Olá,
Esse livro começa de uma forma bem peculiar: Nós temos o administrador de uma comunidade, vivendo a sua vida plenamente, desfrutando de vários privilégios, quando recebe a visita de um sargento, que comanda uma limpeza na área, alegando que esta está cheia de traídores do estado.

Nessa ocasião ele tem consigo um senhor e uma criança, que diz serem traidores, ele resolve entrevistá-los e interrogá-los de forma violenta. O senhor não resiste a esse procedimento. A criança também passou por coisas extremamente desagradáveis, e confesso que essa foi uma parte bem pesada do livro.

Após isso, temos esse sargento, alegando que esses traidores são bárbaros, pessoas sem higiene, sem linguagem, sem regras, sem organização, pessoas embrutecidas e que precisam ser erradicadas. Ele então toma conta daquela aldeia, tira o administrador do seu cargo cheio de privilégios e define novas regras. Sai em busca de mais bárbaros, volta com várias pessoas que também serão interrogados de forma brutal, nos fazendo pensar quem realmente são os bárbaros da história. Os prisioneiros que sobreviveram foram largados à própria sorte nos portões, e como são pessoas embrutecidas, elas não sabem o que fazer, nem para onde ir.


Dentre essas pessoas, existe uma jovem que está bem ferida. Ela acaba sendo acolhida pelo administrador, e logo surgem então boatos de que este possui uma nova amante. E foi aí que o livro desandou para mim. Seguem-se então páginas e páginas do administrador falando das coisas que gostaria de fazer com a garota, como ele a vê, como a deseja, como é o corpo dela, e isso pouco me interessava.

Em determinado momento, as coisas dão errado para o administrador novamente, e o livro volta a melhorar, mas sempre voltando aos pensamentos do administrador para com a jovem. Em outro momento do livro, a população ajuda a torturar um grupo de bárbaros em praça pública, novamente nos fazendo pensar onde estão os verdadeiros bárbaros, dos quais todos têm medo, aqueles que iam atacar sua comunidade à noite e matar todo mundo.

Este é um livro bom, porém não entrou para a lista dos incríveis por causa do blá blá blá do administrador com relação a jovem, pois esses foram trechos maçantes, que não despertaram meu interesse de forma alguma. Mas é também um livro confuso, que não fornece muitos nomes nem localização, o que te impede de visualizar todo o contexto histórico deste.

Abraços.





Título: À espera dos bárbaros
Autora: J. M. Coetzee
Editora: Companhia das Letras
Páginas: 204
Ano: 2006

11 comentários:

  1. Silvana!
    É um vai e vém danado com o tal administrador e pelo visto, tem trechos bem pesados em relação a criança.
    Por mais que você tenha achado o livro bom, sei não se vou ler, porque ando procurando leituras mais animadas.
    Desejo Um domingo fabuloso e Novo Ano repleto de realizações!!
    “Chega de velhas desculpas e velhas atitudes! Que o ano novo traga vida nova, como o rio que sai lavando e levando tudo por onde passa.” (Desconhecido)
    cheirinhos
    Rudy
    1º TOP COMENTARISTA do ano 3 livros + Kit de papelaria, 3 ganhadores, participem!

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  2. Oi, Silvana.

    Realmente, a leitura e suas descrições (de torturas) são fortes. Tantas torturas à toa? Será que esses bárbaros realmente existem, ou tudo é fruto da mente desse sargento, que pratica essas maldades porque quer?

    O interesse desse administrador por essa jovem é irrelevante, visto que não tem nada a ver com o tema abordado, ou seja, os tais bárbaros...

    Achei tudo (enredo) muito vago e até sem sentido...

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  3. Tinha ficado curiosa com esse livro, mas depois da sua resenha, fiquei meio receosa em lê-lo! Ainda mais que é confuso!

    Beijo!
    Cores do Vício

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  4. Nossa! Confuso isso!
    Gostei daqui! ;)

    https://ludantasmusica.blogspot.com.br

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  5. É bem chato quando uma leitura tende a ser boa, mas desanda né? Gostei da sua resenha, ainda não conhecia esse livro!

    http://submersa-em-palavras.blogspot.com.br/

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  6. Pena ter as partes massantes como você descreveu, pois eu gostei bastante da premissa da obra. Tenha um ótimo dia, beijos!

    Blog Paisagem de Janela
    paisagemdejanela.blogspot.com.br

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  7. Ok, não sei o que iria achar dessa história. E já bateu aquela neura de odiar porque tenho um troço com injustiça e pelo visto as coisas que acontecem aí com esse sargento e tudo que eles fazem com o pessoal é de deixar qualquer um nervoso. E blá blá blá de enrolação com pensamento de personagem pode ser bem chato. Sei lá, não acho que leria.

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  8. Tinha até ficado intrigada com o sargento e suas crueldades, e fiquei intrigada com os bárbaros se é imaginação do sargento ou não o autor planta essa dúvida. Mas após saber dessa lenga lenga do administrador pela mulher fiquei com receio, pois deve ter deixado a leitura bem sem graça.

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  9. Oi!!
    Fiquei bem curiosa com relação a história apesar de não curtir muito livros que tenham algum tipo de violência física. E que fotos lindas!! Parabéns!!
    Bjos

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  10. Parece ser uma leitura bem pesada, nos fazendo pensar quem são mesmo os bárbaros. Acho que é uma leitura que exige uma descrição ambiental e é uma pena que não exista isso pois facilitaria num melhor entendimento da trama. Não leria mas com certeza é uma grande leitura

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  11. Jessica Batista05/06/2020, 12:38

    Esse livro é muito bom. Na minha percepção o papel do administrador para com a mulher que antes fora torturada é parte essencial da história. Afinal, não seria ele também um bárbaro do ponto de vista do patriarcado e dos privilégios que ele se utiliza para com a mulher? aliás, não podemos ignorar que não foi apenas uma mulher de quem ele se aproveitou. Coetzee não ganhou um Nobel à toa. É o tipo de livro que nos faz pensar sobre como nossa história foi construída e o peso que carregamos por causa desses ancestrais que fora verdadeiros bárbaros. O escritor é famoso por falar sobre as injustiças durante o período do apartheid, logo consigo imaginar que a história se passa na África do Sul e região. Uma pena encontrar poucas resenhas sobre o livro e essa em particular é muito fraquinha. Felizmente tem várias estudos científicos sobre ele para completar nossa crítica necessária.

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