma obra que precisa ser lida em algum momento da vida, mas tudo no seu tempo.
ResponderExcluirCofre é pouco para se guardar uma obra assim! Laranja marcou toda uma geração, e oh, isso se estende ao filme também, que virou clássico aos amantes de cinema de verdade!
ResponderExcluirLi este livro na biblioteca da minha cidade e isso tem muito tempo. Edição velhinha..rs com aquele cheiro gostoso de coisa boa.
Eu adoro a mente humana e acredito que este livro traga demais da mente humana, a mente que não para um segundo. Que mostra o pior da pessoa.
Magnífico!
Super recomendado!
Beijo
Ooi queria ler esse livro algum dia e o que acho legal nele é que parece ser bem diferente mesmo. Cheio de violência, mas também com redenção e um jeito próprio para a trama ter um tom de única. Me pareceu muito bom.
ResponderExcluirMas que louco pegar ele assim e achar chato, ter que parar e tal. Talvez seja coisa de momento, não é? Tem horas que não dá pra ler tal livro, mas quando a gente pega depois ele pode ser muito melhor.