Essa história nos apresenta Leda, uma mulher de 48
anos que se sente muito aliviada pelo fato de suas duas filhas terem recém-saído
de casa. Para aproveitar melhor essa sensação de “leveza”, ela resolve passar
férias no sul da Itália. Isso pode parecer muito cruel, mas na verdade Leda
nunca foi uma mãe muito exemplar. Aos 25 anos, quando teve sua primeira filha,
Leda percebeu que estava de escanteio, sua vida agora pertencia à ela.
Chegada a segunda gravidez, Leda vê seus sonhos e desejos sendo arremessados ao
lixo. Existem mulheres que se conformam com isso (às vezes você percebe essas
mulheres, apagadas da sua própria personalidade: elas sempre conversam e
respondem a perguntas citando seus filhos ou o gosto destes), porém, Leda não
estava preparada para isso e acaba se tornando uma mãe muito egoísta.
Já de férias, aproveita seus dias na praia estudando,
lendo e "pegando" sol. Certo dia percebe uma família napolitana (de Nápoles),
causando na praia. Leda identifica nos gestos dessas pessoas sua própria
família. Começa então a reviver vários acontecimentos do passado que nos darão
um vislumbre da sua personalidade. Ela foca então em uma jovem mãe com sua
pequena filha e a sua boneca, que são participantes do bando barulhento. Ela
faz uma análise dessa mãe e tem vontade de conhecê-la melhor, mas se mantém
distante.
Em determinado momento, um acontecimento “x” irá então
estabelecer uma conexão entre essas duas mulheres, e nós vamos descobrir que
existem pessoas que não deveriam fazer filhos, que nem todo mundo está
psicologicamente pronto para a maternidade e o principal: que mesmo fugindo das
nossas origens, precisamos lutar muito para de fato conseguirmos escapar delas.
É uma análise crua sobre a maternidade, coisa que não
estamos acostumados a ver por aí. A prova de que um livro não precisa ter nem
200 páginas para ser considerado um “livrão”. Conteúdo de qualidade, sem
floreios desnecessários. Uma escrita diferente que me agradou muito. Recomendo
e assino embaixo.
P.S.: Medo desse pessoal de Nápoles.
Quotes:
"Rosaria me perguntava, satisfeita: como eram
suas filhas quando pequenas, como esse tesourinho aqui? Senti então um impulso
forte para confundi-la, puni-la desnorteando-a, e disse:
-Lembro-me pouco, nada, na verdade.
-Não pode ser, ninguém se esquece de nada dos filhos.
Fiquei calada por um instante e então respondi,
tranquila:
-Eu fui embora. Abandonei-as quando a maior tinha seis
anos e a menor, quatro".
"Assim, aos vinte e cinco anos, qualquer outra
brincadeira havia acabado para mim. O pai corria mundo afora, uma oportunidade
atrás da outra. Não tinha nem o tempo de reparar o que fora copiado do seu
corpo, como havia resultado a reprodução. Mal olhava as duas meninas, mas dizia
com ternura verdadeira: são iguaizinhas a você".
"Aquela gente me irritava. Eu havia nascido em um
ambiente como aquele, meus tios, meus primos, meu pai, todos agiam daquela
maneira, com uma cordialidade prepotente. Eram cerimoniosos, em geral muito
sociáveis, e cada pedido que saía de sua boca soava como uma ordem ligeiramente
disfarçada de falsa bondade e, quando necessário, sabiam ser vulgarmente
ofensivos e violentos".
"Eram exatamente como a parentada da qual eu
tinha fugido quando garota. Eu não os suportava e, no entanto, eles não me
largavam, estavam todos dentro de mim".
Título: A filha perdida
Autor: Elena Ferrante
Editora: Intrínseca
Páginas: 176
Ano: 2016
Oi, Silvana. Eu não conhecia o livro mas gostei muito da forma como ele aborda os relacionamentos entre mães e filhos. Já li um livro assim e também gostei muito da forma como os autores desenvolvem a história, tudo fica mais tocante.
ResponderExcluirBeijo! Leitora Encantada
Olá Miriã,
Excluirvocê vai amar essa leitura então!! :)
Simplesmente linda demais
Beijo
Olá, Sil.
ResponderExcluirEu já tinha visto a capa do livro, mas não conhecia a história atrás dele. Adoro livros assim, reais.
Beijos,
teattimee.blogspot.com.br
Olá Loysla,
Excluiresse livro é um tapa na cara, e coloca o dedo em algumas feridas!!
Beijos
A história desse livro não me interessou, achei interessante o jeito de retratar a maternidade de um jeito menos fantasioso e maravilhoso mas mesmo é um assunto que eu não gosto então não leria.
ResponderExcluirOlá Maíra,
Excluirpasse para o próximo post :D
Abraços
Olá, Sil.
