Uma coisa que considero como um dos meus “defeitos” literários é o fato de que até hoje não li alguns clássicos do terror, como Drácula, Frankenstein e O Médico e o Monstro. Mas apesar disso, a fama que esses clássicos alcançaram fizeram com quase todo mundo conhecesse sua história e também com que várias outras obras acabassem sendo inspiradas nelas (e em outras).
Ravenloft é um exemplo disso. Depois de um terrível acidente, Miranda acorda no castelo da cientista Viktra Mordenheim. Ela se encontra sem memórias do que aconteceu e de quem ela é. A única opção é confiar na mulher que salvou a sua vida. Mas com o tempo Miranda começa a ter sonhos esquisitos, a questionar certas coisas e também a se sentir mais uma prisioneira do que uma hóspede no castelo.
Apesar das diferenças, a HQ tem obviamente Frankenstein como uma das suas inspirações principais. Questionar a própria realidade ou a busca pelo autoconhecimento é algo constante nessa HQ. Outra coisa é a questão de em quem confiar, já que talvez, mesmo que alguém salve sua vida, não signifique necessariamente que devemos segui-la e confiar nela cegamente depois disso.
Essas questões são o ponto forte da HQ e provavelmente seu ponto principal, sendo trabalhado de forma satisfatória durante a história. Trama essa que por sinal é contada tanto do ponto de vista da Miranda quanto pelos sonhos (ou seriam flashbacks) que ela tem. Cada sonho desse serve tanto de catalisador para novos questionamentos da personagem como para que o leitor entenda mais sobre o passado do personagem.
Inclusive, esteticamente falando, cada sonho desse também difere da história principal. Enquanto o “presente” é composto por tons mais escuros que representam o tom sombrio do castelo e do que está acontecendo, os sonhos possuem cores mais variadas. Apesar de ter também algumas escuras, as mudanças de cores são mais visíveis e, posso estar enganado, mas percebi também uma leve mudança nos traços. Em relação a isso, não tenho nada do que reclamar.
Admito que apesar de gostar das obras ambientadas no mundo de Dungeons & Dragons, não conhecia essa obra e fiquei querendo mais. Felizmente, tudo indica que um segundo volume virá por aí no futuro e com certeza estarei ansioso para ler. Foi uma história que gostei bastante, apesar de ser relativamente curta e recomendo tanto para quem gosta de D&D como para quem gosta de HQs ou fantasia no geral. É intrigante, bem desenhada e garante a diversão do leitor.
Título: Ravenloft - Órfã da ilha da agonia (exemplar cedido pela editora)
Autora: Casey Gilly
Editora: Excelsior
Páginas: 96
Ano: 2023
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Que HQ linda. Colorida.
ResponderExcluirUma premissa interessante e que sim, tem na sua essência um quê de Frankenstein
Também pertenço ao grupo que não leu Frank ou Drácula rs e ambos estão na estante em edições lindíssimas!
ResponderExcluirMas esperança é sempre a última que morre!
Por isso, já fiquei encantada e curiosa em relação ao quadrinho, que tem essa tonalidade e diferença nas cores, mas acredito eu, que na história também!
Listinha de super desejados!!!
Beijo
Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na flor
Fábio!
ResponderExcluirA HQ mesmo com alguns trechos mais escuros, gostei de saber que tem colorido também.
E confesso que de certa forma fiquei chocada por saber que não leu os clássicos vampirescos... sem crítica, claro, mas achei que como é um tanto nerd, já teria os lido.
cheirinhos
Rudy
Oi, Fábio! Li Frankenstein ano passado e se tornou um favorito da vida! Me agradou saber que a HQ tem como inspiração a obra de Mary Shelley. Não conheço o universo de Dungeons e Dragons e achei interessante essa diferença nas cores e traços para caracterizar as passagens referentes aos sonhos.
ResponderExcluirOlá Fábio
ResponderExcluirNão li as obras citadas, gostei da sua análise sobre a questão da confiança,e interessante também essa mudança de cores conforme a situação em que os personagens passam