Se eu ficar é um livro extremamente fino, porém, o oposto do que
poderia prever, demorei em média uns três meses para lê-lo ou mais. Não tinha
vontade de ler e, toda vez que o pegava para continuar, preferia dormir ou até
mesmo ler bula de remédio. Alguns dizem que entre o leitor e o livro precisa
rolar uma química. Comigo não rolou química, física e nem matemática; nada além
de frustração e desânimo.
Enquanto me forçava a continuar a leitura durante
esses três meses de sufoco, notei muitos blogs elogiando esse livro e eu
pensava: “o problema está em mim, lógico”. Então decidi que terminaria, não
importando o tempo necessário para isso. Conclusão: deveria ter ouvido meu
subconsciente.
A história começa emocionante demais. O tempo está
completamente fechado nos Estados Unidos, mas mesmo assim a família de Mia
decide dar um passeio. O que tinha para ser apenas uma garantia de distração
acaba se tornando uma grande tragédia. O excesso de neve provoca um acidente: o
carro choca-se com um caminhão e fica todo destruído.
Os pais e o irmão mais novo de Mia não resistem e
acabam falecendo. Ela está caída, porém, a garota sai de seu corpo e começa a
observar tudo de fora. Mia é guiada apenas por um rádio que toca uma música de
Beethoven. Ela foi levada pela ambulância diretamente para a UTI, passou por
diversas cirurgias e, em todas, a jovem apenas observa tudo fora de seu corpo.
A narrativa do livro é feita na visão de Mia e tudo
que se passa tanto em seus pensamentos quanto ao redor dela. Além disso, a autora
intercala com acontecimentos do passado da garota. Posso afirmar que, para mim,
esse seja o ponto fraco do livro. O passado dela não é nada emocionante e
Forman foca nele como se fosse uma joia preciosa. Ela poderia muito bem focar
na dor dos parentes, no acidente e diversos outros pontos relacionados a este,
o que tornaria a obra carregada de emoção.
Mia tem apenas 17 anos e é violoncelista, a música
clássica está em suas veias, enquanto o gosto de sua mãe é diferente do seu, o
que a faz acreditar que foi trocada na maternidade. Pura bobagem isso,
francamente. Pelo fato de ter características físicas e emocionais distintas
até se revelaria, mas gosto é algo pessoal e nem sempre hereditário,
convenhamos.
Assim como ouvi muitos elogios da obra, notei
críticas que me fizeram crer que eu não era o problema por não ter gostado do
livro. Embora a temática fosse ampla e com a chance de se tornar algo que
prendesse o leitor, a autora optou por focar em algo que fugiu desse parâmetro:
romance.
Mia tem um relacionamento amoroso com Adam,
vocalista e guitarrista de uma banda punk-rock. Quando a garota sofre o
acidente, ela se preocupa em dar um jeito de avisar ao rapaz o que aconteceu
com ela. O amor da garota perpassa a preocupação consigo mesma. Pode até não
ser isso que a autora quis nos passar, mas foi exatamente isso que senti lendo
a narrativa desesperada de Mia enquanto se lamentava por Adam não saber do seu
estado físico.
Quando o garoto descobre que ela está internada, ele
decide ir vê-la. No entanto, a enfermeira o proíbe alegando que apenas a
família pode visitá-la. Eis que surge uma baita loucura de Adam e da amiga de
Mia para que ele consiga entrar no quarto. Achei muito bonito da parte dele em
fazer o que fez, mesmo que para isso fosse necessário quebrar algumas regras;
aliás, muitas.
Outro ponto que não achei muito convincente foi a
narrativa enquanto Mia está internada. Embora ela saísse de seu corpo, ela
tinha discernimento das conversas que eram trocadas a seu respeito dentro do
hospital. Contudo, em um determinado momento da narrativa a protagonista diz
que queria muito ouvir a conversa entre a sua amiga e o Adam para saber o que estão
planejando para entrar no quarto. No instante seguinte, ela começa a narrar a conversa
de ambos. Nesse aspecto, ou deveria ser usada uma narração em terceira pessoa
ou a autora poderia muito bem tirar a parte que Mia declara que queria ouvir a
conversa, afinal, ela ouviria, bastava querer. Isso foi desnecessário e tornou
uma falha na descrição da história.
