Ela entrou no bar, vestido vermelho engomado, o sapato brilhava que podia usá-lo como espelho e uma bolsa em suas mãos.
Sentou-se, ainda ofegante, pela longa caminhada em que fizera, tentando sair de um desespero constante em sua casa.
O garçom, a sua frente, perguntou o que ela desejara. Sem titubear, pediu uma dose de uísque com bastante pedras de gelo.
Ao seu lado, um jovem garoto, pele clara, cabelos negros, de terno e uma aparência invejável, pelos jovens mais velhos. Ele a contemplava em cada movimento, cada detalhe de suas mãos deslizando sobre os cabelos, ajeitando-os. Ele pediu a mesma dose ao garçom e disse que pagaria ambas.
- Não precisa, eu agradeço – disse ela, demonstrando constrangimento.
- Seria uma honra, senhorita. Eu pago! – respondeu.
Depois de muito insistir, ela resolveu aceitar a oferenda do rapaz.
O som estava alto, mal conseguiam conversar. Ele aproximou-se dela e começou a falar mais próximo ao seu ouvido.
Beberam cinco doses, cada, e pediram mais. Quando a última dose chegou, Francy disse:
- Você foi bastante bacana comigo. Obrigada.
- Não precisa agradecer, eu sou o garoto com a melhor das intenções. Você devia saber disso.
- E quais intenções boas são essas? – indagou, um pouco gaga, quase cambaleando.
- Se você quiser, posso te mostrar. Garanto que não irá se arrepender – ele disse ao seu ouvido.
- Eu quero saber então. Mostre!
- Tenho algo para você, está no andar de cima.
- E o que poderia ser?
- Uma boa dose de descanso numa deliciosa banheira com flores e vinho. Posso te deixar lá, você relaxa e depois te levo para casa.
Ela, curiosa e com vontade, resolveu aceitar. Estava cansada e as doses a deixou cambaleante.
Ele a pegou pela cintura e subiram as escadas.
No dia seguinte, saiu um anúncio no jornal em que dizia:
“Uma jovem moça, chamada Francy Taylor, de apenas 23 anos de idade, foi encontrada morta no quarto de um hotel. Ela foi agredida sexualmente. Teve sua garganta cortada, marcas de facadas por todo o corpo e ao seu lado um papel escrito: ‘Você facilitou as coisas!’
O garoto, de apenas 17 anos, é procurado pela polícia. Há dois anos ele comete o mesmo crime. Qualquer paradeiro desse jovem, comunique à polícia imediatamente.”
Margareth soluçava enquanto contava o caso ao delegado.
- Consegui escutar apenas uma parte da conversa. O som estava muito alto, me impedia ouvir. Mas sei de uma coisa: pelo que parece, eles não se conheciam. Eu já ouvi alguns casos desse rapaz, mas não sabia quem era.
- Iremos resolver o caso. Já temos suspeita de quem pode ser.
- Isso é ótimo. Eu posso descrever o rapaz e vocês desenham o retrato falado dele.
- Vá até a sala ao lado e lá eles farão isso com você – disse o delegado.
Ela seguiu o instrutor e a levaram até lá.
O delegado disse ao segurança da delegacia:
- Acabem com ela, mais uma testemunha perigosa. Não a deixem escapar, ela pode colocar tudo a perder. Não quero que meu filho seja preso. Vamos, depressa!
- Sim senhor. É pra já.
Que a semana comece bem pra todos nós. Que as experiências nos alarguem por dentro e nos melhorem… sempre. E que haja alegria. E serenidade quando houver dor. Porque isso tudo é só uma parte do processo. Desse eterno processo. Não percam o foco, nem a esperança. A meteorologia nem sempre está certa…
ResponderExcluirMarla de Queiroz
Boa semana!!Bjs
Uma história intrigante e muito bem contada.Acompanhei com interesse até ao fim. Parabéns,
ResponderExcluirBeijos
Graça
=O Caramba, que texto! Surpreendente e revoltante, mana!
ResponderExcluirÉ uma ótima premissa para um filme, não acha? xD
Enfim... você tem uma bela mania de sumir e eu também.
Espero você lá no blog. HEHE'
;*
É verdade... A justiça é boa quando machuca os outros, fere o outro, quando você só tem a ganhar. Mas quando nos afeta, ou aos nossos próximos, nós simplesmente nos esquecemos dela. Adorei o texto!
ResponderExcluirÓtimo final Naty, cades tu com mais histórias?
ResponderExcluirbeijoos.