Mariana está sumida, mas encontrou um tempinho para vir contar para vocês um pouquinho sobre esse nacional que mexeu com ela.

O Escudo do Senhor teve um início realmente promissor, afinal, não é sempre que somos conduzidos, com maestria, até a França do século XVIII, ao encontro de um jovem príncipe que tem muito mais segredos do que aparenta inicialmente. Jean Valois não é apenas um mero sucessor do trono, mas dentro dele habita um anjo encarnado, Rhaziel, que apesar de estar numa forma humana, tem o real desejo de ser escalado para ser guardião de alguma pessoa.

Depois da euforia dos primeiros capítulos, séculos se passam e Rhaziel finalmente tem seu desejo concedido, mas, claro, não será tão fácil assim. Além de ser o anjo da guarda de uma pessoa, Rhaziel também ficou responsável por encontrar o paradeiro de seu irmão, Haniel, que foi levado por demônios e não dá notícias desde então. Mas é preciso ter pressa para encontrar o outro anjo, já que os aliados de Lúcifer tentam a todo custo acabar com a paz entre céu, terra e o inferno.

Ao receber sua função e descer para o espaço mundano, Rhaziel e Kenael, também anjo, que o acompanha, precisam se aventurar e, principalmente, se adaptar a esse mundo mesmo séculos sem contato com a humanidade e é bastante interessante ver como os costumes mudaram de séculos para cá e até cômico alguns dos choques de realidade que os anjos têm que enfrentar.


De fato, o modo como a história foi conduzida respondeu a todos os questionamentos que a sinopse despertou, mas devo acrescentar que, inicialmente, tudo parecia um roteiro linear, que, de vez em quando, dava alguns saltos, mas, imediatamente, tudo beirava a unissonância novamente. Alguns momentos até demasiadamente clichês e incoerentes.

Vamos lá: como é que você descobre que tem um homem que você acabou de conhecer dentro da sua casa (aqui as coisas já começam a ficar esquisitas), que diz ser seu anjo, e reage como se fosse a coisa mais normal do mundo? Como se aquilo fizesse parte da rotina. “Ah, olha um anjo parado na janela do meu quarto! Vejo todo dia, deixa eu voltar a preparar meu café.” Eu, no mínimo, iria chamar o tal anjo de louco, expulsá-lo da minha casa e chamar a polícia. Entendo que seja uma fantasia, pessoal, mas até aqui coerência é essencial.


Não posso dizer que comecei a leitura com grandes expectativas, mas estava curiosa com o que estava por vir e me deparei com personagens que pecaram pelo excesso. Lauren e Anne me irritaram extremamente pelas atitudes e até mesmo pelos diálogos fúteis e sem necessidade alguma durante o livro, algo me pareceu bastante forçado ou robotizado até. As únicos personagens que realmente me cativaram foram Stephen e Kenael, duas personalidades secundárias que, particularmente, roubam a cena.

O ápice da história foi a tensão e o próprio confronto que ocorre. Nesse momento, a autora realmente me surpreendeu por ter conduzido as cenas com tanta clareza e objetividade, de deixar a leitora aqui tensa. Não posso negar que a narração de ambientes foi realmente impecável. Aliando-se a isso, a escrita fluida durante toda a história mesclada com os capítulos curtos deram uma certa dinamicidade na história.

Entretanto, como nem só de alegrias viverás uma pobre leitora, eu também encontrei algumas complicações. Primeiramente, há muitos erros de digitação e ortográficos: frases repetidas em sequência no início dos capítulos, letras a mais onde não deveria ter, palavras sem espaçamento entre elas, vírgulas em lugares indevidos, falta de vírgulas, palavras com grafia incorreta… Ih, é erro pra dizer chega. Aliás, quando encontrei o primeiro e o segundo, nem me irritei tanto, mas erros recorrentes assim deixam a leitura extremamente incômoda. O que me surpreende é que o livro realmente passou por uma revisão e mesmo assim erros tão toscos foram vistos no resultado final.

Entendo completamente alguns detalhes, já que esse é o primeiro livro da Beatriz e ela já mostrou grandes qualidades, mas é inegável que ainda há muito para evoluir (afinal, a gente tá aqui para isso, não?).

O Escudo do Senhor é narrado em terceira pessoa e os detalhes das páginas estão lindos, com arabescos e asas negras na divisa de cada capítulo, combinando com toda a temática do livro.

Título: O escudo do Senhor
Autora: Beatriz C. Cavalcante
Editora: PenDragon
Páginas: 284
Ano: 2017

14 comentários:

  1. Eu não conhecia o livro, nem a autora, mas achei a capa lindíssima. O enredo, apesar de não fazer muito o meu estilo, me deixou bastante curiosa. Em relação aos erros ortográficos, é claro que é normal encontrarmos um outro nos livros, mas em excesso realmente prejudica a leitura. É muito chato quando isso acontece, além de ser uma pena (principalmente num exemplar tão caprichado como esse). Mesmo assim, parece ser uma boa pedida para quem é fã do gênero.

    =)

    Suelen Mattos
    ______________
    Romantic Girl

    ResponderExcluir
  2. Oi, Mariana.

