Eu estou com medo de não conseguir transmitir em palavras
quão incrível e quão chocante esse livro é. Primeiro, não posso falar o porquê de eu
ter ficado tão atônita e com o estômago revirado, se eu dissesse estaria dando spoiler da única coisa que não pode ser
revelada sem estragar a descoberta que aos poucos vai deixando nós, leitores, estarrecidos. De início nos perguntamos “será que é possível?”, daí pensamos
“não, não pode ser”... Até que nos deparamos com a verdade e ficamos alguns
minutos sem fôlego e quando voltamos ao normal corremos para o Google porque precisamos pesquisar para
comprovar se aquilo é mesmo real e se verdadeiramente acontece fora das páginas
de um livro. E sim, acontece. Sim, é real. Choquei!
Mentiras como o amor nos apresenta uma família que acaba de se mudar após perder tudo que
tinham em um incêndio e se mudam para a Granja, uma propriedade antiga,
afastada e de aspecto abandonado em busca de um recomeço. Audrey é uma garota
extremamente carinhosa e que mesmo enfrentando uma depressão grave, se mantém
forte para não preocupar nem desestabilizar o irmão Peter de cinco anos, para
ela não existe nada mais importante do que mantê-lo em uma bolha feliz e para
isso ela se esforça em parecer normal e finge gostar da mudança mesmo que por
dentro ela esteja uma verdadeira bagunça e tudo que mais deseja é sair correndo
da Granja, mesmo que sua mãe insista que ali eles irão encontrar a felicidade.
Leo é um
garoto prodígio que mora com a tia na propriedade vizinha, ele é muito
inteligente e sabe tudo sobre qualquer coisa que lhe perguntam graças a pressão
que sofreu dos pais durante toda a vida para que fosse o melhor em tudo. Quando
os pais exigiram mais do que ele podia suportar, a pressão resultou em um
colapso nervoso, e só depois desse episódio é que ele conseguiu que os pais
freassem um pouco esses ideais de perfeição e o enviassem para morar com a tia que o deixa levar a vida de uma forma mais relaxada e sem grandes exigências.
Logo que
conhece Audrey, Leo sente uma atração esquisita por ela, tão esquisita que de
início ele não entende o que o faz pensar nela o tempo todo. O primeiro
encontro entre eles foi desconfortável, com nenhum deles disposto a representar
o “bom vizinho” para o outro e foi justamente esse desinteresse que acabou
fazendo com que ficassem pensando no outro até que eles se encontram estudando
na mesma escola. Escola essa que passa a ser o inferno pessoal de Aud quando
Lizzy, uma ex-paquera de Leo resolve perturbá-la por sentir-se ameaçada, a
perseguição sem motivo promovida pela garota beira o ridículo, mas nada que não
aconteça real oficial todos os dias por aí.
Aos poucos
vamos entendendo a doença de Audrey quando pequenos machucados surgem em sua
pele, cortes pelos braços e pernas e até mesmo agressões mais graves acontecem.
Quando viu Aud pela primeira vez, Leo viu ferimentos nos braços dela, ele não
entende mas suspeita que a garota se mutila e oferece conforto quando ela
precisa sem saber que o que a atormenta é muito pior, a Coisa que a visita toda
noite a machuca e ela não pode contar a ninguém porque irritar a Coisa pode ser
muito perigoso e, afinal, quem iria acreditar nela?
Conforme eles
vão se aproximando Audrey começa a sentir que o recomeço é mesmo possível e que
ela pode ser normal, mas a mãe insiste em afastá-los alegando que um
relacionamento pode agravar a doença de Aud e isso somado a outras atitudes de
Lorraine começa a nos irritar pela forma como ela sufoca Audrey, como se ela
fosse uma incapaz e como na maioria das vezes ao tentar protegê-la ela consegue
apenas piorar a situação e envergonhar a filha. Nunca uma frase de capa fez
tanto sentido, “nem sempre aqueles que mais nos amam são aqueles que nos fazem
bem.”
