Estamos em 1914, tudo está prestes a mudar. A Alemanha se prepara para a guerra e a Inglaterra precisa garantir o auxílio da Rússia. De forma silenciosa, Winston arquiteta uma negociação com o príncipe Orlov. Nem tudo pode ser tão fácil quanto parece, pois Feliks está disposto a impedir que seu país envie milhões de rapazes para os campos de batalha de uma guerra sem ao menos entender os motivos.

Um anarquista e sem nada a perder, Feliks decide se infiltrar na Inglaterra com o objetivo de assassinar o príncipe e acabar com essa possível aliança entre os russos e os britânicos. Parece fácil? Ledo engano.

O personagem se passa por segurança e decide arriscar todas as suas fichas. Numa sacada, quase genial, ele conduz uma charrete que o príncipe Orlov será levado. No entanto, nem tudo pode funcionar perfeitamente e alguns embaraços podem frustrar a sua tentativa de sequestro.


Feliks é o melhor personagem do livro. Astuto, inteligente, sagaz e sabe como se sair de uma boa cilada. Passa por muitos apuros, mas mesmo assim não deixa de lado sua ideologia por considerá-la difícil ou até mesmo inaceitável. Existem momentos ruins, sempre, mas ele não se deixa abater. Um mestre da manipulação, Feliks possui diversas armas a seu dispor, não no sentido literal da palavra. O cara sabe o que faz, mas não pode ser confiante todo o tempo, já que precisa enfrentar a força policial inglesa, Walden e Winston, que estão sempre prontos para prendê-lo e precisam contar com uma dose extra de sorte – o que nem sempre acontece. Afinal, quem é capaz de deter o homem de São Petersburgo?

A trama é inteligente, angustiante e nos priva da monotonia. Os diálogos são bem construídos e o enredo é bem desenvolvido. No entanto, isso não ocorre até o desfecho do livro. Embora a ideia seja mostrar o homem de São Petersburgo, a todo o tempo, atrás do príncipe para matá-lo por questões políticas, percebe-se que a própria análise sobre a guerra não é tão desenvolvida.

Foca-se muito em matar o príncipe, mas esquecem-se de mostrar, com detalhes, como isso influenciaria no país, na iminência da primeira Guerra Mundial.


Além de Feliks, conhecemos Walden, uma pessoa que possui um papel importante dentro do livro, sua esposa Lydia e a filha Charlotte também são fundamentais. Conhecemos pessoas que vão auxiliá-lo, tornar-se aliadas; assim como outras que vão tentar derrubá-lo e até mesmo criar armadilhas para destruí-lo.

O autor surpreende com os detalhes, ainda que tenha uma ideia um pouco clichê num determinado assunto. Porém, isso não tira a qualidade da obra e nem tampouco a desmerece.

Para quem nunca leu Follett, esse é um livro tranquilo para iniciar, mas não acredito que seja o melhor dele, já que li Noite sobre as águas e gostei bastante.

Quotes:
“Quando lhe arrancaram as unhas, ele começou a fornecer nomes e endereços falsos, mas eles lhe disseram que sabiam que eram falsos.
Quando queimaram a pele de seus testículos com a chama de uma vela, ele entregou todos os seus amigos estudantes. Ainda assim, lhe disseram que sabiam que eram nomes falsos. Cada vez que desmaiava, os torturadores o reanimavam. Paravam às vezes, por algum tempo, deixando-o pensar que tudo tinha acabado, mas depois recomeçavam.” (p. 94)

“– Descobri que havia mulheres grávidas trabalhando, esfregando o chão, executando as mais árduas tarefas, quase até o momento em que seus filhos chegavam ao mundo. Muitas delas eram solteiras, muito, muito jovens, quase crianças. Essas pobres mães só tinham o direito de permanecer no hospital após o parto, e por apenas duas semanas. Depois tinham que escolher entre permanecer no abrigo e ganhar a vida esfregando o chão e fazendo outros trabalhos pesados, sendo separadas de seus filhos, ou serem despejadas.” (p. 152)

Outras fotos:






Título: O homem de São Petersburgo (exemplar cedido pela editora)
Autor: Ken Follett
Editora: Arqueiro
Páginas: 336
Ano: 2016

22 comentários:

  1. Confesso que esse não é o tipo de livro que costumo me interessar, porém gostei muito fato do personagem principal ser bem inteligente e árduo, ao ponto de construir uma super estratégia para poder sequestrar o príncipe. O que me incomodou um pouco foi o fato da história da primeira guerra não ser bem desenvolvida durante o desenvolver da trama, por causa que fica mais focado no personagem querendo matar o príncipe, porém todo o resto me pareceu ser bem desenvolvido, e bastante envolvente. Quem sabe futuramente dou uma chance a leitura.

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  2. Oi Natalia, amei as fotos :) Não conheço o autor e apesar de você ter descrito esse livro como tranquilo para iniciar não consegui me interessar pela história, que parece ter um desenvolvimento lento. Contudo, acho que para quem já conhece o autor o livro deva ser bem interessante ;)

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  3. Oi, Naty
    Nunca li nada do Ken, mas tenho muita curiosidade. Uma pena que fez algumas ressalvas, mas como um todo acho que o livro deve valer a pena, né?
    Gosto de histórias que envolvam a Alemanha e guerras, então acho que ia gostar do livro.

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  4. Gostei do enredo do livro, por mais sofrido que seja ler, gosto de temas sobre guerra, assim também aprendemos. Pena este livro não focar tanto no desenvolvimento da guerra, os conflitos e consequências dela, e focar mais no assassinato do príncipe. Ótimo a trama não ser monotoma e os personagens serem bem construídos. Ótima resenha.
    Abraço!
    A Arte de Escrever

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  5. Olá Nathalia,já vi os livros desse autor rodando no Skoob mas nunca me atentei ao gênero que ele escrevia,e bom,pelo visto não faz meu estilo,ainda mais que não curto temas que envolvem guerras,e essa empreitada do protagonista em assassinar o príncipe,ainda mais que você menciona que fica muito focado nisso e não se têm espaço para explicar com mais precisão o que isso acarretaria ao país em questão perante a eminência de Primeira Guerra Mundial...Enfim,ótima resenha mas não me interessou o livro por que não faz o meu estilo.

    E ah,Adorei as fotos,principalmente com aquela miniatura de carruagem ao lado do livro *-*

    Abraços :*

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  6. Esse autor tem tantos livros que fico com vontade de ler e nunca consigo...
    Achei esse bem interessante. A história parece muito inteligente e bem feita. Talvez com algumas coisas que ficam faltando, tipo essa parte de ficar focando na morte do príncipe e não adentrar muito no que causaria ao país. Mas aí não sei se me importaria muito, iria depender de tudo que a história acaba apresentando ao longo do enredo.
    Mas ele parece muito bom de qualquer forma. Mais um que gostaria de ler um dia.

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  7. Oi Natália....
    Confesso que ainda não consegui ler nada de Ken Follett... Gostei da trama desse livro e com certeza quero lê-lo em algum momento... Gosto de obras que trazem como cenário fatos históricos, principalmente as guerras mundiais...
    Beijinhos...

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  8. Ai mas que pena que uma história tão boa dessa o autor não detalhou muito as situações e características da época focando apenas na questão da vingança e do sequestro. Eu nunca li nada do autor mas gosto de livros ambientados na época. Talvez eu dê uma chance.

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  9. Eu vejo muita gente falando bem desse autor, mas eu aidna não me animei a ler nada dele...Sempre tenho a impressão de que talvez ele não se aprofunde demais, sabe? Fico esperando uma coisa com mais fundo histórico e acho que ele não vai atingir minhas expectativas...Meio q nem isso q vc disse sobre ele não desenvolver o cenário total do que o assassinado do principe vai resultar, sabe?
    Acho q o unico livro que eu realmente quero ler dele é Dia D.

    bjbj

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  10. Tenho muita curiosidade para conhecer o autor pq amo livros que tem como pano de fundo uma coisa mais histórica. Mas esse livro não me interessou tanto e nem parece ser o melhor trabalho do autor acho que prefiro começar por alguma outra obra.

