Se existe uma palavra perfeita para definir este livro seria emocionante. A capa já dá indícios de que a história mexerá com você de muitas maneiras e, posso afirmar, comigo foi de todas as formas. Não existe uma página da história de Fabian que não tenha me emocionado.
Até que ponto uma pessoa é capaz de largar tudo e se
perder no mundo das drogas? Fabian sabe dizer essa resposta da maneira mais
dura possível: por experiência própria. Ele tinha tudo para ser bem sucedido e
ser um destaque na sociedade, mas foi arrastado para o caminho que as pessoas
mais abominam: o das drogas.
Se a sua vida como viciado estava ruim, tenha certeza,
ela poderia piorar e foi o que aconteceu. Fabian foi morar na tão conhecida
Cracolândia e se existia alguma esperança de mudança por parte dos seus
conhecidos ela foi quebrada quando o nosso protagonista (e muito real) atingiu
o fundo do poço.
Não existem palavras que possam exprimir a história
carregada de emoção contida neste livro. Não há lágrimas suficientes que possam
demonstrar a sensibilidade proporcionada ao leitor. É difícil delinear, em
poucas palavras, os sentimentos eternos que essa obra nos traz. São vinte mil
pedras no caminho da vida de Fabian, não daquelas que simplesmente impedem-nos
de passar ou machucam os nossos pés. São vinte mil pedras tragadas que corroem
o corpo, a alma e a dignidade de um homem.
No entanto, mesmo tendo fumado vinte mil pedras de crack
e mais tantas outras drogas, mesmo tendo atingido o fundo do poço, Fabian
ressurgiu, após ser internado 25 vezes. O livro carrega não apenas uma história
de um ex-usuário de crack, mas uma grande lição de esperança, de conquista e de
como não devemos subestimar as pessoas. Uma hora ela pode estar ali, mas no
minuto seguinte pode dar a volta por cima, assim como o nosso protagonista fez.
Poderia ficar o dia todo falando de motivos para você
ler este livro, mais outro dia falando os motivos de eu ter lido e gostado.
Mas, tenha certeza, poderia levar uma vida falando os sentimentos carregados
nessa história e mesmo assim não seria suficiente. Tudo o que eu disser será
pouco para qualificá-la.
Se biografias não fazem o seu tipo de leitura, se a
temática drogas não é algo que você gosta de ler, jogue fora todo o pensamento
negativo, abandone todo preconceito e gosto ruim. Simplesmente leia a primeira
página e você não conseguirá desgrudar até chegar à última.
Quotes:
“Eu culpo muito os colégios por onde passei por terem
me feito detestar ler. Isso mesmo. Nenhum deles conseguiu me mostrar o prazer
da leitura. Eu era um sujeito difícil. Mas acho que alunos como eu são aqueles
que separam professores, que só mostram o que sabem, de educadores que querem
entender como fazer o outro aprender. Infelizmente, só tive os primeiros” (p.
53).
“Uma coisa precisa ficar clara: chega uma hora em que
não é escolha. Como disse: a pessoa percorre um caminho e, sem que perceba, não
tem mais saída, a não ser percorrer de volta o mesmo caminho. Não tem mágica.
Não tem saída fácil. Chega uma hora em que a droga manda” (p. 288).
“O roteiro dessa noia era sempre parecido. Começava a
ver demônios, pessoas escondidas debaixo da cama, nos bueiros, atrás de portas,
atrás dos muros. Via pessoas me olhando e já começava a sentir dedos tocando
minhas pernas, mãos saindo de todos os lugares e querendo pegar minha pedra,
tentando pôr óleo na minha lata. E é real e te dá medo. São demônios. Quem
falar que eles não existem devia fumar uma pedra de crack pra entender” (p.
288-289).
Título: Vinte mil pedras no caminho (exemplar cedido pela editora)
Autor: Fabian Penyy Nacer e Jorge Tarquini
Editora: Geração Editorial
Páginas: 376
Ano: 2015
Imagino que esse livro deve ser uma leitura pesada e que te mostra um outro ponto de vista do mundo das drogas. Deve ser muito difícil sair de uma situação assim, e tenho certeza que o protagonista é muito forte por ter vencido essa luta no meio de tantas tentações. Acho muito bom a gente conseguir olhar para usuários de drogas como humanos que possuem uma doença, geralmente olhamos com desprezo e medo e isso só faz com que o ciclo destrutivo continue acontecendo. Torço para outros usuários conseguirem se livrar do vício que nem ele.
ResponderExcluirEis uma leitura emocionante que retrata a real verdade de um ex usuário de droga que passou por muitas dificuldades e hoje e exemplo para toda sociedade. Desde que sou do lançamento desse livro me interessei pela leitura, gosto de livros como esse que mostra a verdade e na a verdade e a pura realidade, espero poder ler esse livro logo.
ResponderExcluirOi Naty, lendo a sinopse e a resenha o livro parece ser bem pesado não é o tipo de gênero literário que eu costumo ler mas como sempre você faz ótimas resenhas bjs.
ResponderExcluirParece ser bem tensa essa história, pela descrição na sinopse.
ResponderExcluirMas é uma boa opção para leitura!
Obrigado, Naty!
Abraços e saudades
Naty!
ResponderExcluirGosto muito de biografias e se são instrutivas e impulsionadoras como essa, ainda melhor.
Poder acompanhar todo drama passado pelo protagonista e ainda seu ressurgimento e superação, deve ser bom demais.
“Desejo a voce e a sua familia um Natal de Luz! Abençoado e repleto de alegrias. Boas Festas!” (Priscilla Rodighiero)
cheirinhos
Rudy
http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
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Nossa que tema, amo um drama com certeza estar na minha lista de leitura para 2016.
ResponderExcluirOi Naty :)
ResponderExcluirO título do livro me faz lembrar daquele poema do Drummond "Tinha uma pedra no meio do caminho", no entanto, quando comecei a ler a sua resenha, entendi que tratava de outro tipo de pedra, essa menos abstrata e mais paupável.
Dá para perceber que é um livro que certamente mexerá com os sentimentos dos leitores, me parece impossível ler esse tipo de história e não sentir algo.
Abraços.
Minhas Impressões