Alguns poderiam achar que seria um grande paradoxo ouvir dizer que deu uma pane geral no país e que não haveria, por tempo indeterminado, acesso à internet e estaríamos impossibilitados de usar os aparelhos celulares ou até mesmo que o próprio governo brasileiro resolveu abolir os meios comunicativos – banda larga e celulares – para que nos conscientizasse sobre a importância do contato mais “humano” ou porque haveria organização de outros determinados países que pudessem prejudicar o nosso.
E aí? O que fazer num caso desses? Será mesmo que sobreviveríamos a isso?
Na realidade somos adeptos ao meio em que vivemos. Somos acostumados ao que nos é proposto, por pior que seja.
Tantas pessoas trabalham, o ascendente tira seu “último suor”, e o que elas fazem? Continuam, porque precisam daquela “miséria” que ganham, comparado ao tanto que fazem. Submetem-se às exigências, para garantir o sustento e até mesmo o próprio emprego. Acabam, com o tempo, acostumando-se com a realidade – claro, isso não é uma regra, mas geralmente é assim.
Antigamente, nossos antepassados, não tinham tanta acessibilidade aos meios de comunicação que temos hoje e sobreviviam – mais do que muitos, atualmente.
Crianças, aos 9 anos de idade – ou até menos – estão conectadas, viciadas em mexer em celulares, mandar torpedos, ler suas mensagens diárias nos sites de relacionamentos e por aí vai – ao que chamamos de fim. Fim, porque elas acabam seguindo uma rotina e deixam de brincar, de aproveitar a infância com atividades que trabalham o desenvolvimento corporal, para relacionar-se virtualmente. Onde iremos parar? Onde estamos, de fato, chegando?
Ao acordar, milhares de pessoas, nem sequer tomam o seu café matinal e já sentam em frente a tela do computador para lerem seus e-mails, enviarem outros e assim segue a rotina viciosa.
Tudo com moderação é aceitável. Nada em excesso faz-nos bem e isso é uma delas. A internet foi feita para auxiliar-nos, é um instrumento para o trabalho, estudo, pesquisa e relacionamento – seja com pessoas próximas ou não. Ela facilita nosso convívio. Porém, há aqueles que extrapolam os limites e uns são necessários internarem, pelo quadro vicioso estar tão avançado.
Ouvir dizer: “O acesso a internet e a telefonia celular estão bloqueados”, com certeza seria um choque para muita gente – ousaria dizer para todos. Mas serviria de lição também. Às vezes é necessário desligarmo-nos um pouco do mundo para ligarmos o pensamento em nós mesmos, procuramos saber o que estamos fazendo de certo e errado. Serviria também para aprendermos a sentir falta das pessoas que estamos diariamente nos comunicando e muitas vezes nem sequer valorizamos. Assim, também, teríamos um tempo para lermos, tirarmos momentos de lazer com a família e amigos. Fazendo isso, tornar-se-ia uma rotina e ao voltar o funcionamento das redes, manteríamos aquilo que estávamos fazendo como o prazer diário e a internet seria apenas a válvula de escape – ou, por mais que ainda fosse um vício, a rotina do lazer, na maioria dos casos, ainda tornaria um hábito. Pois aquilo que fazemos e gostamos, queremos praticá-los sempre.
A banda larga nos ajuda e muito, mas é preciso sairmos um pouco e deixarmos o computador desativado, para que a vida fora dele possa ter o “UP” devido, por mais que para isso seja necessário dar uma reiniciada ou ainda passar o antivírus para tirarmos todo resquício vicioso que há em nós.