Blanche White é uma mulher negra e de meia idade que trabalha como faxineira para se manter. Certo dia, ao se envolver em alguns problemas envolvendo cheques sem fundo, Blanche acaba indo parar na residência de uma família branca e relativamente rica.
O problema com os cheques já era algo para se preocupar, mas quando ela percebe que a família para a qual está trabalhando não é muito funcional e que assassinatos e coisas estranhas começam a acontecer, Blanche percebe que tem que resolver essas questões antes que acabe sobrando para ela.
Foi um livro que trouxe vários motivos para me surpreender positivamente. Para começar o livro tem uma certa vibe de Miss Marple, como a própria introdução conta. Blanche é bem curiosa sobre o que acontece ao seu redor, principalmente com quem ela trabalha. Mas ao contrário de Miss Marple, ela é mais de ir para a ação, em vez de bisbilhotar de longe. Isso pode ser um fator diferencial para sua sobrevivência. Uma coisa interessante que faz lembrar mais ainda a velhinha criada pela Agatha é que apesar de se passar nos anos 90, devido ao ambiente onde se passa a leitura me passava muito uma vibe anos 50 ou 60.
A personagem é alguém muito esperta e que sabe analisar bastante as outras pessoas. É aí que entra o maior ponto forte do livro. Essa análise de Blanche permite introduzir o leitor às críticas feitas entre a relação patrão e empregado e principalmente branco x negro, ainda mais nos Estados Unidos e em uma parte do país que era a favor da escravidão.
Toda essa crítica é feita de uma forma que não faz com que o livro deixe de ser hora nenhuma um suspense para se tornar um livro mais crítico, como também não é deixada de lado a ponto de o leitor não perceber nitidamente todo o preconceito que envolve algumas relações citadas no livro. É tudo muito bem equilibrado e que conta com ótimos quotes para refletir (em breve trarei pra vocês).
A parte do suspense também não deixa a desejar. Algumas coisas podem ser notadas ao longo da leitura, mas com certeza muita coisa vai te surpreender. O livro conta com algumas reviravoltas interessantes e um final condizente com tudo que a personagem acredita. Teve coisas que eu nem de perto pensei em desconfiar.
Blanche é o primeiro volume de uma série de livros escritos pela Barbara Neely. Espero que a Darkside possa trazer os outros volumes, porque certamente eu irei ler.
Título: Blanche em apuros (exemplar cedido pela editora)
Autora: Barbara Neely
Editora: DarkSide
Página: 224
Ano: 2022 (Ano original 1992)
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Oi, Fábio! Adorei essa referência a Miss Marple! E gostei muito de saber que há esse equilíbrio entre o suspense e o conteúdo crítico proposto pela autora. Sem dúvida, uma leitura que me agradaria bastante.
ResponderExcluirSe eu pudesse, teria todos os livros da dona Dark rs mas é meio impossível. Você viu o quanto de lançamento ela lançou só nessa semana? Jesus, me segura!
ResponderExcluirEu me lembro de quando esse livro foi lançado, mas não o comprei ainda.
Gostei de saber sobre os temas abordados e com certeza assim que puder, vou comprar essa belezinha!
Beijo
Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na flor
Não conhecia o livro mas já estou encantada com ele.
ResponderExcluirAdoro Miss Marple! Então se Blanche tem um quê dela, já me conquistou. A vibe anos 50 e 60 também me fascina.
E além de tudo, trata de temáticas importantes e necessárias de maneira leve
Eita Fábio!
ResponderExcluirParece uma daquelas leituras eletrizantes e surpreendentes, que ão nos fazem largar, antes de chegar ao final.
E saber que mesmo tendo um estilo da Miss Marple da Ágatha, porém a protagonista aqui, indo colocar a mão na massa para desvendar os mistérios, ao invés de apenas observar, traz uma ação maior.
cheirinhos
Rudy
Olá
ResponderExcluirNão conhecia o livro Gostei da proposta do livro em trazer essa personagem que é muito astuta .Se tiver oportunidade lerei
Achei interessante a proposta dos livros. Daria uma chance a esse livro com certeza.
ResponderExcluirOlá! A DarkSide sempre arrasando no quesito capa/edição e eu fico aqui sempre no mesmo dilema, ler ou não ler, eis a questão (risos). O meu receio é sempre a parte sangrenta, mas pelo visto, acho (espero) que não teremos muito né.
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