Há meses venho namorando esse livro. Tudo nele me chamava a atenção, desde a capa azul soft touch até a sinopse, que bradava o erro de uma menina que traiu seu namorado com o irmão dele.

Eu estava louca para conhecer Molly e já sabia que ela tinha um segredo que contou para uma única pessoa: sua mãe.

Acontece que a mãe de Molly era uma escritora, best seller do NY Times, que estava com bloqueio criativo.

Molly contou seu segredo para a única pessoa que não poderia contar.

A verdade é que ela fez uma enorme besteira... Quando rolou essa coisa toda de traição, ela namorava Patrick e traiu o moço bonito com ninguém mais, ninguém menos que Gabe, irmão de Patrick. Com o peito cheio de sentimentos em ebulição, Molly corre para os braços da mãe e conta tudo a ela, nos mínimos detalhes, e sua mãe transforma a história de Molly em um livro, que logo vira outro best seller, transformando a vida da garota em um verdadeiro inferno.


E ela faz a única coisa que poderia fazer no momento: sai da cidadezinha onde mora - e onde todos se conhecem - e cursa o último ano do ensino médio em uma escola interna, longe dos olhares acusadores de todos.

Chega o fim das aulas e ela tem 99 dias - as férias de verão - para passar em casa e, mesmo sabendo que vai ser uma tortura, ela empacota suas coisas e volta para casa.

Vale ressaltar que a vida de Molly passa a ser um verdadeiro inferno, desde os olhares acusadores que recebe até as palavras grosseiras que lhe dirigem. E ela também não se ajuda, pois, ao invés de encarar, altiva, todas as pessoas que julgam conhecer sua história, ela se recolhe, acuada, deixando-os ganhar espaço e vantagem.

Aposto que você está aí pensando: Mas, Sissi, ela está errada mesmo! Traiu o namorado! Que coisa feia!

Nem tudo na vida é preto no branco, minha gente... Parem para absorver esse minuto de sabedoria da Tia Sissi.


Molly também tem sua versão dos fatos, apenas optou por não contá-la e nem se defender, e durante a leitura de 99 dias vamos conhecendo mais sobre essa mocinha, sobre Gabe e Patrick e sobre o que realmente aconteceu entre eles.

Mais uma vez temos uma história - tão comum - onde mulheres julgam as outras, chamando-as por nomes e transformando-as nas vilãs sem ao menos questionarem o quão culpado são os homens. E mais um vez tive vergonha por essas mulheres.

A narrativa de Katie Cotugno é envolvente e a forma como a história é contada torna esse um livro fácil e rápido de ler. A cada capítulo temos a contagem dos dias, e às vezes um capitulo tem três páginas, enquanto outros se resumem a uma linha.

Confesso que a parte adolescente que vive em mim criou uma certa empatia com Molly, e em vários momentos eu gostaria de ter podido pegar na sua mão e avisar: você está fazendo tudo errado.

Sobre a edição: A Rocco nos presenteou com uma edição caprichada. A capa em soft touch - como falei anteriormente - e os tons de azul mesclado ao branco no título e subtítulo, deixam o livro muito agradável aos olhos. A diagramação está ótima, e os capítulos são delicadamente encabeçados pela contagem dos dias em letra cursiva, e a contra capa, ai ai ai... cheia de corações.


Obrigada Rocco, pelo carinho com os leitores!

Título: 99 Dias 
Autora: Katie Cotugno
Editora: Rocco - Jovens Leitores
Páginas: 384
Ano: 2018

10 comentários:

  1. Olá, como vai?
    Nunca tinha ouvido falar do livro, mas depois da sua resenha e dessa capa que eu amei, fiquei super curiosa e doida pra ler hahaha.

    Beijos!!
    https://sentimentos-de--uma-garota--bipolar.blogspot.com.br

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    1. essa capa é fofa mesmo ne? E a historia me encantou tb... por alguns motivos eu nao consegui ter nenhum ranço da protagonista...

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  2. Oi Sissi! Já tinha visto esse livro por aí mas n sabia do que se tratava... Gostei do que li na sua resenha, fiquei curiosa! Vou botar na listinha 😉
    Olhando essa capa parece até um sick lit...
    Bjs
    http://acolecionadoradehistorias.blogspot.com

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    1. e aproveita a Black Friday pq os livros da Rocco sao bem sallgadinhos! Beijao

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  3. Eu ja tinha visto em umas postagens no instagram esse livro e apesar de achar a capa muito linda eu confesso que nao fiquei nem um pouco interessada na historia. Apesar de a capa dar indicio de ser um romance chick-lit

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  4. Fiquei encantada não apenas com a edição maravilhosa do livro, mas também com as mensagens tão contundentes e importantes que a história nos passa, ainda mais em momentos como o que estamos vivendo. As vezes a gente precisa de algo que nos abra os olhos para o fato de que nem tudo que parece realmente é, que as vezes as atitudes não são tomadas com base em maldade ou intenções indignas. Confesso que, assim como tu, eu ia sentir muita vontade de abraçar a protagonista e dar um murro na cara de todas as pessoas que acham que podem julgá-la.

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    1. exatamente Pat... ela errou, mas nao teve lado 100% isento de culpa nessa historia. Nao nos cabe julgar ne? Um beijo enorme e se ler o livro vem me contar!

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  5. Ai confesso que lendo a primeira linha da resenha já desanimei pela ideia de triangulo amoroso mas que bom que continuei a ler porque agora to super curiosa para fazer a leitura. Gostei dessa premissa e fiquei com pena da Molly, imagina estar com um turbilhão de sentimentos e ainda ver toda sua vida ser exposta em um livro e depois aguentar tantos julgamentos. Infelizmente muitas pessoas não param para saber o outro lado de uma história e já partem para os julgamentos.

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  6. Realmente Sissi, só lendo a sinopse, a gente logo julga Molly mas como você disse, há muito mais por trás dessa história.
    Que mancada da Molly contar esse babado pra mãe hein?! E que mancada da mãe em transformar a intimidade da filha em livro.

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