Elijah Baley é um investigador da polícia de uma Nova Iorque futurista. A população do planeta Terra cresceu tão desenfreadamente que a solução foi crescer para baixo. Ignorando tão disparatado paradoxo, a ideia é o que dá título ao livro. As “cavernas de aço” sugeridas indicam a construção de mundos subterrâneos, onde não é mais possível ver a luz do sol. Nesse futuro bem distante, a população de robôs também vem aumentando exponencialmente, elevando assim a raiva de seres humanos que estão sendo constantemente substituídos pelas máquinas. Nesse cenário, onde pessoas são incapazes de viver com seres robóticos, criam-se grupos que pretendem acabar com a construção dos robôs, além de fazer outras reivindicações.
Baley é chamado pelo Comissário de Polícia para assumir um caso de homicídio. Porém, não é qualquer caso. O sujeito assassinado é o Embaixador dos mundos siderais (mundos siderais são planetas onde seres humanos vivem em harmonia com robôs). Após muita insistência por parte do Comissário, Elijah aceita o caso. Porém, recebe algumas condições: como o assassinato aconteceu num mundo sideral, ele deveria ter como parceiro um robô, assim, os siderais não fariam alarde, uma vez que o possível assassino era um ser humano, porque robôs não podem fazer mal aos seres humanos. Além disso, esse robô deveria estar junto dele o tempo todo. Inclusive na sua casa, onde sua mulher e seu filho são explicitamente contra os robôs.
Isaac Asimov cria em “As cavernas de aço” muito mais do que uma mistura de ficção científica com romance policial. Ao colocar um robô como parceiro de um ser humano, Asimov concebe uma atmosfera fundada em questões bastante filosóficas, isso porque o próprio Elijah não curte muito essa ideia de robôs. Mas agora ele tem que conviver com um e enquanto, juntos, tentam desvendar o assassinato, eles têm que adaptar-se às suas diferenças e engolir determinados preconceitos.
Além disso, Asimov faz uma previsão muito preocupante, onde a comida será racionada, existirão cozinhas comunitárias que controlam o quanto você come; o uso da água também é bastante controlado. Além disso, claro, terá um rígido controle de natalidade.
Não obstante, porém, a essas mazelas pelas quais o planeta Terra está fadado, “As cavernas de aço” é um romance que te prende do início ao fim. Asimov narra de uma maneira tão tranquila, que dá vontade de parar e abraçar o livro. Além disso, refletindo o que se vê em “Eu, robô”, a história é de uma inteligência ímpar. Ele usa as três leis da robótica e seja na narração ou em diálogos, ele transforma o livro num palco, numa sala de aula, onde ficamos deslumbrado com o professor.
Diferentemente de “O fim da eternidade” ou “Pedra no céu”, a linguagem aqui é bem tranquila. Acredito que pelo fato de não ter viagens no tempo, seguir uma linearidade sem fluxos de pensamentos extensos, a história flui muito tranquila. Somando-se a isso, o tamanho dos capítulos ajuda muito, uma vez que não são muito curtos, mas também não são longos.
Ademais, vale salientar que a história é cheia de reviravoltas e quando a gente pensa que descobriu o assassino, Asimov nos faz perceber que não somos tão inteligentes assim.
Título: As cavernas de aço (exemplar cedido pela editora)
Autor: Isaac Asimov
Editora: Aleph
Páginas: 300
Ano: 2019
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Em primeiro lugar é preciso falar do trabalho que a Editora Aleph anda fazendo com seus lançamentos. Ela vem caprichando demais tanto em capa, quanto em diagramação!
ResponderExcluirApesar de ser meio pé atrás com ficção científica(por ser lerda demais), adorei saber que neste livro até a linguagem é mais fácil e como não há isso de espaço/tempo, viagens e afins, talvez minha cabeça oca consiga acompanhar.
Engraçado e triste que lendo a resenha a gente sente que isso tudo é um futuro. Sei lá..deu uma pontinha de tristeza na parte do controle de comida, água.
Mas...há um assassino que dá um nó na nossa cabeça e isso me agrada muito!
