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30.4.19

Quotes de abril


Olá, leitores.
Hoje trouxemos para vocês os melhores quotes das nossas leituras do mês de abril.


Fábio
“Havia morte e fantasmas por toda parte. O corredor era assombrado pelos homens que haviam morrido na cadeira elétrica. Era assombrado pelos homens que haviam preferido se matar antes de serem mortos. Seu sangue fluíra pelas rachaduras do cimento como um rio lento, até secar e depois desgrudar sob o peso das criaturas que se arrastavam por cima dele à noite. As baratas tinham sangue nelas, e o carregavam de uma cela a outra. Os ratos mordiscavam o sangue coagulado e o traziam de volta pelas paredes e fendas, onde suas partículas circulavam no ar como poeira escurecida e se assentavam sobre nós todos. Era difícil se enforcar no corredor da morte, mas era fácil bater a própria cabeça contra a parede de cimento, várias vezes, até arrebentá-la, respingar a cela de vermelho e fazer seus miolos preencherem as fendas e pequenos orifícios como massa corrida, depois endurecem numa mancha que nunca mais saía. O corredor era assombrado por remorsos e arrependimentos, e pelas mortes de todos que haviam morrido nas mãos dos culpados, e por todos aqueles que não haviam morrido nas mãos dos inocentes, mas queriam justiça e queriam que seus assassinos fossem encontrados. A liberdade era um fantasma que assombrava todos nós no corredor, mas a maioria era assombrada por um passado ao qual não podia mais voltar para tentar mudá-lo. Perda, dor e uma loucura fria que desafiava as palavras flutuavam na sujeira e na imundície que nos cobria a todos. O inferno era real, e tinha um endereço e um nome.
Corredor da Morte, Prisão Holman. Aonde o amor e a esperança vinham para morrer.” (HINTON, Anthony Ray. O sol ainda brilha, p.123)

Natalia
“O arco moral do universo tende para a justiça, mas a justiça precisa de ajuda. A Justiça só acontece quando pessoas de bem se erguem contra a injustiça.” (HINTON, Anthony Ray. O sol ainda brilha, p.295)


Fernanda
“Era horrível ser Negra e não ter controle sobre a minha vida. Era brutal ser jovem e já estar treinada para ficar sentada em silêncio ouvindo as acusações feitas contra a minha cor sem chance de defesa. Nós todos devíamos estar mortos.” (ANGELOU, Maya. Eu sei por que o pássaro canta na gaiola, e-book.)


Cristina
” – Todos nós temos questões que estamos tentando superar, senhorita Tate. Todo mundo quer se sentir especial, a gente admitindo ou não. E amar sem limites, nos permitindo ser amados de volta, é o que dá sentido á vida. Ou, pelo menos, é o que deveria dar. Todo o resto só atrapalha.” (Leisa Rayven, Mr. Romance)


Jessica
“- Meus pais me ensinaram a olhar com atenção, sabe? É muito fácil julgar os outros quando você está olhando de longe. É fácil olhar para alguém fora do seu mundo e fazer uma porção de afirmações e julgamentos sobre quem aquelas pessoas são. Porque quando você vê os defeitos dos outros, você meio que justifica que seus defeitos são melhores que os deles.Porém, quando olha com atenção, quando realmente enxerga a pessoa ao seu lado, vê muitas coisas iguais. Esperança. Amor. Medo. Raiva. Quando olha com atenção, percebe que vocês são parecidos de muitas maneiras. O sangue de todos nós é vermelho, e até mesmo o coração de um monstro pode se partir. Você só precisa se lembrar de sempre olhar com atenção. “ (CHERRY, Brittainy C. VERGONHA, p 88)
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Postagem Naty Araújo on 30.4.19 26
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29.4.19

Crítica: Filme Vingadores - Ultimato


Livre de spoiler

A celebração de um ciclo

Em 02 de maio de 2008 estreava o primeiro filme da Marvel Studios, Homem de Ferro, o primeiro de muitos outros que viriam nos anos seguintes para completar o Universo Cinematográfico Marvel. Dentro de quatro anos foram lançados seis filmes com os principais heróis, e em 2012 estreou no cinema o primeiro longa dos Vingadores. 