Mentiras como o amor me deixou estarrecida por apresentar uma narrativa de tirar o fôlego, perturbadora
e cruel ao mesmo tempo em que nos presenteia com uma história linda. É lindo ver
que pode existir amor em meio a tamanha infelicidade, é lindo ver que existem
pessoas puras de bom coração dispostas a ajudar sem receber nada em troca e é
lindo ver que família e até mesmo a apoio de um mero conhecido tem potencial para
curar e também dar forças para seguir em frente e suportar ainda mais
sofrimento.
“Ter coragem tem a ver com ser forte. E ser forte, bem... a força surge quando alguém é amado [...] se você sabe que é amado, então isso é tudo de que precisa. O amor lhe dá pernas de aço.”
Digo, sem medo de exageros, que essa foi minha melhor leitura do ano e que a autora Louisa Reid acaba de ganhar uma fã incondicional. Recomendadíssimo.
"[...] a felicidade é ser amada por quem você é sem nenhuma reserva ou hesitação, sem retroceder ou se importar com o que qualquer pessoa venha a pensar. Era confiança; era fé; era saber que o amor que você dá fica seguro no coração de outra pessoa."
Título: Mentiras como o amor (exemplar cedido pela editora)
Autora: Louisa Reid
Editora: Novo Conceito
Páginas: 432
Ano: 2017
Recentemente li uma resenha bastante parecida com a sua a respeito de tantos elogios em relação a estória, que apesar de tanta infelicidade, e tristeza, ainda sim podemos ver uma luz no fim do túnel capaz de lê salvar, e neste livro a luz no fim do túnel e o amor, que a personagem vai receber e doar, para outra pessoa que vai lhe apoiar e te tirar desta doença que aflige tantas pessoas. Quero muito este livro, e tenho certeza que vou me emocionar muito durante esta leitura, e querer vestir a camisa desta personagem, e ajuda-la.
ResponderExcluirParticipe do TOP COMENTARISTA de Julho, para participar e concorrer aos livros "O Casal que mora ao lado" e "Paris para um e outros contos".
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Oi Lana! É difícil ler esse livro sem sentir ele tocando a gente bem lá no fundo <3
ResponderExcluirEspero que você possa ler ele muito em breve e desejo que tenha uma ótima leitura, assim como eu. Beijos.
Humm, mas o livro parece bom heim. Não tinha me chamado muita atenção ainda mas gostei de ver o que falou. Se a história for linda assim mesmo deve valer a pena arriscar e ler então. Adoro tramas que conseguem tocar a gente assim, que faça a gente ver que o amor surge em meio a dificuldades, que existem pessoas boas e como o apoio da família faz diferença... parece bem bonito.
ResponderExcluirMe deixou curiosa agora ^^
Esse livro parece ser incrível, Vou dar um jeito de comprar ele o mais rápido o possível. Gostei do tema do livro sabe? disso que sempre a uma luz no fim do túnel, independente da bagunça que esta no seu interior, você pode encontrar a pessoa certa, como segundo o que eu entendi da sua resenha Leo é a pessoa da Audrey.
ResponderExcluirEstou muito curiosa pra saber o significado dessa parte aqui:" a Coisa que a visita toda noite a machuca e ela não pode contar a ninguém porque irritar a Coisa pode ser muito perigoso e afinal, quem iria acreditar nela?" só lendo o livro para poder saber que coisa é essa.
Simplesmente fiquei muito curiosa para saber o mistério deste livro, a história parece ser muito boa, uma história linda mas também com seus poréns, os problemas e conflitos dos personagens, fiquei curiosa para saber o que é a "Coisa", e saber o desfecho dessa história, sem dúvidas se eu tivesse este livro eu o leria imediatamente, mas como não tenho só me resta ficar na curiosidade e aguardar.
ResponderExcluirJéssica!
ResponderExcluirComo deve ser um livro doloroso, porque uma pessoa que se mutila, deve ter o estado psicológico bem abalado e deve mesmo fazer tratamento.
E como é bom ver que o amor de alguma forma pode curar e melhorar o ser humano.
Gostaria de poder ler.