ResponderExcluirNão tinha visto esse livro ainda, mas me interessou. As pessoas acham que todas as mulheres tem a obrigação e já nascem sabendo como ser um boa mãe, mas infelizmente não é assim. Não sei o que diz o conteúdo do livro, mas eu não tenho vontade de ser mãe. Quanto ao livro fiquei bastante curiosa em relação a ele.
Blog Prefácio
Olá Sil,
Excluirentão também não tenho vontade de ser mãe. Existem pessoas que nem deveriam ser mães.
Você vai amar esse livro, bem realista.
Abraços
Achei ele um livro bem interessante já pelo que ouvi falar. E tem uma coisa que gostei nele: o fato de ser direto. Sem muito blá blá blá e enrolação, com um tema interessante e pelo jeito muito bem feito. Ele parece mostrar um novo lado da maternidade ou ao menos uma outra forma de ver a coisa toda...
ResponderExcluirParece legal.
Olá Cristiane,
Excluirexatamente! Ele mostra um lado menos fantasioso da maternidade.
Se ler, conte-nos o que achou.
Abraços
Achei a capa do livro bem bonita e ela logo chamou minha atenção, mesmo sem conhecer. Depois de ver a resenha, acho que me agradaria. Não é uma leitura como as que faço normalmente, mas mudar um pouco é bem vindo, né? O fato de não precisar ser grande para ser um livrão é mais do que fato. Quero ler!
ResponderExcluirOlá Cecília,
Excluirdar espaço para novas leituras é sempre incrível!! Impede que a gente enjoe de ler, e se acomode nas leituras.
Abraços
Li mtas resenhas do livro, tenho mta vontade de ler, espero conseguir nesse próximo ano...
ResponderExcluirBjs
Olá Aline,
Excluirleia sim, e nos conte o que achou :)
Beijos
Silvana!
ResponderExcluirÉ bom livros que falam sobre a maternidade, principalmente quando a mãe é uma daquelas egoístas que só pensa em si mesma.
E já gostei porque o cenário é na Itália, tenho a maior vontade de conhecer.
“Desejo a você e a sua família um Natal de Luz! Abençoado e repleto de alegrias. Boas Festas!”
(Priscilla Rodighiero)
cheirinhos
Rudy
http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
TOP Comentarista de DEZEMBRO ESPECIAL livros + BRINDES e 4 ganhadores, participem!
Olá Rudy,
Excluira iTália deve ser linda mesmo. Também quero conhecer.
O livro é incrível.
Abraços
Parece ser um livro muito bom, onde podemos avaliar o comportamento materno de algumas mães, realmente tem pessoas que não servem para serem mães, mas tem umas que parecem que nasceram pra isso. Fiquei curiosa com o livro, pois uma analise crua sobre a maternidade deve abordar não só coisas boas como também ruins.
ResponderExcluirOlá Maria,
Excluirsim, essa análise coloca o dedo em algumas feridas também.
Incrível!!
Abraços
Oi!
ResponderExcluirAchei esse livro diferente, parece ser uma escrita bem objetiva, seca e muito reflexiva, gostei de a autora focar no que ela queria passar e não ficar enrolando, mas infelizmente não foi um livro que me chamou atenção !!
Um livro bem curtinho mesmo pelo que eu posso ver, mas as vezes o que tem menos páginas é o que mais nos acrescenta algo, e esse parece ser bem o caso. Fiquei curiosa para saber como o assunto da maternidade foi tratado.
ResponderExcluirUm abraço!
http://paragrafosetravessoes.blogspot.com.br/
Participe dos SORTEIOS de Natal que estão rolando lá no blog!
Olá....
ResponderExcluirNão conhecia o livro, mas apesar de não ser um livro muito longo, parece abordar profundamente um tema tão importante que é a maternidade. Sabendo que se trata de uma análise crua sobre a maternidade fico bastante curiosa para ler e ver como o tema foi abordado.
Beijinhos...
Oi, Silvana!!
ResponderExcluirGostei muito da resenha!! Não conhecia o livro mais gostei bastante da história!!
Beijoss
Oi,Silvana!
ResponderExcluirAchei interessante a proposta do livro. Só fico me perguntando no pq da protagonista ter engravidado uma segunda vez se já não gostou na primeira..
Beijos
Eu odeio livros que se arrastam por páginas apenas pra encher linguiça, sabe? Esse livro parece ser muito direto e fala de algo que de certo modo ainda é visto como tabu. As pessoas acham que as mulheres NASCEM para ser mães ¬¬ e aí quando elas querem ser donas do próprio corpo, estão erradas; quando são péssimas mães, estão erradas também. Em suma, querem mandar na vida das mulheres.
ResponderExcluirJá queria ler esse livro, agora quero ainda mais. Acho que é preciso mostrar o "lado B" da maternidade porque pra mim pelo menos nunca foram flores e aí eu fico me sentindo culpada por isso, mas no fim não sou péssima nisso hahaha
Beijos