O sucesso absoluto dos primeiros filmes garantiu ao Marvel Studios, que havia sido comprado pela The Walt Disney Company em 31 de agosto de 2009, a possibilidade de dar início à segunda fase de seus filmes. 

Esta nova fase trouxe a sequência do trio principal de heróis, como era esperado, mas o estúdio colocou em jogo duas novas apostas: Guardiões da Galáxia (2014) e Homem-Formiga (2015), além de uma nova aventura da equipe de frente, Vingadores: Era de Ultron (2015). Mais uma vez, os filmes foram sucesso de crítica e bilheteria.


Em 28 de abril de 2016, foi dado início à terceira fase de filmes Marvel, com Capitão América: Guerra Civil, e desta vez o número de lançamentos aumentou para dez.

Novos heróis foram apresentados: Doutor Estranho (2016), Pantera Negra (2018), Capitã Marvel (2019), o amigo da vizinhança voltou para casa em Homem-Aranha: De volta ao lar (2017) e dois anos após o início da terceira fase, veio Vingadores: Guerra Infinita (2018), o filme que colocou em cena todos os heróis que haviam sido apresentados até o momento, juntos com um único propósito: derrotar o titã louco Thanos, antes que o mesmo tivesse posse das seis Joias do Infinito e evitar que metade do universo fosse destruído.

Após uma longa espera, enfim Vingadores: Ultimato estreou e pudemos descobrir o que aconteceu após o fim drástico de Guerra Infinita.


A primeira cena do longa estabelece bem como será o seu decorrer, ao mesmo tempo em que é uma excelente ligação com seu filme predecessor, pois tem o tom certo e é um tapa na cara que faz qualquer fã acordar para a realidade que aquele universo vive neste instante.

O primeiro ato nos apresenta o mundo como a consequência do estalar de dedos de Thanos, e como os heróis sofrem cada qual a seu modo com o pesar das perdas. 

Mas uma última partícula de força ainda existe, e sangue novo pode ser o que eles precisavam para derrotar seu algoz. 

Ainda neste primeiro ato do filme, vemos ainda mais o peso das decisões de cada um, e como as consequências de tudo isso os levam a caminhos distintos, com suas próprias lamentações, arrependimentos, saudades, e esperança.


No segundo ato, o despertar de uma nova esperança acende uma pequena faísca que pode se tornar a chama da salvação que os heróis tanto buscavam, e com isso um novo plano começa a ser traçado. Mas seria fácil demais se não houvesse um novo obstáculo, certo? Exato. O roteiro inclui neste momento um obstáculo que simplesmente não pode ser descartado. Para continuar, os sobreviventes terão que encontrar uma nova solução e arriscar tudo o que tem para conseguirem de volta tudo o que perderam, custe o que custar. E é aqui que a trama se torna mais complexa e nos envolvemos ainda mais com essa teia de emoções que o longa é.

O desenvolvimento do plano segue com uma dinâmica de equipe sem igual, eu diria que ainda melhor do que vimos em filmes anteriores da equipe de Vingadores, que permite com que pequenos buracos do Universo Cinematográfico Marvel sejam aos poucos preenchidos, ao longo que novos obstáculos, pequenos e grandes, são inseridos. Aqui o fan service vem a cavalo e é muito bem vindo, pois não haveria forma melhor de se fazer.

Conforme a história caminha para o seu fim, o cerco vai se fechando, e a verdadeira ameaça é apresentada. Este é o momento em que o coração explode de emoção ao ver a trindade unida lado a lado, novamente, como equipe contra um mesmo inimigo. A sequência de ação é um verdadeiro presente, principalmente aos fãs de quadrinhos que receberão neste momento muitas cenas baseadas nas HQ’s.


A sequência final é um deleite de cenas grandiosas que formam em tela uma pintura atrás de outra, e tem o poder de causar uma sinestesia de sentimentos que poucos foram capazes de fazer.

