O bom mistério não precisa necessariamente ter uma história com elementos fora do comum, afinal, se assim fosse a gente chamaria de fantasia. Assim como não precisa ter o nome de um autor famosíssimo recomendando a obra logo na capa. Precisa ter uma narrativa impactante, uma história envolvente e imprevisível.
O casal que mora
ao lado não é um deles. Quando
iniciei a leitura já imaginei quem seria o culpado e deduzi baseado na
narrativa da autora. Embora
a leitura tenha sido veloz, a forma como a autora resolveu contar a história
parecia algo superficial, ralo e sem muito envolvimento em alguns momentos. No entanto, em boa parte do tempo a narrativa da autora nos prende e mal vemos a hora passar pela curiosidade excessiva.
Antes de continuar a minha opinião precisa e não
muito positiva, vou contar um pouco sobre o que é o livro. É aniversário de
Graham, sua esposa Cynthia decide convidar seus vizinhos, Anne e Marco, para um
jantar. Porém, existe um pequeno detalhe nisso: Cynthia pede para que o casal
não leve o bebê, pois não suporta crianças chorando. O casal recebe a infeliz
notícia que a babá não poderá ficar com a menina e, então, Marco sugere que a
criança fique sozinha em casa com a babá eletrônica.
O que tinha tudo para ser bizarro e fora do comum,
claro, acaba acontecendo. Não sei como funciona fora do país, mas aqui não
temos este hábito e deixar uma criança sozinha em casa, com uma babá
eletrônica, é a coisa mais absurda que os pais poderiam fazer. Concordam?
Confiantes, eles decidem aceitar o convite e fazem como combinado: a cada meia
hora, cada um dos pais fica responsável por olhar a pequena Cora.
Quando o relógio sinaliza 00h30 é a vez de Marco ir ver
sua filha e tudo está bem, dentro dos controles. Como a noite estava animada,
eles ficam mais um pouco conversando e bebendo. Ao retornarem, eles observam
que a porta da frente está entreaberta. Ao entrar no quarto da menina percebem
que ela não está mais no berço. Alguém a levou. Quem?
Essa é a pergunta que predomina e os pais não sabem
o que fazer. Enquanto um liga para a polícia, o outro olha os cômodos para
saber se de fato ela não está por aí. Nada. Levaram-na.
O livro prima por desvendar o que aconteceu com Cora,
se está viva, morta; o que aconteceu com a casa, se arrombaram, se quem entrou
tinha a chave ou se simplesmente esqueceram a porta aberta. Para mim, esse foi
um dos pontos falhos da obra já que não há nenhum envolvimento emocional do
leitor, o que existe é apenas uma curiosidade ferrenha em saber se algo mais acontecerá
– e só.
É fácil acertar o que acontece, não em cada momento
e com detalhes precisos, mas não é nada que tire nosso sono e que nos faça
pensar: “Uau! Que história mirabolante!” Não sei se estou sendo crítica de
forma demasiada, talvez seja pelo fato de eu ler muitos livros do gênero e não
são todos que me descem de forma fácil, não são todos os autores que me enganam
com pouca coisa. Um dos últimos livros que li do gênero e que gostei bastante
foi Uni-duni-tê e vi pessoas
criticarem alguns pontos nele. Porém, com O
casal que mora ao lado tenho observado que as pessoas estão no oito ou
oitenta, uns gostaram e outros detestaram, acabei ficando no meio termo.
É um livro bom para quem está iniciando a leitura do
gênero ou para quem não tem um olhar tão crítico e observador. Pelo fato de eu
analisar ponto a ponto e não admitir alguns detalhes, não é tudo que me desce
na garganta como chocolate quente. Pode ser que para você a experiência seja
bem diferente, acredito que vale a tentativa. A leitura é fluida e consegui
finalizar o livro em menos de três dias.
A capa me agradou bastante e me fez imaginar como
seria a história exatamente naquela imagem exposta. A revisão foi bem feita e
encontrei apenas um erro insignificante, que não prejudica na compreensão do
contexto. A diagramação é excelente, o espaçamento e o tamanho da fonte são
confortáveis. O único ponto negativo fica por conta do conteúdo, a estética não
deixou a desejar.
É certo que O casal que mora ao lado está longe de ser o melhor livro do gênero, mas para quem deseja ler para tentar desvendar um mistério ou outro, para sair de uma ressaca literária ou até mesmo para fazer uma leitura rápida numa viagem, certamente vai se envolver com a história.
É certo que O casal que mora ao lado está longe de ser o melhor livro do gênero, mas para quem deseja ler para tentar desvendar um mistério ou outro, para sair de uma ressaca literária ou até mesmo para fazer uma leitura rápida numa viagem, certamente vai se envolver com a história.
Título: O casal que mora ao lado (exemplar cedido pela
editora)
Autora: Shari Lapena
Editora: Record
Páginas: 294
Ano: 2017
Sério que deixaram a criança sozinha para irem comer? Kkkkkkk nem se fosse coxinha ou pizza. Você vê que o livro tem algo errado quando já começa por aí kkkkkkk. Pior que deu vontade de ler só por um absurdo desse kkkkkk.
