Logo ao iniciar o livro o seu primeiro pensamento é:
“é uma obra medieval”, sim de fato é, tem reis, castelos, guerreiros, igreja e
tudo mais que existe em gêneros do tipo. Porém, existe um diferencial, durante
a leitura você começa a ver referências sobre Shakespeare e Nietzsche, sobre as
grandes construções feitas pelos grandes construtores de antigamente e objetos
muito familiares hoje em dia. Passamos a notar que o mundo de Prince of Thorns se passa não no
passado, mas em um futuro pós apocalíptico e que, de alguma forma, fez a
sociedade retroceder à era medieval.
Os personagens também são maravilhosos, com um
destaque especial claro para Jorg. Um garoto com 13 anos, sem nenhum escrúpulo,
capaz de matar alguém simplesmente porque não vai com a cara, mas ao mesmo
tempo que sabe como conquistar seus irmãos de guerra. Um assassino impiedoso,
que busca por vingança, desde quando viu sua mãe e seu irmão serem assassinados
enquanto ele estava preso a um arbusto cheio de espinhos. Ele sabe como jogar o
grande jogo e sabe o que tem que fazer para conseguir.
Os personagens têm objetivos muito simples, mas isso
não os impede de serem interessantes e bem trabalhados, pelo contrário, o fato
de terem objetivos simples os tornam bem definidos, tornando fácil de entender
o que cada um ali busca: seja vingança, sobrevivência, pilhagem ou simplesmente
o gosto pela matança. Isso faz com que a obra seja mais fluida também, não
perdendo tempo com enrolações desnecessárias e fazendo você ler tudo sem parar.
Isso também é favorecido por um mundo rico, onde não
existem só guerreiros e reis, mas existe magia, feiticeiros e criaturas
sombrias (como fantasmas guerreiros, por exemplo). Porém, essa parte da magia,
apesar de ser bem explorada, não é o foco do livro, o foco é a vingança de
Jorg. O livro traz uma narrativa tanto no presente como também no passado,
quatro anos atrás para ser mais preciso, e é necessário ficar atento para não
confundir. A narrativa do passado mostra o que aconteceu com Jorg e o que o levou
a procurar vingança, enquanto a do presente já o mostra atrás desse objetivo.
Jorg, o garoto sem coração, malvado, que mata qualquer
um sem escrúpulos apenas para conseguir o que quer... Pois bem, ele vai casar.
=O Sim, isso mesmo, ele vai casar e é assim que se inicia o segundo livro da
Trilogia dos Espinhos. Inclusive o livro se passa todo em um único dia, que é
justamente o dia do casamento de Jorg (agora com seus 18 anos) com a pequena
Miana, a filha de um lorde que, apesar de ser muito nova, de besta não tem
nada.
Porém, apesar de o livro se passar todo em um dia,
ele, assim como seu predecessor, conta com capítulos com acontecimentos
anteriores (4 anos atrás para ser mais especifico, assim como o primeiro),
contando as andanças de Jorg e seus irmãos de estrada. E é justamente essa
estrutura a parte que mais incômoda no livro.
Isso porque não é apenas nesses capítulos que voltamos
ao passado, mas durante o dia do casamento também temos várias lembranças de
dias anteriores, o que ao meu ver, além de acabar quebrando a narrativa, deixa
a história meio confusa, deixando o leitor perdido caso não preste atenção.
Mas, tirando esse “pequeno” problema, a narrativa
continua seguindo em um ritmo alucinante com uma narrativa que continua
prendendo o leitor e o deixando curioso a cada momento. Em cada capítulo você
se depara com uma reviravolta ou uma revelação que te deixa instigado,
principalmente da metade do livro para o final, onde tudo começa a se encaixar.
E aqui temos um diferencial, pois não vemos a história apenas do ponto de vista
de Jorg, mas também sobre o olhar de Katherine (a mulher pelo qual Jorg nutre
um desejo enorme) e seu diário, contando principalmente seu ódio pelo jovem.
O livro continua repleto de ação, não é à toa que
apesar de ser o dia do seu casamento, Jorg se encontra com um exército inimigo
bem à sua porta, pronto para atacar o castelo e tomar sua parte do reino para
si. Mas claro que o jovem não deixa barato e parte para o ataque (contando
inclusive com o apoio de sua noiva).
É difícil classificar o personagem, herói não é;
anti-herói, não sei; vilão, muitas vezes; sortudo e sempre com um plano? Com
certeza. Desde o início notamos como Jorg conta com a sorte e sempre tem um
plano na manga para resolver a situação ou se antecipar a ela, e aqui não é
diferente. Porém, dessa vez ele se encontra muito mais inescrupuloso, dotado de
um poder muito grande, e não se limita a usá-lo quando pode. Mas, em certos
momentos, podemos notar que ele não é de todo mal, se importando com alguns dos
seus irmãos de guerra, como Sir Makin, o único em que Jorg parece realmente
confiar, e no pequeno Gog, uma criança adorável que pode controlar o fogo e que
está sempre acompanhado de Gorgoth, um troll enorme que protege Gog.