Digno de um final épico, Vingadores: Ultimato é um filme grandioso, mas que inevitavelmente depende dos predecessores para ser completo, mas ao mesmo tempo se sustenta sozinho como o pilar principal, a culminação de todo um universo, o ponto de chegada em que se encontra um baú de ouro abaixo do arco-íris.

O longa fecha de forma magistral o arco de desenvolvimento dramático da equipe principal, pois, apesar de ter em tela uma gigantesca gama de personagens, os protagonistas aqui são a velha guarda. 


Seguindo a já conhecida fórmula Marvel, o filme é cômico e energizante, mas possui aqui um ar muito mais profundo de pesar, um senso de empatia natural, e é surpreendente e grandioso. Tecnicamente muito bom, possui um roteiro forte e boas atuações.

Uma grande celebração ao encerramento de um ciclo e início de outro, uma apoteose do gênero que merece muito ser aplaudida de pé por tudo o que representa.

Vale lembrar que este é o único filme da Marvel que não possui nenhuma cena pós-créditos, e cá entre nós? A ausência desta marca registrada do estúdio nem faz falta aqui, pois tudo o que precisamos está dentro das 3h de filme que passam voando, e com toda certeza irão nos deixar reflexivos por um bom tempo.


Direção: Anthony Russo e Joe Russo
Produção: Marvel Studios e Walt Disney Pictures
Gênero: Fantasia 
Ano: 2019
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Postagem Douglas Sales on 29.4.19 31
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Filmes, Vingadores
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27.4.19

Resenha: Reinações de Narizinho


Quando eu era criança – e isso já tem algumas décadas -, me sentava em frente à televisão na casa da minha avó e almoçava, já vestida para a escola, vendo o Sítio do Pica Pau Amarelo.

A Turma do Sítio me acompanhou por toda a infância e eu adorava ver a forma como Dona Benta e Tia Nastácia cuidavam daqueles peraltas.

Eis que, nesse mês, o grupo Companhia das Letras nos deu de presente uma edição de luxo de As Reinações de Narizinho, o primeiro volume que deu origem a saga da turma, sempre liderada pela espevitada Emília, a boneca de pano que era gente. Quem viveu o Sítio sabe exatamente do que estou falando.

Nessa nova e repaginada edição, antes de dar início às histórias, temos uma introdução escrita pela organizadora Marisa Lajolo. São duas páginas explicativas, situando o novo leitor no mundo de Monteiro Lobato da década de 20, onde a maior parte das crianças não frequentava a escola, especialmente se fossem meninas. Eles explicam que, naquela época, os adultos acreditavam que as meninas deveriam se tornar, acima de tudo, boas esposas e boas mães. Logo, nossa Narizinho não vai à escola e é educada de forma a se encaixar nos padrões da época. Ela ainda explica o contexto cultural da época em que o livro foi escrito e toca em questões polêmicas relacionadas às obras de Lobato.
Quando as personagens foram criadas, a escravidão era lembrança recente: havia pouco mais de trinta anos que tinha sido abolida – finalmente! Muitas pessoas negras, que haviam sido escravizadas, quando se viram livres acabaram permanecendo nos lugares onde já viviam, Afinal, nunca haviam saído de lá e não tinham tido a oportunidade de ter outra formação não era uma opção, mas uma realidade. Talvez fosse o caso de Tia Nastácia. O fato de ela chamar Dona Benta de Sinhá sugere que a relação delas não era de igualdade, mesmo que existam passagens em que Tia Nastácia dá broncas em Dona Benta ou lhe oferece conselhos.

Achei importante a editora ter ressaltado essa mudança comportamental, tão diferente da que vivemos nos dias de hoje, onde as meninas podem – e devem – ser o que quiserem, de donas de casa a astronautas. Além disso, essa apresentação da obra também frisa que algumas palavras e expressões utilizadas na década de vinte já não condizem com a realidade atual, lembrando que o Sítio do Pica Pau Amarelo tem uma ligação com um tempo passado onde os costumes também eram muito diferentes dos de hoje.

