Depois que você ler “Persépolis”, tenha certeza, a sua visão sobre as coisas mudará muito. Minha experiência com esse livro foi algo inexplicável, mas vou tentar trazer alguns pontos para você tentar compreender.

Em primeiro lugar, “Persépolis” é uma autobiografia em quadrinhos da Marjane Satrapi. Ela é iraniana e apenas por esse fato você já consegue ter uma vaga noção do que ela passou, simplesmente por ser uma mulher iraniana. Em segundo lugar, o Irã é um país do Oriente Médio muito presente nos noticiários por conta de seu governo autoritário e agressivo. Esses dois fatores apenas acentuam a gravidade da coisa, e a maneira como isso é contado deixa o leitor embasbacado.

Para te situar no ambiente da história, Marjane tinha apenas 10 anos de idade quando foi obrigada a usar o véu islâmico – mesmo que estivesse numa sala de aula com apenas meninas. Dá pra ter uma noção do quão absurdo isso é, né?! E esse é só um pequeno detalhe de tantos outros que a autora descreve pra gente.

Marjane nasceu numa família moderna e politizada, em 1979 ela assistiu ao início da revolução que lançou o Irã nas trevas do regime xiita. Em janeiro do ano citado, os islâmicos xiitas, liderados pelo aiatolá Rouhollah Khomeini, derrubaram o governo do xá Reza Pahlevi, que esteve no poder desde 1940 e aliado aos Estados Unidos, e proclamaram a Revolução Islâmica.

É com essa expectativa de mudança, 25 anos depois, que Marjane trouxe essa obra ao mundo, revolucionou e emocionou o leitor com as suas histórias. Desde cedo ela tinha consciência política, estava tomando ciência das situações – ainda que não tivesse conhecimento cem por cento sobre tudo, seus pais a ensinavam e ajudavam a ver as coisas de forma diferente.

Não dá pra descrever tantas coisas pelas quais a escritora passou, nem tampouco eu conseguiria. A leitura provoca incômodo, indignação e ficamos com uma sensação de frustração por saber que essas coisas acontecem e nada podemos fazer. Aqui, no Brasil, muitas mulheres são tratadas de forma desprezível, desvalorizadas no ambiente de trabalho, maltratadas pelos companheiros e muitas vezes nem sequer têm o apoio uma das outras. Porém, o que essas mulheres passaram e passam por lá é algo inenarrável. A gente finaliza a leitura com uma sensação de impotência.

É um livro pesado, tem uma história que é difícil acreditar, mas mesmo assim acredito que deveria ser leitura obrigatória nas escolas. É preciso abrir os olhos da sociedade, fazê-los enxergar as coisas que acontecem, e fazer de tudo para evitá-las. Para isso, é necessário levar conhecimento aos estudantes para que haja conscientização e mudança. Que livro, meus caros! Que livro!

Título: Persépolis
Autora: Marjane Satrapi
Editora: Companhia das Letras
Páginas: 352
Ano: 2007
Compre: aqui

10 comentários:

  1. Eu tenho um carinho tão grande por esse livro. Já o li e estou aqui agora olhando pra ele na estante enquanto deixo as emoções fluírem ao relembrar essa história nada fácil,mas sim, necessária demais.
    Penso que deveria chegar às escolas, como método de ensino. Seria prazeroso demais ver esse sonho acontecer!!!
    Beijo

    Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na flor

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  2. Vi você falando do livro lá no skoob.
    Imagino o quão forte é devastadora deva ser a leitura mas ainda assim importante e necessária

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  3. Amei a resenha. Sempre vi a capa do livro, mas nunca peguei para ler. É sempre bom ver a situação de outras mulheres para reconhecer certos privilégios que temos e também para dar o choque para lutar pela mudança.
    Beijos
    https://www.dearlytay.com.br/

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  4. Naty!
    Há muito desejo fazer a leitura desse livro.
    Temos de aprender a conviver com as diversas culturas do mundo.
    A questão da xenofobia para mim é inadmissível.
    Gostaria de acompanhar a jornada de Persépolis.
    cheirinhos
    Rudy

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  5. Comprei o livro e to beeem curiosa em conhecer essa historia.
    Esses livros que nos mostra culturas diferentes ou coisas q talvez n se ve é falado muito em escolas por exemplo, me interessa bastante.
    Acho que vai ser uma das minhas proximas leituras. Tem um outro da autora que quero muito ler tb.

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  6. Ola
    Livros assim baseados na dura realidade de muitas mulheres são leituras difíceis de fazer.



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  7. Uma boa oportunidade de conhecer um pouco mais sobre como as mulheres são tratadas num país com uma cultura tão diferente, e pensar nas coisas absurdas que ainda passam.

    Danielle Medeiros de Souza
    danibsb030501@yahoo.com.br

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  8. Oi, Naty! Tenho tanta vontade de ler Persépolis! Acredito ser aquele tipo de livro que transforma e marca de forma muito potente a vida do leitor. Deve ser doído e revoltante acompanhar a trajetória de Persépolis e perceber que é o retrato de tantas outras mulheres, crianças, gente de bem expostos a um regime autoritário.

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  9. Que diferente uma autobiografia em quadrinhos. Acompanhar histórias da cultura do oriente médio, principalmente em relação às mulheres é mesmo difícil. Realmente aqui no Brasil ficamos assustados com a crescente onde de desrespeito, não sei se vem aumentando ou se com a facilidade e rapidez da internet se divulga e expõe mais esse comportamento; mas culturalmente em alguns lugares lá fora a violência contra a mulher é aceita, dominando completamente sua existência. Livro necessário.

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  10. Olá! Aquele tipo de leitura que incomoda, mas ao mesmo tempo se faz muito necessária, ainda mais por cota dos últimos acontecimentos em relação a essa cultura e o quanto as mulheres sofrem, simplesmente por serem mulheres, definitivamente não tem como não ficar indignada.

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