5 motivos para ler: Trilogia Daevabad

9.8.22

5 motivos para ler: Trilogia Daevabad

Sou a rainha de começar séries e não terminar, uma das metas para esse ano era de concluir boa parte das séries não terminadas. Li o primeiro volume dessa trilogia em 2018, no seu lançamento, e fiquei apaixonada pela história original, bem escrita, sem defeitos. Após percorrer os 3 livros que compõem a série (cujo primeiro li duas vezes) posso dizer que vale a leitura de cada linha escrita e te trago 5 motivos para você se entregar a esse mundo cativante.

Personagens

A história possui 3 protagonistas, Nahri, Dara e Ali, e juro que não sei falar de quem eu gosto mais. Todos são personagens complexos, com características próprias e durante as trocas de ponto de vista é possível saber quem está narrando mesmo se não tivesse o nome deles no início dos capítulos.

Nahri é uma menina do Cairo que se vira como pode para sobreviver sozinha e após um ritual, na qual ela não acredita, acaba invocando Dara e se envolvendo com os djinns. Ela é uma personagem durona, que sabe se proteger e faz as coisas como quer, apesar de sua casca dura é altruísta e tem um senso de justiça que vai pesar muito ao longo da história.

Dara é um lendário guerreiro Daeva, que lutou para proteger os Nahid e por isso acabou estigmatizado. Ele tem seus demônios e acredita cegamente em tudo que lhe foi ensinado, a construção dele é incrível e não daria para esperar um final diferente. Esse foi o personagem que mais me fez sofrer ao longo da leitura, pois apesar de ter feito muitas coisas erradas, ele acreditava que estava fazendo o certo e protegendo aquilo que acreditava.

Ali é um príncipe idealista e religioso, segundo na linha de sucessão, cuja função será liderar a guarda de seu irmão. Para mim, ele é o personagem com o maior desenvolvimento e crescimento, pois ele precisa enfrentar seus próprios preconceitos religiosos, entender suas origens e lidar com seu pai tirano, cujas ações ele condena.

Mitologia

Histórias que se passam no deserto já não são mais novidades, porém, essa mantém a originalidade, nos mostrando uma mitologia única e complexa. A apresentação de mundo, os seres mitológicos, as relações entre os povos e suas histórias criam um ambiente rico para que fiquemos obcecados por aquele universo e tentando montar o quebra cabeça que se tornou esse mundo. Dentro dos muros da Cidade de Bronze fervilham ressentimentos entre os povos djinns, assim como o rancor de outros seres, que se envolveram com a queda dos Daevas. A história sobre a construção da cidade, sobre Suleiman e seu anel que tem o poder de suspender a magia, as tribos djinns, tornam essa mitologia rica e instigante, fazendo a gente devorar os livros atrás de respostas para tantas perguntas.

Enredo

O que mais me deixou apaixonada por essa história é que não existem vilões ou mocinhos. Todos cometeram erros e estão certos em determinados pontos, fazendo com que a resolução dos conflitos não seja fácil ou tranquila. Desde o começo percebemos que essa é uma história que não irá acabar de forma feliz, o ressentimentos entre os povos é profundo, e a todo momento sentimos medo pelos nossos protagonistas. O bem e o mal se misturam, criando uma zona acinzentada, tal qual no nosso mundo, cada decisão tomada por qualquer um dos lados só serve para colocar mais lenha nessa fogueira que já está fora de controle.

Narrativa

Se tem uma coisa que essa autora sabe é escrever, a narrativa é deliciosa de ler, as descrições fazem com que você queira saber mais sobre o que ela está falando (Google foi meu melhor amigo durante a leitura). Além disso existem passagens belíssimas nas quais os personagens falam sobre seus sentimentos que nos tocam profundamente. As descrições dos locais e roupas são ricas em detalhes, a forma como ela fala sobre as comidas e os aromas nos transportam para o mundo, é realmente mágico e torna a experiência de leitura ainda mais completa.

Crítica Social

Por último, não posso deixar de falar sobre as críticas que esse livro faz. Ele debate assuntos como política, meritocracia, religião, preconceito e xenofobia. Apesar de muitos assuntos, todos são trabalhados de forma responsável e trazem um valor imenso para a leitura. Daevabad vive sob um regime totalitário, com um rei corrupto e genocida, que não se importa com miséria ou injustiças. Existem duas religiões predominantes no reino e constantemente seus membros colidem em pequenos conflitos e preconceitos. O preconceito que existe entre os povos djinns é latente e só faz aumentar o caldeirão de problemas. Apesar de muitos assuntos, a autora amarra todas as pontas no final e nos presenteia com um desfecho possível e bem trabalhado.

Poderia falar de inúmeros outros pontos que me atraem nessa série, mas acho que já dá para ter um gostinho do que esperar. Torço para ter te convencido a dar uma chance para essa série incrível e que você também se apaixone pela Nahri, Ali e Darah. Até a próxima!