Vale lembrar que, na época em que essas histórias foram publicadas pela primeira vez, algumas ações de Dona Benta, Narizinho e, principalmente, Emília, foram consideradas bem fora do convencional e, levando isso em conta, já dá para perceber a aventura que é ler Monteiro Lobato.

Outro ponto que eu achei muito interessante nessa edição: eles inseriram explicações de rodapé para as palavras que já caíram em desuso. Por exemplo, quem aí sabe o que significa Reinações? Eu sei porque, além de ser do meu tempo, minha avó sempre reclamava que eu vivia “reinando”. E era verdade, pois eu vivia mesmo de traquinagens e travessuras. Durante a leitura, encontrei várias vezes essas anotações – fofas – de rodapé que vão facilitar muito a leitura dos jovens que não conhecem essas palavrinhas. 

Reinações de Narizinho é composto por onze histórias e é o primeiro de uma série de – pasmem - vinte e três livros, e faz parte do projeto Biblioteca Lobato. Nele vamos conhecer, além da protagonista, Pedrinho, Visconde de Sabugosa, o Marques de Rabicó, Príncipe Escamado, Emília (a boneca de pano de Narizinho) e muitos outros personagens que coloriram a infância de uma galera enorme.

Em tempo: apesar de ter sido escrita em uma época onde as meninas eram criadas para serem donas de casa, Narizinho e Emília são espevitadas, atrevidas e donas dos seus narizes. São super inteligentes e respeitadas e muitas vezes vamos ver Emília dispensando personagens masculinos por conta da inconveniência deles.


Além de tudo isso que já falei, o livro é recheado de ilustrações lindas da artista Lole. O capricho com essa edição é de tirar o fôlego e eu me perdi nas histórias dessa turma por horas, relembrando os dias de infância onde tudo parecia tão mais simples.

Ah, sim! Ao final do livro você será presentado com uma seção de curiosidades sobre Reinações de Narizinho! 

Compre o livro: https://amzn.to/2DCLIA5

A curiosidade bateu para saber mais detalhes? Confiram informações retiradas do Instagram da editora.

Diferenciais da coleção:
• Organização de Marisa Lajolo;
• Texto integral;
• Texto introdutório explicando o contexto cultural da época e debatendo algumas questões polêmicas relacionadas à obra de Monteiro Lobato;
• Diálogos entre as personagens que explicam o vocabulário e os costumes da época;
• Edição caprichada com capa dura e ilustrações coloridas.

Publicaremos ainda "O Saci" (previsto para agosto/2019), "O Minotauro" (previsto para agosto/2019) e "A chave do tamanho" (previsto para 2020).

Me contem, quem aí já reinou junto com Narizinho e Emília?


Título: Reinações de Narizinho (exemplar cedido pela editora)
Autor: Monteiro Lobato
Editora: Companhia das Letras
Páginas: 247
Ano: 2019
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Postagem Sissi on 27.4.19 25
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Cia das letras, Companhia das Letras, Companhia das Letrinhas, Fantasia, Infantil, Infantojuvenil, Monteiro Lobato, Resenhas, Sissi
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26.4.19

Resenha: A contrapartida


Sobre decisões e consequências

Thriller de estreia do autor nacional Uranio Bonoldi, A contrapartida acompanha a trajetória de Octavio Albuquerque Júnior, mais conhecido como Tavinho, que logo cedo é obrigado a encontrar, em vida, forças para enfrentar a dura realidade da crueldade humana.

Acompanhamos também as dificuldades e os dilemas que um jovem adolescente encontra em seu dia a dia, e o quanto ao longo dessa inevitável jornada o aumento de suas responsabilidades é natural. Seguimos o jovem Tavinho até sua vida adulta, e traçamos uma narrativa completa sobre a trajetória de vida do personagem com base em suas escolhas.

