As Garotas que eu fui

Nora O'Malley é realmente a estrela do show. Ela é uma ex-golpista moralmente durona que morreria por aqueles que ama. Mas acaba se encontrando em uma situação perigosa e constrangedora ao ser feita de refém em um assalto a banco juntamente com seu ex namorado e sua atual namorada.
“Nós duas somos garotas cujos ossos foram forjados de segredos em vez de aço. Não é de se admirar que tenhamos nos atraídos como ímãs. Somos feitas do mesmo material, de alguma forma.”
Quando comecei a ler esse livro, realmente esperava que seria apenas mais um livro de roubo a banco normal, no estilo padrão que já conhecemos, com ação e zero envolvimento emocional ou reflexivo. Mas, para a minha surpresa, eu felizmente estava enganada.

O estilo narrativo criou uma conexão real com a personagem e foi fácil e agradável de ler. Adorei ver como o passado da Nora a influenciou, tanto ajudando quanto prejudicando. A autora trouxe discussões sobre traumas, recuperação e terapia com uma incrível sensibilidade, recusando-se a adoçar a natureza horrível do passado de Nora. Também adorei a família escolhida por Nora e seu relacionamento com eles: sua irmã, Lee; sua namorada, Iris; e seu ex-namorado, Wes. Por meio desses personagens, a leitura aborda outras formas de traumas e seu impacto, bem como condições médicas e foca no relacionamento principal sáfico.

Este livro é intenso. Sharpe maneja habilmente uma linha do tempo dupla para maximizar a tensão e explorar as identidades passadas de Nora. Eu estava preocupada, achando que esses muitos flashbacks iriam me tirar o foco da história principal, mas os capítulos da perspectiva passada de Nora acabaram criando ainda mais suspense e fizeram que fosse quase impossível de largar o livro. A estrutura de capítulos curtos entre o passado, o presente e os aspectos reflexivos funcionou muito bem para ajudar no desenvolvimento do personagem de Nora. E eu particularmente AMO capítulos curtos, sinto que a história flui até melhor sem jamais ficar cansativa.

Este livro é tão habilmente elaborado e único, com as apostas aumentando a cada reviravolta. Amei que me supreendeu. Um thriller emocionante e sinuoso, diferente de tudo que eu já li. Ocorrendo ao longo de apenas algumas horas, a autora Tess Sharpe leva seus leitores a uma jornada de alto risco pelo passado e pelo presente. Estou muito feliz de ter conhecido a Nora e todas as garotas que ela foi.

Curiosidade: esse livro será adaptado para um filme, e será estrelado pela Millie Bobby Brown (Eleven de Stranger Things).

As Garotas que eu fui

Título: As Garotas que eu fui (exemplar cedido pela editora)
Autora: Tess Sharpe
Editora: Editora Rocco
Páginas: 352
Ano: 2022
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6 comentários:

  1. Também não dei muito por esse livro. Digo mais, as primeiras vezes que vi, ele passou batido por mim...
    Mas ao ler algumas resenhas, fui percebendo como a trama é cheia de camadas e as personagens são comolexas

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  2. Engraçado que ontem estava olhando mais uma vez a capa desse livro. Ainda não consegui comprar, mas desde o início já namoro ele, pela beleza da capa, mas pelo título.
    O título é intrigante demais e há entrelinhas nele, tenho plena certeza disso.
    Já queria ler, depois dessa resenha?
    Mais ainda!!!
    Beijo

    Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na flor

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  3. Oi, Giovanna! Pelo visto, a autora soube trabalhar muito bem a estrutura narrativa, intercalando passado e presente com uma dinâmica que faz a história crescer. E muitas discussões à temas pertinentes.

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  4. Olá! Confesso que não conhecia o livro, mas fiquei feliz em saber que temos bem mais que uma história de roubo por aqui e que questões importantes são levantadas dando margem a muitas reflexões, fiquei curiosa em relação ao título e claro a história.

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  5. Ola
    O livro parece que tem um ritmo muito bom Mas não fiquei com aquela vontade de ler.Não curto romances que fica alternando passado e presente.

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  6. Me passou a energia sensacional esse livro e que a autora quis contar A HISTORIA com A PROTAGONISTA.

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