ResponderExcluirO total abandono dos pais eu já sabia que rolava entao nao me surpreendi mas sua opniao me deixou chocada porque vi mais opnioes oitenta do que oito rss tanto que ele está na minha wishlist de aniversário, ou seja, está no top 50 dos meus desejados. Depois dessa nao desisti de ler mas dei uma desanimada.
ResponderExcluirNatália!
ResponderExcluirTive oportunidade de participar do Mochilão da Record que teve aqui na cidade e desde a explanação sobre o livro, fiquei bem interessada, porque parece um daqueles thrilers que consomem o leitor de forma intensa, ainda mais quando tem um bebê envolvido...
Tem pai que não tem noção mesmo, como deixar uma criancinha sozinha em casa? Tinha de dar algo errado mesmo.
Entendo os questionamentos que fez e acho bem pertinente, mas ainda assim quero poder ler.
Desejo uma ótima semana!
“A vida guarda a sabedoria do equilíbrio e nada acontece sem uma razão justa.” (Zíbia Gasparetto)
Cheirinhos
Rudy
TOP COMENTARISTA DE AGOSTO 3 livros, 3 ganhadores, participem.
Ja quero kkkkk gostei de ouvir algo negativo, até entao sk havia ouvido coisas positivas. Beijo
ResponderExcluirTalvez alguns pontos citados na resenha seja o meu caso, eu por exemplo não tenho costume de ler livros do gênero, mas ainda sim me interessei por esta leitura, mesmo que não seja nada mirabolante, ainda sim me cativou, pelo fato de me parecer ser um mistério intenso, daquele que nos prende, e além do mais e rápido e cativante, e acredito que será uma oportunidade começar com este e evoluir para estórias do gênero que sejam mais complexas.
ResponderExcluirParticipe do TOP COMENTARISTA de AGOSTO, para participar e concorrer Ao livro "Dois Mundos", o primeiro da série "Tesouros da Tribo de Dana" da escritora Simone O. Marques, publicado numa edição linda pela Butterfly Editora.
http://petalasdeliberdade.blogspot.com.br/
Posso estar sendo muito prepotente/louca mas só de ler a resenha meio que já imaginei quem sequestrou a criança hahaha
ResponderExcluirGosto muito de livros do gênero mas acho que esse não me agradaria, qdo acostumamos com livros que nos prendem do começo ao fim é difícil gostar de algum mais obvio.
Li muitos comentarios positivos sobre esse livro e tinha ficado bem interessada em todi esse em torno do desaparecimento do bebê, achei que serie empolgante e com grandes reviravoltas e sem falar no culpado que achei que serie muito dificil para o leitor descobrir, mas pelo não é tudo isso, mas pretendo ler assim mesmo algum dia.
ResponderExcluirNo exterior é super normal deixar a criança com a babá eletrônica para ir em lugares próximos, então quanto a isso, não tem muito o que reclamar, para nós, é um absurdo, mas para eles, é super normal, como não costumo ler livros de suspense, provavelmente só descobriria o que aconteceu quando a autora revelasse, mas quero ler pois como você disse, é um bom livro para quem não está familiarizada com o gênero.
ResponderExcluirBeijos!
Oi Natalia, tudo bem?
ResponderExcluirEu não li o livro ainda, mas adoro um bom mistério então fiquei bem curiosa quando eu o vi pela primeira vez. É uma pena que a estória tenha sido tão previsivel pra você, talvez para quem não tem muito contato com o gênero seja mais dificil de adivinhar o que acontecerá.
Beijos
Já estou com ele na estante, e estou bem intrigada com sua historia. Não é um gênero que tenho muito o hábito de ler, então creio que será uma historia que irá me prender. Quando peguei o livro fiquei um bom tempo encantada com sua capa, realmente é muito linda.Creio que quando for realizar a leitura dele não irei com tanta expectativa, para não me decepcionar com a historia.
ResponderExcluirGostei do seu ponto de vista, ainda não tinha observado dessa forma e faz todo o sentido. A capa da a entender que é O mistério, desperta curiosidade e tal. Quero muito ler esse livro, porèm quando eu for ler terei outra visão. Deixar uma criança sozinha com uma baba eletronica é totalmente sem sentido.
ResponderExcluirOlá, Natalia!
ResponderExcluirJá li muita gente falando que o mistério desse livro é muito raso e não verosímil. Penso que só em uma cidade pequena e que todo mundo se conhece é que os pais deixam sozinha a filha em casa, mas hoje em dia, isso seria impossível é muito mirabolante.
Eu até achava que o foco do livro seria os pais tentando provar que os vizinhos eram os culpados, mas já li por aí que não é assim e isso já me frustrou essa imagem que tinha do livro.
Um abraço!
Que thriller envolvente, hein? Logo de cara já me senti que devo ler esse livro o mais rápido possível. O livro trás um mistério que envolve um desaparecimento de um bebê, desconfianças e muita intriga. Fiquei mega curiosa pra saber o final dessa historia. Parece-me ser um livro que se lê em menos de dois dias! Já quero!
ResponderExcluirBeijos.
Oi, Nathy!!
ResponderExcluirGostei muito de livros de suspense e mistério e desde o lançamento fiquei bem interessada nessa estória, mas até o momento não consegui, que sabe agora na BF em consiga adquirir.
Bjoss