Vamos por partes: Primeiramente, eu preciso dizer que esse livro superou o primeiro em muitos aspectos. Então, vou tentar explanar um pouco o contexto da história sem soltar spoiler do livro anterior.

Após todos os conflitos em A Escola do Bem e do Mal, nossas protagonistas, Sophie e Ágatha, estão de volta ao vilarejo de Gavaldon. Por causa das vitórias e por serem as únicas a voltarem da Escola, agora as duas são consideradas heroínas por todas as pessoas da região. Mas é claro que a calmaria não dura muito tempo. Ainda falta algo. O famigerado “final feliz” pelo qual as personagens procuram tanto desde o início da saga ainda não chegou.

Passados alguns meses desde a sua volta, Sophie assiste, consternada, ao seu pai planejar um novo casamento com a mulher que era a melhor amiga da mãe da garota. Por outro lado, Ágatha vive à sombra de uma paixão que teve início ainda dentro da Escola do Bem e do Mal e que foi interrompida quando as garotas tiveram que voltar para as suas normalidades.

Por inconveniência, é um pedido pelo “Felizes Para Sempre” que traz vários problemas à tona. Por causa disso, as meninas retornam à Escola do Bem e do Mal, que agora está de cara nova, com outro diretor, que deseja caçar e punir Sophia a todo custo. Além de novos princípios, afinal, o local que, anteriormente, era dividido entre bem e mal, agora é dividido em meninos e meninas. Nesse contexto, as rivalidades entre as duas escolas se intensificam ainda mais.

Com a mudança de diretor, posso afirmar que a história tomou alguns rumos completamente diferentes do que se imaginava no primeiro livro, muito melhores, no caso. Diferente do primeiro volume, aqui a questão já não é a disputa de egos sobre quem vai ser ou não ser princesa. O clímax está focado na lealdade entre as protagonistas, afinal, cada escolha nesse livro tem como consequência uni-las ou afastá-las. Nesse caso, Ágatha será posta constantemente ao ato de decidir entre o amor e a amizade.

Além disso, os vilões são melhor trabalhados aqui, tenho certeza que esse ponto foi minuciosamente explorado justamente para dar continuidade à trama com o próximo livro.

A narrativa de Soman também se tornou mais envolvente. Não sei, talvez tenha sido a familiaridade com a história e o conhecimento prévio das personagens, mas o que importa é que todos os episódios foram muito bem escritos e colocados. Ao contrário do primeiro livro, que foi uma montanha russa quanto ao decorrer da história, em Um mundo sem príncipes tudo tem a capacidade de deixar o leitor curioso e tentado a virar a próxima página.

Achei bem legal que o leitor pôde conhecer um pouquinho mais da história das protagonistas. Nós vemos cruamente a relação de Sophie com o pai e podemos ver também o quanto ela sofreu e ainda sofre pela falta da mãe, que faleceu há algum tempo. Bem como o casamento de seu pai mexe muito com o psicológico da garota. Por conseguinte, Sophie luta ao tentar controlar seus poderes, bem como, conter a bruxa que vive dentro dela. Já Ágatha vive uma dualidade.

O livro é voltado para o público infanto-juvenil, mas isso não impede que qualquer pessoa leia e possa desfrutar da trama e das mensagens reflexivas nas entrelinhas.
Sobre a edição: Estou aqui, mais uma vez, única e exclusivamente para ressaltar essa capa maravilhosa e essa diagramação de fazer um leitor babar, se é que isso não ficou explícito na resenha do primeiro livro. Logo nas primeiras páginas, o livro ostenta uma ilustração belíssima de um mural dividido entre meninas e meninos, que explicita bem a história. Ademais, há também as ilustrações no início dos capítulos e outros detalhes lindíssimos durante a narrativa. A fonte está num tamanho perfeito e eu não encontrei esses. O único defeito, realmente, no quesito, é a falta de travessão para elucidar as falas – em vez disso usa-se aspas.



Titulo: Um mundo sem príncipes (exemplar cedido pela editora)
Série: A Escola do Bem e do Mal - vol. 2 Autor: Soman Chainani Editora: Gutenberg Paginas: 318 Ano: 2015

13 comentários:

  1. Oi, Mariana.

    Por ver que as coisas se intensificam aqui,
    que o autor soube aproveitar e dosar bem o enredo e nos remetendo ao papel igualitário entre os gêneros opostos, é uma série que estou quase convencida a ler.

    Visto que, em seus livros há sempre uma mensagem deixada pelo autor, por saber reaproveitar solenemente os aspectos da história.