“Bendito seja eu por tudo o que não sei, gozo tudo isso como quem sabe que há o sol” (Fernando Pessoa)
Cheirinhos
Rudy
TOP COMENTARISTA DE JULHO 3 livros, 3 ganhadores, participem.
http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
A capa é linda e a historia muito interessante. Com certeza eu um dia vou ler, amei a resenha e a ideia do livro, aliais é uma historia real. Acho legal a ideia de que as vezes quem ama é o que nos faz bem, pode parecer confuso, mas é real. Já vai para a minha lista de livros.
ResponderExcluirVisitem meu blog!
http://garotaeraumavez.blogspot.com.br
Obrigada!
Oi, Jéssica
ResponderExcluirUau! Já me deixou curiosa no primeiro parágrafo da resenha. Ainda não tinha parado para ver a premissa desse livro. Já amei a dica e quero ler. Parece passar uma mensagem muito linda, mas ao mesmo tempo chocar. A frase da capa realmente faz sentido. Obrigada por sua opinião.
Nossa Jéssica, que resenha estupenda *-*
ResponderExcluirFui fisgada pela premissa desse livro quando vi o lançamento, mas confesso que não esperava tanto assim do livro. Ledo engano. Que livro maravilhoso! Amo livros que trazem histórias que abordam temas fortes de uma forma extremamente realista e cruel, com uma narrativa nua e crua, sem contos de fadas ou romantização. Essa leitura promete ser angustiante e perturbadora, com uma carga emocional dramática intensa, não há como não ficar interessada em ler, pois amo livros desse estilo. Fiquei completamente curiosa para saber que doença é essa que aflige a Audrey.
Beijos
Oi Jéssica!
ResponderExcluirTo aqui super curiosa pra saber o que é essa "Coisa", que doença a Aud tem e o que aconteceu que te fez ir no google pesquisar se era real hahaha Preciso ler o livro pra ontem! Beijoss
Fiquei muito curiosa com esse livro que doença será essa e que coisa é essa nossa me deixou com a pulga atrás da orelha (rs) que mistério gira em torno da garota e que mãe que ela tem. Sem falar na crueldade que tem na historia me deixou intrigada em saber mais.
ResponderExcluirCARAMBA!
ResponderExcluirQue resenha incrível!!
É a primeira que leio sobre esse livro, confesso que comecei sem saber exatamente nada sobre ele e vou sair daqui querendo pra ontem. Amei cada detalhe velado que tu nos conta, já me apaixonei pelos personagens sem nem ter lido uma linha e a curiosidade pra saber o que tanto acontece na vida desses dois está a mil.
Resumindo: sua resenha me ganhou totalmente, preciso desse livro!
Bjs!
Não conhecia o livro e o título não me interessou, mas depois de ler a resenha eu fiquei muito intrigada.
ResponderExcluirJá imaginei mil coisas aqui e mil desfechos, agora estou louca para ler.
Olá, Jessica!
ResponderExcluirComecei a ter uma teoria sobre a Coisa e considerando que a Granja só está a Audrey, a mãe e o irmão, ela pode ser quem normalmente não é imaginado como esse tipo de pessoa.
Aliás, a Lorraine sufoca a filha pensando que vai ajudar a salva-la, mas acaba a maltratando mais do que a Coisa, afastando de um rapaz que a ama de verdade e que a ajuda a superar a depressão.
Um abraço!
Fiquei mega curiosa para saber o que te chocou tanto, só lendo Mentiras como o Amor pra saber, né?! E é o que pretendo fazer assim que tiver a oportunidade... Tenho certeza que vou amar conhecer a história da Audrey. Valeu pela dica.
ResponderExcluirAmei os dois quotes que você colocou na resenha!
Abraços!
Oi, Jéssica!!
ResponderExcluirFiquei bem curiosa com tudo que você colocou na resenha, agora preciso ler o mais urgente possível para saber tudo sobre essa estória!!
Beijoss
Confesso que tenho sentimentos confusos a respeito de realizar esta leitura ou não... Fiquei curiosa e ao mesmo tempo receosa pela proporção da carga emocional do livro. A escrita da autora parece ser incrível, porém o tema me deixa incerta.
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