Por fim, a segunda parte é uma ótima pedida,
continuando de forma magistral os acontecimentos da primeira parte da trilogia,
e preparando espaço para um final que promete muito mais maldade e sangue.
Tendo como ponto negativo apenas a estrutura confusa no início, como se fosse
um quebra-cabeça que só vai se tornando possível de perceber perto do final em
diante, e isso atrapalha um pouco a leitura.
De príncipe a assassino, rei, e agora em busca de ser
um imperador e prestes a ser papai, pois é, a prova de que todo Pokémon evolui.
Quando deixamos o rei Jorg ao fim de King of Thorns, ele tinha acabado de
derrotar as forças do príncipe Orrin (pretendente a imperador e possível
salvador do império) e se tornado rei de sete nações antes governada pelo
príncipe derrotado. Já em Emperror of Thorns suas pretensões são maiores,
claro, e ser rei apenas não basta, sendo o título de imperador o cargo mais
cobiçado por Jorg desde sempre.
E com isso nós iniciamos o final da trilogia.
Novamente com um salto temporal, Jorg agora conta com 20 anos e está prestes a
ser pai. Sua esposa Miana (agora com 15 anos) está prestes a dar à luz e isso
tudo às portas do congresso que reúne todos os reis e aspirantes ao trono do
império para a grande votação a fim de decidir se haverá um novo imperador.
Mas, além disso, uma nova ameaça que andava pairando
de longe desde os outros livros parece despertar de vez, que é a grande
presença do Rei Morto, que busca também governar não só o império como o mundo
todo. Com isso tudo você forma a trama central desse final de trilogia. É uma
trama interessante? É. O livro continua bom? Continua. Porém, devo fazer
algumas ressalvas.
O livro fica se alternando entre passado e futuro – o
que em si não é ruim, mas, assim como na parte anterior, considerada o segundo
livro, ele parece se focar a maior parte do seu tempo nesses acontecimentos
antigos para juntar no final, e, quando vem para o presente, tudo acontece com
uma velocidade surpreendente com cortes para não enrolar a trama, mas isso
acaba às vezes dando a sensação de que o que realmente importava não foi
desenvolvido direito.
E sim, elas poderiam ser melhores, até porque quando
você vai juntar as coisas do fim do livro com aquele passado, percebe-se que
algumas partes poderiam ter sido dispensáveis e trabalhada de uma forma melhor.
Em compensação, ao contrário do segundo livro, aqui não há flashbacks no meio
dos capítulos do presente e dessa vez não dá para confundir presente com
passado, o que é um ponto positivo.
Outro fato legal é a oportunidade de ver partes da
história por um ponto de vista diferente, onde antes era o ponto de vista de
Katherine aqui passa a ter capítulos totalmente dedicados a Chella, uma
necromante a qual Jorg tem alguns embates durante a trilogia. Aqui, no
desfecho, ela tem um papel muito significativo para a trama.
Os personagens, no geral, são todos muito bem
caracterizados e bem construídos, com um Jorg mais louco do que nunca a fim de
fazer de tudo para evitar que algum mal aconteça a seu filho ou à sua esposa. E
também passando por cima de tudo e de todos para conquistar seus objetivos.
Enfim, é isso, no geral a trilogia é muito boa, tem
uma história muito legal, com personagens marcantes e que gostaria muito de ver
sendo adaptada por uma HBO da vida para a televisão.
A diagramação, a capa, assim como o trabalho estético
completo dessa nova edição da DarkSide está de arrasar. Sem dúvidas, é uma das
edições mais bonitas para se ter na estante.
Título: Trilogia dos espinhos – Volume único (exemplar cedido
pela editora)
Autor: Mark Lawrence
Editora: DarkSide
Páginas: 928
Ano: 2017
Resenhado por Fábio Pedreira
Oi Natália,
ResponderExcluirEssa edição é realmente muito linda, sobre a história: nunca achei que eu fosse gostar, estava passando na livraria essa semana e encontrei o primeiro volume, pensei, Ah, por que não tentar? e trouxe pra casa, adorei o livro e já fui atrás do segundo volume, acho que vou deixar pra lê-lo mês que vem para não saturar, mas me surpreendi com a história.
Hiattos
Oi, Natália!
ResponderExcluirGente, mas comassim o segundo livro se passa em um dia? Fiquei com um pé atrás agora. O "bom" é que já tenho toda a trilogia tem um tempo e com certeza vou ler, mesmo sabendo desse detalhe.
Beijos
Balaio de Babados
Participe do Natal Literário e ganhe prêmios maravilhosos
Olá Chefa.