    Ao meu ver, para o Rhaziel, encontrar seu irmão, acaba se tornando uma tarefa um tanto quanto difícil, recorrente a tudo o que pode acontecer causado pelas forças das trevas.

    ResponderExcluir
  3. Gostei pela coisa toda de anjos, missão, essas doideiras da história. O tempo e como a mudança dele afeta os anjos, as coisas que eles devem ter ficado chocados ao ver, isso até me deu curiosidade. Mas confesso que não sei se leria. Achei a história interessante mas não despertou aquela vontade de ler. Erros de escrita e umas coisas repetidas talvez nem me importasse tanto se a trama for bem feita no sentido de prender, com personagem que passa uma curiosidade pra você ver onde vai terminar. Mas tem algumas coisas que falou que já me deixaram desanimada também. Não sei se é um livro que daria certo comigo.

    ResponderExcluir
  4. Oi Mariana,
    Adoro histórias com anjos, esses personagens sãos um dos meus favoritos quando se trata de fantasia. No geral, esse livro parecia ser bem promissor, com a trama começando séculos atrás e trazendo um confronto digno de se ler. Mas confesso que são tantos pontos negativos que fiquei desanimada em ler. O fato do enredo trazer acontecimentos nada coerentes, alguns personagens irritantes e até forçados, e os muitos erros que deixam a leitura extremamente incômoda desanimam muito. Não sei se daria uma chance a esse livro.
    Beijos

    ResponderExcluir
  5. Olá, Mariana.

    Não achei de primeira, pela capa, que o livro trataria sobre anjos e demônios.Contudo mesmo tenso algumas ressalvas parece ser um livro interessante para ler.

    Parabéns pela resenha.

    R.W.

    https://www.newsfallenbooks.com/

    ResponderExcluir
  6. Olá Mari! Tudo bem?
    Não conhecia esse livro!
    Obrigada pelo comentário lá no blog.
    Volte sempre!

    ~ miiistoquente

    ResponderExcluir
  7. Oi Mariana,
    Te confesso que estou fugindo um pouco de histórias sobrenaturais, mas a capa é linda!!!
    E não conhecia a obra, foi uma grande novidade.
    Beijos
    http://estante-da-ale.blogspot.com.br

    ResponderExcluir
  8. Oi Mari.
    Não conhecia essa história e até fiquei curiosa para conferir, pois a premissa é interessante.
    Mas, estou com um pouco de receio por causa dos seus apontamentos. Se um ser batesse na minha porta e falasse que era meu anjo da guarda eu agiria exatamente como você. Realmente parece faltar coerência na história.
    Ter um erro aqui ou ali é algo que dá para relevar, mas muitos erros e frases repetidas é algo que desanima muito a leitura para mim. Por esses motivos, não sei se lerei esse livro.
    Beijos

    ResponderExcluir
  9. O livro traz uma proposta muito boa, já imagino a aventura que esses anjos irão enfrentar numa era mais moderna. É bom vermos autores nacionais alcançando seu espaço, apesar dos pontos negativos apontados, a autora pode melhora-los num futuro livro!!

    ResponderExcluir
  10. O que mais me chamou atenção no livro foi que ele se trata de uma aventura os protagonistas são anjos então achei bem interessante essa temática acho que com o tempo o trabalho da autora evolui mas o livro realmente chamou uma atenção

    ResponderExcluir
  11. Mariana!
    A premissa parece bem interessante com ambientação na França do século XVIII e ainda com anjos... ai, amo anjos.
    Mesmo com todos os erros de ortografia, que acredito possam ser resolvidos com uma revisão mais apurada e suas ressalvas, não tem como não desejar faer a leitura.
    “Jamais sofra antecipadamente. Pense positivo. Acredite nos seus sonhos. Nunca desista de lutar. A vida é generosa para aqueles que acreditam nela.” (Vitoria Cirilo)
    cheirinhos
    Rudy
    TOP COMENTARISTA MARÇO: 3 livros + vários kits, 5 ganhadores, participem!
    BLOG ALEGRIA DE VIVER E AMAR O QUE É BOM!

    ResponderExcluir
  12. Oi, Mariana!
    A história do livro desperta a atenção do leitor principalmente para quem gosta de livros que tenham seres angelicas, mas não suporto livros que os personagens são irritantes e enfadonhos!!
    Bjos

    ResponderExcluir
  13. Eu faria a mesma coisa que você se aparecesse um homem aleatório na minha casa falando ser um anjo, meu filho dai daqui seu louco iuahiuaha mas enfim, em geral a história parecesse interessante, porém, vou deixar pra próxima.

    ResponderExcluir
  14. Não conhecia a história, a premissa é muito boa e essa ideia dos anjos voltando pra terra é bem interessante. Realmente deve ter sido um choque para os anjos voltar a ter contato com os humanos mas o humano não estar nem aí por ter uma anjo não colou mesmo em? a coerência ficou de lado nessa parte do livro. Fiquei bem curiosa para saber se o Rhaziel consegue reencontrar o irmão

    ResponderExcluir

Gostou da postagem? Deixe um comentário. Se não gostou, comente também e deixe a sua opinião.
Se tiver um blog deixe o endereço e retribuiremos a visita.
Aproveite e se inscreva nas promoções e concorra a diversos prêmios.