Achei a capa muito bonita e a diagramação do livro
segue nesse mesmo embalo, afinal, é Novo Conceito. Ser diferente disso é muito
improvável e fora dos planos dessa excelente editora. Infelizmente, não posso
dizer o mesmo dessa obra.
Quotes:
“As pessoas acreditam no que querem acreditar.”
“Percebo agora que morrer é fácil. Viver é que é
difícil.”
“— Tudo bem. Se você quiser partir. [...] Todos nós
queremos que você fique. Eu quero que você fique mais do que já desejei qualquer
outra coisa na minha vida.”
Título: Se eu ficar
Autora: Gayle Forman
Páginas: 224
Ano: 2014
Prefiro livros que o grande acontecimento dramático faça uma mudança na história e no personagem. hahaha
ResponderExcluirAdorei a resenha.
Não li o livro, mas assisti ao filme e não curti muito, não sei se o livro e bom, e o filme já não é, porém me decepcionei muito, esperava mais, porém tem outros livros dessa autora que pretendo ler.
ResponderExcluirOláá, tudo bem??
ResponderExcluirNossa, posso dizer que ler sua resenha fez com que um baita peso saísse dos meus ombros, pois tive essa mesma opinião sobre o livro e em contrapartida eu só lia resenhas positivas então cheguei a pensar que eu era implicante talvez kkkk
Também notei a falha sobre Mia querer ouvir a conversa entre Adam e a amiga, não achei nada emocionante no passado de Mia, sl parecia muito monótono... Concordo totalmente com sua resenha, excelentes apontamentos! ;)
Bjoos
Jovem Literário
Oi Naty, tudo bem?
ResponderExcluirVou ter que discordar de você, rs. Eu me encantei com a história! Sei que a autora focou mais no romance, mas consegui sentir também o sentimento da Mia pela família, a dor dela pela perda deles, e isso me tocou. Para ser sincera eu até me emocionei com o livro! De fato, o trabalho da novo conceito está maravilhoso!
Bj :*
Visite: Blog Passeando com os livros
Oi Naty, tudo bem?
ResponderExcluirVou ter que discordar de você, rs. Eu me encantei com a história! Sei que a autora focou mais no romance, mas consegui sentir também o sentimento da Mia pela família, a dor dela pela perda deles, e isso me tocou. Para ser sincera eu até me emocionei com o livro! De fato, o trabalho da novo conceito está maravilhoso!
Bj :*
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Olá!!
ResponderExcluirPocha é uma pena que não tenha gostado, porque eu gostei mesmo, da escrita da autora e da historia também, mas a vários pontos de vista diferentes pra uma obra, e no meu ponto de vista que foi o desafio de Mia em se decidir em ficar sem a família, e esse foi o ponto principal da obra os sentimentos dela em relação a família.
Bjocas!!
Esse eu li, e no seu caso se foi 3 meses de sufoco, não precisa falar mais nada kkkkkk.
ResponderExcluirTb vi muitas críticas boas do livro, algumas partes do livro até me emocionou, a parte dela com a família mas dei 3 estrelas, não me empolgou tanto.
Eu assisti o filme antes mesmo de ler o livro e por ter me emocionado com o filme fui ver se o livro era melhor, e pra minha surpresa, o livro não difere muito do filme, a adaptação foi muito bem feita e na minha visão não deixou nada importante de fora. Eu gosto desse livro, acho que os flashback são bem aproveitado, e mesmo não tendo uma historia tensa ou nada disso, eu gostei muito da luta dos sentimentos da Mia e a duvida dela de ficar ou não. Eu recomendo esse livro :)
ResponderExcluirOlá, confesso que estava muito animado para ler esse livro, mas depois da resenha meu encanto se desfez, a autora não soube desenvolver a história tornando-a confusa e cansativa. Beijos.
ResponderExcluirEu não tenho vontade de ler esse livro!
ResponderExcluirAcho que falaram tanto nele ano atras que perdi o interesse!
Nem o filme me interessa!