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  11. Olá, Natalia.
    Eu nunca li nada do autor, mas sempre vejo elogios aos livros dele. Não sei se começaria por esse, mas é um livro que pretendo ler um dia. Ainda não li nada dele mesmo gostando do gênero porque fico com duvida se vou gostar do estilo dele.

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  12. Oi Naty! Eu ainda não li nada do Follett, mas esse livro parece bem interessante. Admito, que inicialmente achei a premissa um pouco entediante, mas ao ler a resenha mudei de opinião. Gosto de ler livros com tramas inteligentes e diálogos bem construídos, como você mencionou, ainda mais com um protagonista anarquista, super sagaz. Só achei uma pena o autor não ter se aprofundado e desenvolvido mais o fundo histórico usado. Ah, e as fotos que você usou no post, ficaram lindas!
    Beijos!

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  13. Eu não conhecia o livro ou o autor, mas já fiquei com bastante vontade de conhecer a sua escrita e essa história. Eu até prefiro que o livro foque mais na questão do assassinato, mas é claro que isso vai de pessoa pra pessoa. Eu começaria a ler.

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  14. Olá!
    Eu já detestei o Noite Sobre as Águas uhauahua curioso não é como a mesma coisa agrada ou desagrada pessoas diferentes. Depois dele não me animei muito para O Homem de São Petersburgo. Pretendo ler, mas desanimei em saber que ele não se aprofunda na parte história. É o que eu mais curto no Ken Follet.
    Bjs

    EntreLinhas Fantásticas - SORTEIO DE 4 LIVROS + SACOLA DO SKOOB

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  15. Oi, Natalia!!
    Nunca li nada de Ken Follett. Mas gostei muito da resenha e da premissa do livro. Sempre gostei de Thriller históricos e esse parece ser bem interessante!! As fotos ficaram lindas!! Parabéns!!
    Beijoss

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  16. Oi Natália, eu mesma nunca li nada do autor, mas tenho uma seleção de livros que ainda quero ler.
    Beijos
    [SORTEIO] Aniversário de 1 Ano: Livro - Perdida
    Quanto Mais Livros Melhor

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  17. Eu vejo tanta gente falando do autor, mas eu não li nada dele ainda. O livro até parece ser bom, mas eu não fiquei muito interessada nele. Eu pretendo ler algum outro livro do autor para começar, talvez esse Noite sobre as águas (que eu já ouvi falar muito bem também).

    Beijos!

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  18. Natália!
    O autor tem realmente a engenhosidade de criar personagens astutos e uma trama digna de espiões. O que pecou foi como falou, em não focar um pouco mais na importância que a guerra teria, caso fosse deflagrada.
    Ainda assim, é um livro que merece leitura.
    Desejo uma ótima semana!
    “Na juventude deve-se acumular o saber. Na velhice fazer uso dele.” (Jean-Jacques Rousseau)
    cheirinhos
    Rudy
    http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/

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  19. eu nunca li o follet, mas sempre vejo elogios eu acho interessante como ele cria histórias de ficção em passagens importantes da nossa história
    só que acho que vou aproveitar sua dica e não começar por esse

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  20. Achei a história interessante mas não o suficiente pra me deixar doida pra lê-lo, histórias assim tendem me dar um sono tremendo e por conta disso eu acabo abandonando o livro, um exemplo séria a menina que roubava livros que tentei ler três vezes e em nenhuma das vezes deu certo. Mas fico feliz que você curtiu o enredo.

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  21. Ainda não li nenhum livro do autor, mas pretendo ler. Embora esse não é um dos melhores dele parece ser bom, gosto quando a historia é inteligente, essa busca pelo príncipe deve ter partes que prende o leitor, pois deve dar trabalho para o personagem conseguir esse feito.

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  22. Oi Naty!
    Já li algumas coisas do Follet e todas foram dessa fase "espionagem" dele. São envolventes, né? Concordo que ele escorrega em algumas coisas (alguns clichês, como você disse), mas me diverti com o que eu li e quando o conjunto é bom, a gente perdoa os deslizes, né? hehe
    Beijos,
    alemdacontracapa.blogspot.com

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