Somos apresentados também a índia Iaúna, da tribo dos Moxiruna, que anos atrás fora trazida para morar em São Paulo com a família de Cristina, mãe de Tavinho, após o trágico massacre de sua tribo. Dona Iaúna, como é conhecida por todos, se torna governanta da casa, e cada vez mais faz parte da família Albuquerque. Além de nutrir um carinho muito grande pelo jovem garoto, também se estabelece como a figura familiar que faz e fará de tudo para fazê-lo feliz.


Assim como diz todas as premissas que envolvem este livro, ele trata-se de um thriller sobre o poder e as consequências de uma decisão. 

O autor aborda a ideia de que cada escolha que fazemos, por menor que seja, possui de forma inerente o poder de trilhar um caminho correlacionado a ela. O que faz com que decisões equivocadas possam resultar em sérias consequências, sempre de magnitude relacionada às ambições embutidas nos desejos iniciais.

Minha experiência com o livro foi um tanto quanto incômoda, pois, apesar da premissa no mínimo intrigante, seja por não nos dizer muito, ou por nos entregar de bandeja a moral da história, me deparei com diversas inconsistências durante a leitura que naturalmente me distanciaram dela, e facilitaram muito com que eu simplesmente não me importasse mais com as personagens retratadas.



O autor possui uma narrativa descritiva de forma que antecipa, e praticamente nos indica as impressões que devemos ter ao ler a próxima sequência de diálogos, o que em alguns momentos fez com que eu me sentisse forçado a comprar uma ideia, sem ao menos ter a possibilidade de interpretar quais eram, afinal, as capacidades de persuasão daquelas personagens. O que em alguns casos também me soou um tanto redundante, já que logo em seguida tudo aquilo que havia sido explicado, através de adjetivos, seria desenvolvido por meio da interação de personagens em determinadas situações.

Até este ponto, meu incômodo com a leitura me parecia apenas importunação de minha parte, mas foi então, ainda no início do livro, que me deparei com alguns outros detalhes narrativos que por diversas vezes me fizeram questionar o motivo de terem sido utilizados de tal forma. Exemplos como: descrição de fluxos de pensamentos das personagens de uma forma tão engessada e teatral que obviamente não acontece naturalmente, alguns diálogos que parecem não relacionar-se com as respectivas idades das personagens, bem como diálogos utilizados para descrever ou apresentar alguma situação ou objetos em específico de forma desnecessária, tornando-os claramente forçados. A sensação aqui chegou em alguns instantes a ser de que talvez o autor tenha subestimado a capacidade de percepção de seus leitores com relação ao mundo que ele criou.

Ainda assim, até este ponto, ainda creio que toda esta estrutura crítica possa apenas ser algo que particularmente tenha me inquietado. Entretanto, conforme a trama é desenvolvida, detalhes da construção lógica do enredo e das personagens podem ser facilmente questionados. 


Tratando-se especificamente das tomadas de decisões, creio que as motivações sejam contraditórias em alguns momentos, pois enquanto as motivações pessoais e emocionais são profundas e potencialmente fortes, as motivações sociais soam um tanto quanto pífias demais perante ao sacrifício necessário, ainda mais se levarmos em consideração a maturidade das personagens nos determinados estágios da narrativa em que as escolhas serão feitas.

Já sobre as personagens e o mundo criado por Bonoldi, é possível enumerar um bocado de situações em que facilitações narrativas são utilizadas a fim de fazer com que a trama avance e chegue até o próximo ponto de virada. Claro que quanto a isso podemos, sim, dizer que existe licença poética e dentro da literatura, as personagens não possuem limites para seus feitos, e é mais que natural que muitas ações sejam aceitas pelo leitor e, enfim, passem despercebidas. Mas isso só funciona quando o contexto faz sentido com que esta ação seja apenas mais uma das boas características das personagens envolvidas, o que não acontece quando claramente há uma farsa tamanha nestes atos, que nem dentro da própria trama fictícia faria sentido.

Leitores mais obstinados do gênero irão facilmente juntar as peças do quebra-cabeças de forma precoce, talvez até antes da metade do livro, e traçar a linha até o derradeiro desfecho que chega, tardiamente, nas últimas trinta páginas. 


