Herança Macabra

Hello, pessoas. Vamos para um livro de embrulhar o estômago, mas que vale muito a pena ser lido?!

Ignacio Suárez é um grande escritor mexicano, sendo seus livros policiais os mais famosos. Mas às vezes a fama pode ser tanto uma benção como uma maldição, coisa que nesse caso parece pender mais para o lado da segunda opção, já que certa noite Ignácio ao acordar percebe que algumas fotos foram jogadas por baixo da porta do seu quarto e neles estão duas jovens mortas e de forma idêntica às vítimas de um dos seus livros mais famosos.

O mais curioso de tudo talvez seja o fato de que ele já imaginava que isso poderia acontecer em algum momento e assim decide partir com rapidez para resolver algum problema, deixando Elena (sua namorada) sem saber o que está acontecendo, com nenhuma resposta e várias perguntas. É aí que começa uma história que alterna entre presente e passado, deixando o leitor curioso para desvendar todos os segredos que rondam o livro.

A primeira parte é geralmente contada por Elena e sua investigação particular sobre Ignacio e o que aconteceu com ele, ao mesmo tempo que o assassinato das duas jovens vem à tona através da perspectiva de outros coadjuvantes. Já a segunda parte é narrada através de um manuscrito deixado por Ignacio, que aparenta relatar todo o seu passado desconhecido e o porquê de algo tão sinistro o atormentar no presente.

Admito que essa segunda parte para mim foi a mais interessante. Não que descobrir o que estava acontecendo no presente não fosse, mas certamente o passado e a forma como ele é contado acabou gerando muito mais curiosidade e emoção, principalmente por ter partes tão tensas e pesadas. Misturando ficção com realidade, a autora mistura o personagem com o passado de uma assassina em série famosa do México que realmente existiu: A Ogra, uma assassina de crianças e bebês, que além de matar as suas vítimas também praticava a venda de jovens para famílias que não conseguiam ou adotar ou ter filhos.

Os dois acabam tendo um passado muito mais interligado do que se imagina e os relatos podem chocar algumas pessoas no início da história. Eles vão até se tornando mais leves com o decorrer da leitura, mas o início pode fazer com que algumas pessoas se sintam desconfortáveis. Porém, ao ler todas essas partes do passado, o leitor vai aos poucos ligando os pontos com o presente, despertando ideias do que pode ter acontecido. E é aí que na minha opinião entram as partes boas e ruins do livro.

Para mim, o final é um ponto fraco por alguns motivos. Ao chegar nele o leitor que tiver o mínimo de experiência com leitura do gênero, provavelmente, já vai está ligado do que realmente aconteceu, não tendo nenhuma reviravolta sinistra no final ou coisa do tipo. Junta-se a isso o fato de que um determinado acontecimento parece saído do nada para resolver liberar alguns personagens de um triste fim e dar certo impacto narrativo.

Mas ao mesmo tempo, acredito que devido ao grande ponto forte do livro, isso não faz tanta diferença. E esse ponto é justamente a escrita da autora. A forma como a narrativa foi construída e escrita deixa tudo muito interessante, levando o livro a parecer em certos pontos até mais uma narrativa autobiográfica do personagem do que um livro de ficção. Até por isso que as partes no passado chamaram muito mais minha atenção, por lhe fazer muito mais imersivo na história.

Isso deixa o leitor satisfeito com a leitura, mesmo sem grandes plot twists ou afins. A sensação de saldo positivo acontece e a autora está de parabéns por isso. É tanto que eu recomendo bastante esse livro para quem estiver procurando uma boa leitura do gênero.

Título: Herança Macabra (exemplar cedido pela editora)
Autora: Verónica E. LLaca
Editora: Faro Editorial
Páginas: 288
Ano: 2024 (Ano original 2021)
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4 comentários:

  1. Ainda não conhecia esse livro.
    Misturar passado e presente nesse gênero, é sempre uma boa sacada.
    Quanto a sua ressalva.... sobre o final.... um bom plot é sempre surpreendente maaaasss tem que ser bem inserido na história..... mas também ficar na receita básica pode ser bom.

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  2. Então rs Vamos por partes(alá Jack Picadinho)
    Eu estava com expectativas demais nessa história, até por ter isso, do parte real. E eu amar casos assim, onde a maldade humana impera.
    Mas.. me faltou muita coisa. Sei lá, ando meio macabra, então, senti falta de detalhes, de muitos detalhes. Das mortes, das motivações, de tudo.
    O final foi até bacana pra mim. Eu já até tinha meio que sacado alguma coisa, mas...
    Me decepcionei um "cadim" rs
    beijo

    Angela Cunha Gabriel

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  3. O livro traz uma mistura de ficão e realidade e passado e presente ,não lembro de ter lido livros assim mas eu não gosto de livros que fica alternando os tempos . Não conhecia essa serial killer denominada OGRA ,que horror!

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  4. Olá! Eita que não curto muito esse tipo de leitura, principalmente pelo fato dele trazer essa carga mais pesada a ponto de embrulhar nosso estômago, por outro lado eu amo um mistério e sou curiosa por natureza, então essa mistura de ficção e realidade chamou minha atenção, agora fiquei em dúvida se leria ou não, só tem vai poder dizer.

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