É uma história tão difícil de ler, escrever e, obviamente, vivenciá-la. A sensação de incapacidade é grande, enquanto percorremos a leitura; a sensação de impotência por sabermos que algo tão desumano acontece e nada podemos fazer a respeito.

Nada será capaz de dizer o quanto essas mulheres sofreram e sofrem por ter seus direitos violados. As mulheres do Iêmen parecem fantasmas. São tratadas como objetos por seus companheiros. Aliás, algumas são piores do que isso, pois receber um tiro do próprio esposo e ficar paraplégica é o cúmulo pra mim.

As meninas são obrigadas a se casarem cedo, com 11, 12 anos. São escravizadas, violentadas e, por vezes, assassinadas. São obrigadas a usar o niqab, um véu negro que cobre todo o seu rosto, deixando apenas os olhos de fora. São vítimas da própria família, da própria sociedade, que julga a forma que vivem, o que precisam fazer, ditam como devem se portar e trabalhar com algo que não tenha homens por perto. Elas são vítimas do próprio país, que tem o dever de protegê-las.

Aos poucos, elas tentam ter o seu espaço, através de uma revolução silenciosa, buscando sua liberdade. Aqui temos a história de Aisha, Sabiha, Hamedda e Houssen, mas existem outras. São tantas. Incontáveis. É uma reportagem em quadrinhos incrível!

A leitura é rápida por conta do número de páginas e pelas ilustrações facilitarem o desenvolvimento. Mas a lição que o livro carrega não dá pra esquecer. É triste saber que tantas mulheres passam por isso. É triste saber que num país como o Brasil a mulher é tão desprezada, mas que não chega aos pés do que vivem nos países árabes.

É um livro que deveria ser lido nas escolas, por mulheres, homens... Deveria ser debatido entre os alunos. Não dá pra deixar uma história dessa passar batida. Não dá pra ver tanta dor e se calar.

Termino essa resenha da mesma forma que comecei, com uma sensação de impotência, de tristeza. De vazio. É impossível não sentir isso. Leiam, por favor! Leiam!

Título: O mundo de Aisha
Autor: Ugo Bertotti
Editora: Nemo
Páginas: 144
Ano: 2015
Compre: aqui

21 comentários:

  1. Eu to aqui pra ler persepolis, mas to muito curiosa em ler esse depois tb.
    To amando ler hqs, principalmente essas com outras culturas, com assuntos muito importantes, otimo acesso a conhecer.
    Sim, deviam ser leituras obrigatorias nas escolas.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Eu amei Persépolis, Ariela. Super recomendo.
      Amei muito mesmo

      Excluir
  2. Ainda não li O Mundo de Aisha mas toda vez que leio a história de uma mulher de uma cultura diferente, seja africana, oriental, a sensação durante a leitura é de impotência, dor e vazio.
    Tenho certa noção do que Aisha enfrentou e é de dilacerar o coração

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Então leia, Chelle.
      É uma verdadeira lição pra gente. Lição da cultura e da realidade deles. Uma triste realidade.

      Excluir
  3. É um tipo de coisa que desejamos que um dia torne-se apenas fantasia nos livros, mas que infelizmente é realidade, dói, precisa ser retratada e debatida.

    Danielle Medeiros de Souza
    danibsb030501@yahoo.com.br

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Seria tão bom se fosse, né, Dani?!
      Uma pena. :(

      Excluir
  4. Há livros que deveriam ser eternizados e pelo que senti acima, esse é um deles.
    Como sofrer, como lição, como não ser,mas também como acolher!
    Ainda não li,mas com certeza, vai pra listinha dos muito desejados!!
    Beijo

    Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na flor

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Você vai amar, Angela.
      Dá vontade de matar esses desgraçados. É muita injustiça.

      Excluir
  5. Sabe Naty, algumas culturas são tão indescritíveis, e não falo pelo lado bom.
    Acompanhar a história dessas mulheres, é algo doloroso, sofrido e incompreensíveis para nós ocidentais e que queremos a igualdade dos sexos.
    É absurdo e concordo que temos de ler e aprender mais sobre a cultura e sofrimento dessas mulheres.
    cheirinhos
    Rudy

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Você falou tudo, Rudy.
      É algo indescritível, desumano e a gente termina a leitura engasgada.

      Excluir
  6. Por mais que as mulheres brasileiras sejam sofridas nem se comparam com o que essas mulheres passam. Imaginar que meninas de 12 anos tem que casar e ainda podem ser mortas é doloroso demais. Sou grata por ter nascido em um país em que pude escolher o meu marido ,a idade para casar. Tomara que um dia elas possam ser libertas dessa escravidão.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Foi isso o que eu disse, Eli. Você partilha do mesmo pensamento que eu.
      As mulheres brasileiras sofrem muito, mas o que essas sofrem é inacreditável.
      Tomara!

      Excluir
  7. Muito interessante a forma de mostrar todo esse horror através de uma reportagem em quadrinhos. Também acho que isso é uma questão universal, ver como essas mulheres não tem direito à própria vida em alguns países. É inevitável não se indignar. Aqui onde existe uma liberdade, e ainda assim é uma luta todos os dias pelo respeito com as mulheres; imagina nesses lugares onde ninguém tem voz para lutar contra essa dominação.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Verdade, Evandro. Se aqui, que se diz um mundo liberal, é dessa forma... Imagine lá.
      É lamentável. Muito.

      Excluir
  8. Oi, Naty!
    Concordo com você, é muito triste saber que tantas mulheres passam por isso... Me sinto revoltada ao ler sobre as situações em que as mulheres do Iêmen passam... O Mundo de Aisha não faz o meu estilo de leitura, prefiro livros mais leves, apenas lendo sua resenha fiquei com um nó na garganta... Mas se a oportunidade de o ler surgir vou ler sim, livros assim precisam ser lindos. Bjos!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Leia, Any.
      Vai preparada porque a leitura é bem pesada.

      Excluir
  9. Olá! É tão assustador e revoltante saber que todos esses relatos são reais! Conhecer um pouco mais o que todas essas mulheres enfrentam diariamente é uma baita lição de vida, por isso, concordo plenamente com você que essa é uma daquelas leituras que deveriam ser obrigatórias!

    ResponderExcluir
  10. Olá! É tão assustador e revoltante saber que todos esses relatos são reais! Conhecer um pouco mais o que todas essas mulheres enfrentam diariamente é uma baita lição de vida, por isso, concordo plenamente com você que essa é uma daquelas leituras que deveriam ser obrigatórias!

    ResponderExcluir
  11. Olá! É tão assustador e revoltante saber que todos esses relatos são reais! Conhecer um pouco mais o que todas essas mulheres enfrentam diariamente é uma baita lição de vida, por isso, concordo plenamente com você que essa é uma daquelas leituras que deveriam ser obrigatórias!

    ResponderExcluir
  12. Olá! É tão assustador e revoltante saber que todos esses relatos são reais! Conhecer um pouco mais o que todas essas mulheres enfrentam diariamente é uma baita lição de vida, por isso, concordo plenamente com você que essa é uma daquelas leituras que deveriam ser obrigatórias!

    ResponderExcluir
  13. Oi,
    Estou ansiosa para ler!
    Acho que vou gostar, embora seja uma realidade tão dura e triste.
    É realmente um livro muitooooo necessário e que deveria ser lido em todas as escolas e divulgado para todos.
    Bjs

    ResponderExcluir

Gostou da postagem? Deixe um comentário. Se não gostou, comente também e deixe a sua opinião.
Se tiver um blog deixe o endereço e retribuiremos a visita.
Aproveite e se inscreva nas promoções e concorra a diversos prêmios.