"Mais magro". Além de ser o título original do livro criado por Stephen King, são as palavras que o velho cigano professa sobre Bill Halleck. Após um momento de uma distração insensata ao volante, Bill acaba atropelando uma cigana que vagava distraída por entre os carros, matando-a prontamente. Valendo-se da amizade de um juiz que adorava os seios de sua mulher e deveria ter-se acusado impedido (de julgar o caso), Bill escapa ileso de qualquer acusação. Ao sair do tribunal, porém, ele é confrontado pelo velho cigano, pai da cigana atropelada, que lhe toca o rosto e pronuncia as palavras.

Bill é um homem gordo com seus 111 quilos, e a cada dia vê seu corpo esvaindo pela balança de forma incômoda e assustadora. Certo de que estava sob a roga de uma maldição proferida pelo cigano, e longe de ter qualquer pessoa que acreditasse no mesmo que ele, Bill parte numa corrida desenfreada contra o tempo para reencontrar o velho cigano e convencê-lo a retirar a maldição e salvar a própria vida.

Criativo, mas às vezes cansativo, "A maldição" reflete situações em que a sociedade está acostumada a fazer justiça com as próprias mãos quando a justiça comum falha. Os personagens são criados sob a ótica de que tudo pode acontecer com qualquer um e por isso mesmo o sentimento da raiva está bastante presente neles, levando-os a atitudes impensadas, de ambos os lados.


A história se inicia bem, é corrida, desenvolvida e faz a leitura fluir. Porém, em algum momento King perde a pena e a história perde cadência, num pequeno momento onde nem a genialidade de King consegue dar conta. Quando um novo personagem entra em cena, contudo, narrando a história em primeira pessoa, o livro ganha nova vida a tal ponto de nos transportar para as páginas e fazer ficarmos felizes com o desenrolar.

Em suma (sem trocadilhos), "A maldição" é um livro em que podemos de fato assumir para nós o desespero dos personagens onde tudo parece jogar contra. O presente, entretanto, está no desfecho. Dono de uma sagacidade às vezes imoral, King nos banha em um fim surpreendentemente impensado e nas linhas da ironia, nos deparamos com um final bem... Stephen King!!

Título: A maldição (Thinner)
Autor: Stephen King
Editora: Suma
Páginas: 288
Ano: 1984 / 2012

9 comentários:

  1. Marcos!
    Parece que King quis chocar seus leitores uma vez mais trazendo a essência da raiva através dos conflitos das personagens e sem pena dos pobres leitores desavisados.
    Sinto que em alguns trechos ele tenha perdido a 'mão' e a história tenha se tornado um tanto cansativa.
    cheirinhos
    Rudy

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    1. Se fosse diferente, não seria King, não é? Rsrs

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  2. Oiii Marcos

    Já li duas obras do King mas a narrativa do autor não conseguiu me prender. Por enquanto prefiro esperar amadurecer um pouco mais como leitora, quem sabe futuramente eu ainda acabe conferindo Maldição.

    Beijo

    www.derepentenoultimolivro.com

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    1. Oi, Ivy! Comigo foi bem diferente. Logo no primeiro livro foi amor à primeira leitura rsrs.
      Se vc um dia se interessar, posso te dar umas dicas de livros dele com narrativas muito mais acessíveis e fluidas. Tenho certeza de que vai gostar.

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  3. Boa tarde,

    Eu ainda não conhecia esse livro do autor e ainda não li nada dele, mas ainda vou ler.....kkk...ótima dica...bjs.


    http://devoradordeletras.blogspot.com

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    1. Está na hora de conhecer então, meu querido! Rsrs

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  4. Adoro os livros de Stephen King, sua imaginação é incrível. A maldição ainda não li, mas tenho muita vontade. As vezes a leitura de King se torna cansativa, mas mesmo assim é difícil de largar.

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  5. Puxa, quanto tempo não lia nada sobre este livro!Acabei lendo a versão antiga(tem tempo demais)e realmente não é um dos melhores livros do autor.
    Ele consegue até construir um cenário intrigante, mas traz personagens muito supérfluos e isso acabou me irritando demais na época.
    Amo de paixão o trabalho do Mestre King, mas há sim alguns trabalhos do autor não funcionam.
    Mesmo assim, vale sim cada página, afinal fã que é fã, sabe que nem tudo é perfeito!
    Beijo

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  6. To conhecendo cada vez mais a escrita de King aqui no blog e já percebi que ele sempre trás uma lição por meio da história. Bem interessante o jeito que ele consegue juntar o terror com a realidade. Ele não tem um premissa ruim, pode ter as falhas de desenvolvimento mas a criatividade dele com as histórias é sem igual. Nessa história ele brinda mais uma vez o leitor com uma trama envolvente e cheia de mistérios.

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