Claro que já vai para a lista de desejados!!!!
Beijo
Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na Flor
Olá, Angela!
ExcluirTodo mundo tem um pezinho atrás com ficção científica, às vezes pela história, às vezes pelo gênero. Mas Asimov é mestre e, como sempre, garanto uma boa leitura!
Olá!
ResponderExcluirOuço fala bastante do autor e suas escritas. Já tinha lido algo sobre as obras deles e achei muito interessante, a forma de como ele cria o mundo distinto. Esse livro fiquei bem interessada pela trama, uma distopia que possivelmente seja o nosso futuro né. Espero poder ler!
Meu blog:
Tempos Literários
Olá, Lily!
ExcluirÉ... O livro faz um retrato de uma sociedade que não está muito longe de se tornar realidade, sabe?
E se puder, dê uma chance para esse livro, sim.
Olá! Enredo para lá de diferente, gosto dessa mistura de humanos e máquinas, e como elas nos fazem refletir sobre o nosso futuro (nem tão distante assim), acredito que essa convivência é bem complicada, e ainda tem todo esse suspense em descobrir quem é o assassino (humano ou máquina?), minha curiosidade, com certeza, foi ativada.
ResponderExcluirOlá, Elizete!
ExcluirFico feliz que tenha se interessado. Essa atmosfera não é única desse livro. É basicamente isso que encontramos na maioria dos livros do Asimov. "Eu, robô, eu preferido, e se não leu, super indico tbm!
Marcos!
ResponderExcluirAsimov parece que estava prevendo o futuro, porque com toda certeza, em breve tudo será racionado, principalmente a água.
A inteligência dele é fora de série para arquitetar um enredo há mais de meio século atrás onde os homens convivem com os robôs e ainda incluir um caso policial no meio, é sensacional.
cheirinhos
Rudy
Olá, Rudy!
ExcluirMe apaixonei por Asimov depois de ler "Eu, robô". Lendo outros livros dele, a gente pode constatar que realmente a inteligência dele é fora de série. Esse livro mesmo só concretiza esse pensamento.
Muito interessante, além da história ser super envolvente o livro trás varias mensagens importantes como o respeito as diferenças. Fiquei bem intrigada com essa convivência entre humanos e robôs principalmente com aqueles que se detestam kkk quero ler.
ResponderExcluirOlá, Luana. Asimov tem disso: além de criar uma história sensacional, ele insere assuntos do cotidiano das pessoas. Apesar de ser um livro com mais de meio século, dá pra dizer que tem temas bastante atuais (ou que nunca deixaram de ser alvos de debates). Vale a pena conferir.
ExcluirPrimeiramente, eu amei o bonequinho do Chucky!
ResponderExcluirA capa do livro é bem lindona, né?! Eu senti algumas referências ao filme Metrópolis, relacionado à história.
Oi, Marcos
ResponderExcluirNão li nada do autor, mas tenho vontade de conhecer sua escrita.
Nesse livro o enredo é bem futurista e pelo que pude entender na trama temos bastante detalhes desse futuro com robôs.
Um policial tendo que trabalhar com um robô deve ser fascinante ler sobre esse investigação com esse parceiro inusitado.
Vai para a lista de desejos, beijos.
Olá! ♡ Nunca li nada do autor, mas tenho muita curiosidade em conhecer a escrita dele, sempre vejo elogiarem bastante seua livros e sua genialidade.
ResponderExcluirAcho interessante livros com histórias futuristas, pois eles nos fazem refletir ao mostrar uma realidade mais próxima do que imaginamos da nossa.
Obrigada pela indicação! Beijos!
Oiii ❤ Achei tão original e interessante isso de as cidades terem crescido pra baixo. Essa parece uma sociedade não muito longe da nossa, já que sofremos com a superlotação e as máquinas já tiraram o emprego de tantas pessoas.
ResponderExcluirEstou curiosa para saber como Baley fará para descobrir quem cometeu o homicídio e tudo mais.
Essa parece uma ótima leitura.
Beijos ❤