Eu odeio o Natal

Vale a pena assistir “Eu odeio o Natal”?

Cansada de ser motivo de assunto no meio da família, Gianna (Pilar Fogliati) acaba mentindo que tem um namorado e que o apresentará na festa de Natal. Acontece que faltam apenas 24 dias para a fatídica data e ela precisa correr contra o tempo.

Gianna tem uma família estranha/problemática, assim como todos nós temos alguém assim, né? Margherita (Fiorenza Pieri) é a irmã dela, tem aquela vida bonitinha, toda organizada e metódica. Tem filhos, cachorro – sua vida é baseada em cuidar das crianças e do esposo. As duas se dão bem, mas sempre tem aquele incômodo porque Margherita parte do princípio que a vida dela é muito mais corrida e cansativa por ter filhos para cuidar, e que a vida da Gianna é moleza, já que “apenas” trabalha como enfermeira.

Fica evidente esse conflito quando elas estão na igreja conversando com algumas moças. Sua irmã diz como é difícil pra ela passar noites acordada cuidando dos filhos. Gianna esclarece que também é muito cansativo pra ela porque precisa ficar acordada cuidando dos pacientes. E as moças entram no diálogo, também como mães, e parece que Gianna é uma extraterrestre ali. Depois de tanta comparação, por fim, a irmã diz que troca fraldas dos filhos, e Gianna diz que também troca, só que dos pacientes. A cara de nojo é evidente na cara de todas e o assunto é encerrado.

É bem perceptível o incômodo e a necessidade de comparação. Como se a mãe trabalhasse mais porque tem filhos, que quem trabalha fora faz menos. O fato é que ambos exigem de nós. E quando uma mulher se classifica em ambos os casos, tendo que sair pra trabalhar e para cuidar dos filhos ao chegar em casa, é mil vezes pior – mas ninguém toca nesse assunto.

Gianna sente que sempre sai em desvantagem em tudo. Por ter 30 anos e ainda não ter um namorado, por não ter uma família, por ter um trabalho que exige dela ficar em expediente todos os feriados de Natal, afinal, ela e o médico são os únicos que não têm família (eles se referem a ter esposo/a e filhos). Então sempre sobra para ela.

Eu odeio o Natal

Os pais da protagonista aparentemente vivem felizes. Seu pai, Pietro (Massimo Rigo), é bem compreensível e não liga se a filha está namorando ou não, pois deseja vê-la feliz. No entanto, a sua mãe, Marta (Sabrina Paravicini), faz uma pressão psicológica sem tamanho. É exigente até com a forma que a garota fica em pé. É algo desnecessário.

Acredito que isso acaba influenciando no comportamento de Gianna. E conforme os episódios vão passando (o que acontece rapidamente) percebemos o seu desespero para encontrar alguém legal. Alguns a gente torce pra acabar rápido e outros a gente deseja que dê certo. É perceptível o amadurecimento da personagem e como ela enxerga que nem tudo deve ser baseado em ter um relacionamento para ser feliz.

Achei interessante que a personagem vai conversando com a gente e mostrando seu ponto de vista sobre as coisas, nos convencendo do motivo de ter feito o que fez. É bem bacana isso. Embora eu tenha rasgado elogios aqui e acolá sobre a série, devo dizer que não recomendo se você estiver procurando um final romântico, com borboletas no estômago e um final bonito e satisfatório.

O que me incomodou na série foi justamente isso: o desfecho. Ficou em aberto, deixou uma ponta bem vasta sem resposta, nem sequer colocaram uma referência pra gente entender. Não acredito que tivesse necessidade de continuação. Contudo, tendo em vista o final sem resposta, penso que agora seria necessário.

Se você não se incomoda com finais em abertos, acredito que vá gostar da série. O importante, que preciso esclarecer antes de finalizar essa resenha que ficou enorme, é que a série passou o que precisava. Acredito que o elemento principal é mostrar como somos felizes, como é possível ser feliz sozinha; e que ter alguém nem sempre representa felicidade. No meio da sua vida turbulenta, Gianna acredita que há felicidade naqueles relacionamentos, mas não passa de aparência. O que ela realmente deseja pra si? Isso foi bem válido conferir. Por esse fator, eu indico. No mais, queria uma continuação só para acalentar meu coração.

Ah! E se não gostarem da série, pelo menos apreciem a vista que é espetacular. Se passa em Veneza. Espero que assistam e me contem!

Direção: CRIC
País de origem: Itália
Distribuição: Netflix

Sessão da TARDIS. O título faz referência à “TARDIS”, cabine telefônica e nave do Doutor na série Doctor Who. Nada mais justo do que uma junção de uma série clássica e aclamadíssima para nossas tardes aqui indicando séries que gostamos, não é mesmo?!

10 comentários:

  1. Oi, Naty! Ter Veneza como ambientação já é um grande atrativo. E fiquei curiosa pela série, apesar de deixar o final sem respostas. Essa quebra da quarta parede é sempre muito legal.

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  2. Essa premissa é a mesma da série norueguesa Namorado de Natal, que tem 2 temporadas na Netflix.
    Ainda não assisti mas gostei da premissa, como boa romântica talvez estranhe esse final aberto e sem coração quentinho

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    1. Isso, Chelle. Esqueci de comentar sobre isso. Na verdade, também não pensei em comentar porque não assisti, não tinha propriedade kkkkk

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  3. Eu amo finais abertos, mas em filmes de terror rs em séries ou filmes natalinos, é justo, mais que justo, que esperemos pelas borboletas e suspiros!
    Juro pra você que não me lembro de ter visto essa série, se vi, já esqueci. Se não vi, vou ver rs
    Eu acho que pode acrescentar algo, nem que for só o aprendizado rs
    Beijo

    Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na flor

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    1. Se você não lembra, realmente não viu, Angela. Ela estreou dia 07 de dezembro desse ano rs.
      Assista, acho que você vai curtir.

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  4. É curtinha que legal, adoro o plot fake dating. Quando retratam essas famílias problemáticas, principalmente o lado da mãe, acho importante isso é algo que é meio tabu.

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  5. Naty!
    Um filme um tanto diferente de Natal e por isso mesmo, fiquei interessada.
    Gosto de dramas familiares, ainda mais quando as famílias são problemáticas e carregada de segredos.
    cheirinhos
    Rudy

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  6. Se a série mostrou que não é obrigatório ter um casamento e filhos para ser feliz, então já gostei. Já estava super irritada com essa irmã e essa mãe.

    Danielle Medeiros de Souza
    danibsb030501@yahoo.com.br

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  7. Ola
    A serie traz vários clichês. Acho que no período em que estamos vivendo já não faz mais sentido trazer uma mãe que insiste que a filha tem que casar.Hoje cada um faz o que tiver vontade. Fica até forçado essas atitudes dessas mães casamenteiras.

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  8. Olá! Nossa, apesar de ter o Natal de pano de fundo, pelo visto a série traz muitos mais assuntos importantes a serem abordados, eu bem sei o que é isso de vida de mãe não é fácil, respeito muito quem é e imagino as dificuldades e tal, mas parto do principio de que foi uma escolha e é preciso encarar (as consequências dela) e parar com essas comparações, passado meu momento desabafo, fiquei curiosa em assistir mesmo com esse final em aberto, que particularmente não me agrada (risos).

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