ResponderExcluirRapaz, adorei a resenha viu. kkkkkkkk
E as fotos também =D
Vi umas resenhas dos outros livros, até foi aqui mesmo, e a história me ganhou. Gostei dessa mistura das coisas, genero e etc. O personagem tão jovem e tão doido, a personalidade dele chama atenção de cara. E os outros personagens da trama parecem bem feitos, então só ajuda.
ResponderExcluirParece bem interessante por toda ação e esse mundo que a história explora. As referências no meio e tal. Gosto de umas coisas assim.
Já estou com essa versão aqui e doida pra arrumar um tempo pra ler. É linda demais e adorei a ideia dos livros todos ali, pra mim ficou bem mais prático já que gosto de ler tudo um atrás do outro.
Olha gostei da sua resenha, confesso que não sou muito ligada em livros e tal, conheço muito pouco.
ResponderExcluirBeijinhoss
https://glamour-02.blogspot.com.br/
Oie.
ResponderExcluirAs edições da DarkSide não tem nem o que dizer, né? MARAVILHOSAS sempre. Um capricho, que só. Dá até dó de ler! kkkk (Só quero morrer com esses mapas gente, não entendo nadinha.)
Eu já ouvi falar nessa trilogia mas é a primeira resenha que leio e mesmo amando o gênero eu sei lá, não fui muito com a cara desse protagonista parece.
Ainda assim, ótima resenha. Quem sabe um dia... ir sem expectativa é até melhor hehe
Bjsss
http://www.cafeidilico.com/
Oi Natalia! Realmente não parece uma simples história de fantasia, gostei do fato de ter referências a grandes escritores. A parte confusa da narrativa é realmente complicada, mas é bom saber para ficar mais atenta e a edição parece lindíssima!
ResponderExcluirBjs, Mi
O que tem na nossa estante
Não conhecia essa trilogia, parece ser uma verdadeira aventura de se ler, não é muito o meu género de leitura.
ResponderExcluirMRS. MARGOT
Que livro! Olha essa capa, muito bom! Gosto de ler esse tipo de história, com reis, castelos... e assim vai, parece que nos transporta para lá, nao é?
ResponderExcluirGostei da recomendação! Um abraço!
Blog: O Planeta Alternativo
Que fotos incríveeeeeeis, a edição do livro também está muito linda! Adorei sua resenha, apesar de não ser meu gênero preferido eu super conferirei futuramente, já que me interessei na premissa!
ResponderExcluirhttp://www.leitorasvorazes.com.br/
Quero muito esse livro, esta lindo demais. Fiquei impressionada com Jorg, difícil saber se torce por ele ou não, mas sendo tão cruel e não liga para o que tem que fazer para atingir os seus objetivos fica difícil. A historia tem muitas coisas que gosto reviravoltas, ação e muito mais, deve deixar a leitura envolvente, mesmo que tenha algum momento que não agrade.
ResponderExcluirNatália!
ResponderExcluirFiquei impressionada com a personalidade psicopata de Jorg, tão jovem, deve ser bem forte o livro.
Mesmo com todo sofrimento e com a ânsia de vingança, achei o personagem bem carregado, embora o livro seja muito bom de ler.
E o melhor é que todos os exemplares da trilogia estão em um único livro, fascinante.
Uma semaninha abençoada na paz do Senhor e FELIZ NATAL!
“Celebrar o Natal é crer na força do amor, é isto que transforma o homem e o mundo. Feliz Natal!” (Desconhecido)
cheirinhos
Rudy
TOP COMENTARISTA dezembro 3 livros + 2 Kits papelaria, 4 ganhadores, participem!
Sou louca pra ler esse livro desde quando lançou mas não tive oportunidade ainda. A história do livro contém tudo que eu amo numa leitura. E o segundo livro me deixou muito curiosa por narrar um único dia.
ResponderExcluirAcho que vai entrar na minha lista do ano que vem.
Acho que é sempre importante os livros mostrarem o que levou tal pessoa a cometer barbaridades (ou seja, ver um possível lado bom), por mais que isso não tenha justificativas! Enfim, quero ler a série!
ResponderExcluirOi, Naty!!
ResponderExcluirNossa que edição mais linda!! Estou bem curiosa para ler essa trilogia e essa é a primeira resenha que leio sobre essa história mas adoro um bom livro de fantasia!!
Bjos
Maravilhosa essa edição da Darksiders. Tô louca pra ler. Já fiz meu pedido e tá chegando 😍😍😍😍
ResponderExcluirQuase vendi um rim pra comprar, mas vale a pena ❤️
Esse livro é muito lindo meu Deus, parece de ouro kkk. Cara nunca imaginei que esse personagem ia casar e ter até filhos kkk quando falou que ele matava qualquer um por qualquer coisa já imaginei o bichinho sem coração e com sede de sangue. Meu irmão tem esse livro e já folheei ele algumas vezes mas nunca tomei atitude pra ler, mas agora depois da resenha fiquei bem curiosa
ResponderExcluir