Devo confessar duas coisas: 1. Não sei por que comprei; 2. Não sei por que comecei ler.
Explico: quando essa trilogia foi lançada, eu tinha muita vontade de ler. Foi então que eu ganhei o livro de presente e li. Só que eu não gostei. Na verdade, há um mundo de imaginação muito forte, extenso e de brilhar os olhos, mas não gostei da narrativa, do enredo, da pouca ação que se desenvolvia. Então, por que eu comprei os outros dois logo agora, seis anos após ler o primeiro? (Porque estava $10). E por que eu decidi começar ler? Bom, essa pergunta fica sem resposta.

A hipótese que eu levanto é a de que foi meu anjinho da guarda leitor que me iluminou a ler (às vezes ele erra, mas beleza) porque foi uma das melhores leituras que fiz esse ano.
Este é um trabalho sensacional e se você espera encontrar páginas pegando fogo soprado por dezenas de dragões, pode esquecer; a história aqui tem muito mais significados: família, amizades, brigas (e muitas) e, claro, amor.

E nessa releitura encontramos personagens dos quais estamos acostumados a acompanhar desde pequenos, muito diferentes.


Houve uma enorme evolução. E não sei dizer se foi minha como leitor ou de Draccon como escritor, mas foi uma leitura muito prazerosa.

Mas, como diz meu amigo Marcelo d2: "Porém... Há porém!"

O subtítulo nos brinda com "Corações de Neve", sobrenome da Branca de Neve, representada aqui no livro. Há uma moça bonita (subentende-se que seja ela) e sete senhores encapuzados logo atrás (subentende-se que são...?). Então, eu pensei se tratar de um conteúdo mais voltado para ela, porém, não é o que temos. O livro gira praticamente inteiro em torno de um torneio de pugilismo, com outras histórias a tiracolo, marginais.

Foi ruim? Me enganou. Mas não foi. Não foi porque as histórias paralelas se agregam numa narrativa fantástica de modo que exploram os sentimos humanos mais íntimos e profundos. E Raphael Draccon narra as lutas de boxe de uma maneira a parecer que se está assistindo a uma luta do Maguila.


Teve alguma coisa ruim? Teve: os diálogos adolescentes. Draccon transforma os adolescentes em verdadeiros brasileiros. A gíria "pô" e "sabe?" no final da frase é muito irritante. E aparece direto. Parece que ele tenta incorporar um "Diário da Taty" aí, mas que não cai bem, porque todos os outros diálogos não chegam nem perto de serem parecidos. Sem contar que, repito, é muito irritante!!

Outra coisa, trata-se de uma literatura fantástica, mas você só percebe isso de vez em quando, pelo menos até o torneio de pugilismo chegar ao fim, momento em que as lutas (fora do ringue) começam a ficar mais sombrias. Porém, céleres.

Ademais, podem esperar por páginas muito bem desenvolvidas, cheias de referências de vários mundos, inclusive literários e cinematográficos. Ah, sim. Outro ponto a se questionar: há momentos em que as referências mais parecem uma cópia grotesca do que uma forma de referência. E confesso que uma delas me deixou meio fora do sério. "Capitães da Areia" não merecia aquilo.


Título: Dragões de Éter – Corações de Neve
Autor: Raphael Draccon
Editora: Leya
Páginas: 495
Ano: 2010

10 comentários:

  1. Já li algumas resenhas sobre esse livro mas num dei bola, sua resenha foi completa e sincera. Fiquei curiosa para ter minha opinião.

    Visite: www.carpediemmica.blogspot.com.br

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  2. Oláá! Tudo bem?
    Gostei muito de ler a sua resenha, porque é um autor que eu nunca li nada, mas tenho bastante vontade!
    Bom saber que o primeiro não é tão bom assim, mas que melhora no segundo! ^^
    beeijo

    https://lecaferouge.blogspot.com.br/

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  3. Oi, Marcos. Não entendi bem a proposta do livro.... É um torneio, só que sendo sobrenatural? É algo diferente, diga-se de passagem!

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  4. Eu tenho o box desses livros, mas ainda não comecei a ler. Uma pena você não ter gostado do primeiro, mas legal que agora você teve uma outra impressão do outro.. Espero gostar da história..

    http://www.vivendosentimentos.com.br

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  5. Olá, Marcos.
    Eu e meu sobrinho sempre trocamos opiniões sobre livros e autores e confio muito na opinião dele. Então quando ele me disse que não gostou dos livros do autor eu nem quis conferir. E pelo o que você disse na resenha acho que é um livro que eu não iria gostar mesmo. Então vou deixar passar.

    Prefácio

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  6. Marcos!
    Leitura lenta é difícil de acompanhar, no entanto acredito que o livro tenha o lado bom de trazer uma filosofia complementar atrativa.
    No momento não poderei acompanhar a série, quem sabe mais para frente?
    Desejo Um domingo fabuloso e Novo Ano repleto de realizações!!
    “Chega de velhas desculpas e velhas atitudes! Que o ano novo traga vida nova, como o rio que sai lavando e levando tudo por onde passa.” (Desconhecido)
    cheirinhos
    Rudy
    1º TOP COMENTARISTA do ano 3 livros + Kit de papelaria, 3 ganhadores, participem!

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  7. É legal quando a gente acaba lendo algo que nem pretendia e não tinha muita fé e gosta né. Parece destino xD
    Achei interessante a história desse, por como brinca com uma fantasia, mostra lutas desse jeito (coisas que normalmente nunca vejo) e uns temas mais reais e humanos, com bastante sentimento e tal. Pode ter uma história um tanto diferente por isso.
    Confesso que tenho birra com narrativa onde exageram nas gírias e falas desse tipo que ilustrou. Ahh me irrita. Mas quem sabe né, no todo pode ser bom e isso nem prejudica tanto.

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  8. Tenho vontade de conhecer a escrita do autor, mas achei que esse livro envolvia dragões e algo elativo as eles, na verdade pensei que seria o foco rs. Tirando a parte da gíria parece ser muito bom e bem trabalhado, adoro quando tem referências, mas que agradam.

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  9. Oi, Marcos!!
    Poxa, esse livro não chamou em nada a minha atenção!! Então vou passar a indicação!! Pois, não suporto gírias em livros.
    Bjoss

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  10. Não conhecia a história, mas também adoro comprar livros que não conheço só porque estão a 10 reais kkk. Mas voltando pra resenha, gostei bastante da história, me chamou bastante atenção esse titulo e fiquei pensando se os personagens são humanos ou não. Não sei se leria, mas vou deixar na minha lista

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