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  2. Olá Mariana! Confesso que a premissa do livro infelizmente não me atraiu muito, não é o tipo de livro que costumo ler.

    www.estante450.blogspot.com.br

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  3. Eu já tinha visto algumas coisas sobre o primeiro volume dessa série, mas ainda não li. Eu gosto de juvenis, então achei a dica interessante. O cenário e as situações são promissoras e saber que nesse volume o enredo é melhor desenvolvido é um ponto a mais na minha opinião, ainda mais com vilões mais bem elaborados. Dica anotada. A edição está mesmo linda.

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  4. Mariana!
    Fico bem curiosa por saber o que acontece nos livros da Escola do bem e do mal.
    São tantos segredos e reviravoltas que quero acompanhar.
    Boa semana!
    “.Aquilo que eu não sei é a minha melhor parte! “ (Clarice Lispector)
    cheirinhos
    Rudy

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  5. Oi Mariana,
    Eu estou com muita vontade de ler esses livros! Faz um tempo que eu vi o primeiro livro, e fui pesquisar um pouco sobre ele, fiquei bem interessada! Quero ler logo

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  6. Oi Mari,
    Sendo sincera achei o primeiro livro mais interessante do que esse, gostei de conhecer mais das personagens em si, e não tanto das pessoas em sua volta. Outro ponto que pra mim não agrada tanto é o romance inserido, achei meio desnecessário. Maaaas, só lendo para te certeza, minha maior curiosidade é sobre o novo diretor da escola, tenho a impressão de que será um novo e bom vilão.
    Beijos

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  7. Até agora eu só li o primeiro livro e confesso que eu amo mei de uma forma incrível vi que vai lançar o quarto volume eu sinceramente achei que fosse só uma duologia mas vai lançar o terceiro livro e agora anunciaram o lançamento do quarto livro para Bienal então eu vou esperar esse lançamento para voltar a reler a série

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  8. Olá, Mariana!

    O recurso de dividir meninos e meninas nas escolas da trama me faz lembrar aqueles games shows no estilo "guerra dos sexos" nos programas infantis dos anos 90. Quase sempre os garotos ganhavam (e isso me dava uma raiva), mas tais jogos já eram um tipo de segregação e de definições de papéis nas crianças que hoje não são mais aceitos, não só pela questão do gênero, mas porque insistia em dizer que homens e mulheres eram diferentes. Mesmo com a nova onda feminista, isso persiste e até há mulheres que querem provar que seu gênero é o melhor, ignorando que o que queremos é ser vista como iguais, com os mesmos direitos e deveres dos homens.
    Em Um mundo sem príncipes, a divisão possui o mesmo efeito. Não se consegue achar um meio termo para que homens e mulheres voltem a ficar juntos e Sophia e Ágatha precisam se unir não para tornar a escola feminina melhor que a masculina, mas sim retomar o equibrio que foi perdido ao sair da escola e os preconceitos de Galvadon, já que a escola ainda é vista como vilã por causa dos sequestros dos alunos para serem personagens de contos de fadas, que deveria ser considerado como algo legal e não uma maldade.

    Um abraço!

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  9. Já fiquei curiosa para ler o primeiro livro, agora então, mais curiosa ainda com esse segundo. Acho que as personagens irão amadurecer mais conforme os fatos que viveram e ainda irão viver. Os personagens homens que compõem a trama, só trarão ainda mais conflitos, porém com grandes finais!!

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  10. Oi Mariana!

    Há pouquíssimo tempo ouvi falar pela primeira vez sobre o primeiro livro dessa série, e fiquei encantada logo de cara, apesar de ser como você disse voltado para o público infanto-juvenil realmente qualquer pessoa pode ler e aproveitar a história, comecei a ler o primeiro e estou adorando e to super ansiosa pra saber mais sobre a história.

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  11. Sinceramente eu achava que esse livro fosse bem chato, acompanhando as resenhas estou mudando de opinião e creio que vou dar uma chance na leitura desse livro.

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  12. Oi! Eu estou doente já pra fazer essa leitura! Quando li sobre o primeiro livro, confesso que fiquei interessada pela capa, que eu achei maravilhosa e muito diferente, mas lendo sobre a história, fiquei ainda mais curiosa! Estou querendo acreditar que vou achar a trama tão boa quanto desejo. Parece que vai ser mesmo, segundo sua resenha deste segundo livro! Amo fantasias e este tem tantos elementos que prometem deixar tudo mais interessante! Fiquei contente em aber que tudo melhora, e que as duas agora são consideradas heroínas, embora eu pensasse que uma delas ia se tornar vilã.. E agora é hora dos romances! Quero muito muito ler!!

    Bjoxx ♥

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  13. Nossa adorei essa história, não conhecia e talvez por isso não tenha intendido muito. Vou pesquisar a resenha do primeiro livro. Fiquei bem intrigada com essa escola do bem e do mal e em como as meninas foram parar la. Pelo que vi antes elas estavam em lados opostos mas nesse livro vão precisar lutar juntas e fazer muitas escolhas difíceis.

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