A longa marcha

Hoje vamos falar de King! Dessa vez será com seu pseudônimo, Richard Bachman, usado entre 1977 e 1985 com a finalidade de publicar histórias angustiantes e surpreendentes.

A criação do pseudônimo se deu por duas razões: no início da sua carreira, os editores acreditavam que o fato de King publicar vários livros no mesmo ano poderia saturar o mercado com seu nome, deixando os leitores cansados de sempre ler e ver o nome do escritor estampado nas capas. Outro fator também seria para responder ao questionamento se o sucesso dele se deu em virtude do talento que possui ou se o fator predominante foi sorte. Desnecessário, eu sei – parece uma busca por autoafirmação de que ele é badass.

Sobre “A longa marcha”, o livro foi publicado em 1979 e agora, em 2023, a Suma inaugura a sua nova coleção que reúne os livros do autor como Richard Bachman. Aqui, vamos ser apresentados a uma narrativa distópica sobre uma competição em que os participantes não têm mais nada a perder, além da própria vida.

Nosso personagem, o jovem Ray Garraty, contrariando a própria mãe (que não fez como Will Domiêncio, haha. Eu não poderia perder essa piada nunquinha) decide participar da famosa prova de resistência conhecida como A longa Marcha. O vencedor é presenteado com “O prêmio” – e com isso pode-se divagar e desejar o que quiser ter pelo resto da vida.

No entanto, nem tudo são flores. A prova é difícil de ser cumprida, e ser derrotado lhe custará a própria vida. Afinal, o percurso é longo, e os cem participantes precisam percorrer as rodovias e estradas dos Estados Unidos, mas não é simplesmente caminhar bebendo Bourbon ou comendo Donuts com Coca-Cola.

A longa marcha

Os participantes precisam seguir numa velocidade mínima estabelecida, não podem diminuir o ritmo e nem parar para as necessidades básicas. Precisam ter constância ou acabarão morrendo antes de chegar no “final”. Qualquer infração que cometerem é motivo para sofrer advertência e, se acumular três penalidades, o jogador é eliminado.

Pela descrição já dá pra perceber que é uma história interessante e instigante, certo? Com uma pegada bem de Round 6. No entanto, diferente dessa série que citei, a história do livro aqui se tornou um problema para mim. Enquanto estamos lendo, a gente não sente empatia pelos personagens. São jovens que não conhecemos suas histórias, seus objetivos, não entendemos como foram parar lá e por qual razão. Enquanto eles percorrem os caminhos para sobreviver, ficam falando de coisas fúteis, piadas preconceituosas e que incomodam a vítima e o leitor. Pelo menos foi o que aconteceu comigo, a experiência pode ser diferente com você.

Eu gostei da premissa, mas não senti conexão com os personagens – e isso pra mim foi um problema, porque a cada morte a gente ficava se perguntando onde tudo aquilo iria dar. É claro que há um diálogo por trás mais profundo e reflexivo, sobre como as pessoas estão dispostas a arriscarem as suas vidas para tentar vencer e ganhar algo. Vale a pena o esforço? Vale a pena nadar e morrer na praia?

Independente de trazer os pontos negativos no meu ponto de vista, os positivos existem e são perspectivas diferentes – o que pode ter sido um ponto ruim para mim pode ser diferente para você. Então, leia e me conte a sua opinião depois.

A edição da Suma está linda, impecável! E não vejo a hora de ler mais um livro do autor como Bachman.

Outras fotos:
A longa marcha

A longa marcha

Título: A longa marcha (exemplar cedido pela editora)
Autor: Richard Bachman
Editora: Suma
Páginas: 288
Ano: 2023
Adquira: aqui

11 comentários:

  1. King!!!E suas obras rs inúmeras obras!Quando eu li sobre esse lançamento, fiquei toda empolgada pela premissa, mas aí as resenhas começaram e deu uma quebrada forte dentro de mim.
    Essas suas ressalvas são as da maioria das resenhas que li e mesmo sendo do Mestre, eu admito que estou com um pouco de medo de não ter uma leitura tão prazerosa!
    Mas..daremos uma chance né? rs
    Beijo

    Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na flor

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    1. Hahaha. Muita gente tem comentado isso, né? Vi muita gente reclamando até sobre o final do livro.
      Espero que leia, Angela. Vai com medinho mesmo rs

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  2. Oi, Natália! King é incrível! E pensar que ele usou de um pseudônimo por receio de saturar o mercado rs. Não li nada dele ainda como Bachman. A premissa desse livro me deixou muito interessada, uma loucura essa competição, típico de King. Esse distanciamento com os personagens talvez tenha sido mesmo um ponto a considerar. Mas quero muito ler!

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    1. Hahaha. Acho que você vai gostar, Lari.
      A premissa é realmente muito boa. Sobre os personagens... Isso acontece, mas não deve estragar a experiência, né?

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  3. Naty!
    Sou bem fã do King em qualquer fase, estilo ou pseudônimo.
    Mas sinto que não tenha tido empatia com os protagonistas, é sempre um risco que se corre.
    Ainda sim, gostei muito do enredo e vou procurar para ler.
    cheirinhos
    Rudy

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  4. King não para!!!
    Aqui a imaginar essa longa e exaustiva marcha! Eu nem tentaria kkkk
    Suas ressalvas são as mesmas que tenho visto em resenhas. Mesmo com elas, a leitura é bem instigante

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  5. Tenho seguido a linha cronológica (que achei no notion) para ler os livros do King esse é um dos próximos que vou ler e é bom que é curto comparando a outros dele.

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  6. Ola
    É cada enredo ...Nâo curto tramas que geram essa angústia. Por isso não leio os livros desse autor
    Comprei sem pensar um livro do King há muito tempo. Emprestei para uma amiga Ela leu e se sentiu angustiada Não li o livro e ainda escondi de meu filho que na época era adolescente e que estava de olho no livro

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  7. Interessante essa curiosidade sobre o King e suas publicações assinadas com pseudônimos. Não conhecia esse livro, mas no geral parece interessante, só lendo pra ver como funcionará para mim. Round 6 eu gostei também, mas nesse sem maiores aprofundamentos sobre personagens não sei como será. A edição tá linda mesmo.

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  8. Olá! Não sei porque ainda fico surpresa em conhecer mais um livro do King, gente é livro que não acaba mais hein, o bom é que leitor nenhum pode reclamar (risos). Ao ler a resenha, lembrei logo da série mesmo, acho que é praticamente impossível não fazer essa associação, mesmo para mim, que não assisti a série e só acompanhei os comentários, aliás, justamente porque o enredo não faz bem o meu estilo, por isso, acho que vou passar longe da leitura também.

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  9. Oi,
    Fiquei com vontade de ler.
    A premissa é ótima, e achei legal esse mata mata KKK horrível na realidade, mas gera um adrenalina pra quem lê.
    Sendo King já sei que é bom.
    Bjs

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