O autor encerra a jornada de Tavinho deixando algumas pontas soltas e inserindo outras que não fazem muito sentido, contudo, é mérito dizer que o conflito final é crucial, intenso e apreensivo, e, além de tudo, ele soube guardar uma boa carta na manga para ser utilizada nos acréscimos finais do segundo tempo, à lá Sexta-feira 13 (1980).

De um modo ou de outro, A contrapartida, devido a algumas pontas soltas e desencontros narrativos, poderá não agradar alguns fãs do gênero, mas é fato que possui, sim, uma trama intrigante, que poderá agradar e até surpreender a muitos, em grande parte por sua cena final que vale pelo livro todo, e pela mensagem moral apresentada na obra.

 

Título: A contrapartida (exemplar cedido pela editora)
Autor: Uranio Bonoldi
Editora: Valentina
Páginas: 336
Ano: 2019
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Postagem Douglas Sales on 26.4.19 20
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Douglas, Resenhas, Suspense, Uranio Bonoldi, Valentina
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24.4.19

Resenha: Até onde o amor alcança


Sinopse:
Ninguém avisa a gente que amar faz a pele arder e o peito dilatar, seja com as coisas dando certo ou não. Contos de fadas não duram muitos dias na vida real, o amor é o que faz tudo valer a pena. Torço para que você seja feliz, e que possamos caminhar juntos. Hoje eu quero o para sempre, mesmo sabendo que não posso controlar tudo. Há coisas minhas que são tão suas, a ponto de eu não ter coragem de colocar uma roupa nova sobre elas, porque eu não quero te esquecer.Foi muito bom te reencontrar nesse processo. Nas viagens de carro que fizemos, nas noites em restaurantes baratos e nos domingos de carnaval fechados em nosso próprio mundo, nós construímos algo especial.VOCÊ TINHA PRESSA, EU TINHA MEDO…Suportamos isso. Ignoramos inclusive as partes chatas da existência. Esses momentos difíceis retornam, de vez em quando. Contudo podemos nos perdoar e ter novas chances.JURAMOS QUE DURARIA PARA SEMPRE MESMO SABENDO QUE O AMOR NÃO VIVE DE PROMESSAS, MAS NÃO VAMOS DESISTIR!

Até onde o amor alcança foi minha primeira experiência com o autor e devo dizer que é diferente de tudo que já li.

Aqui não temos um romance comum, uma história pré-definida e previsível. Não, temos textos soltos que juntos formam uma só essência. Que juntos mostram o tamanho da dor que um rompimento pode causar.

Um coração machucado, uma vida vazia, um futuro interrompido. Você é capaz de lidar com isso? E o melhor, consegue ser sincero com você mesmo?


Vejo que muitos têm receio de assumir o verdadeiro sentimento ou a verdadeira forma como um rompimento pode dilacerar um coração. E aqui, nesta obra, não é nada mais do que isso.

A vontade de seguir em frente e superar atrelada a vontade de poder voltar no tempo e consertar tudo para continuar sendo feliz. Mas será que de fato era feliz?

Uma leitura para refletir. Até que ponto vale a pena lutar por quem amamos e quando sabemos o que é melhor para nós mesmos? Muitas vezes devemos ser racionais, mesmo sendo esta uma decisão bastante dolorosa.


Os textos acompanham músicas no início dos capítulos e devo dizer que deu um toque a mais para a leitura.

Mas, cuidado! Se estiver mais sensível, com o coração balançado, vai abalar todas as suas estruturas!
“Me perguntaram se eu preferia morrer a viver na miséria.
Precisei pensar um pouco.
O amor me deixou miserável tantas vezes.
E todas as vezes que isso aconteceu,
valeu a pena.
Prefiro viver, eu respondi.
As misérias não duram para sempre.”
Sobre a edição:
Simplesmente perfeita! A capa tem um aspecto emborrachado e o título é em alto relevo. Todas as páginas são decoradas e encontramos diversas ilustrações no decorrer da obra. A Faro caprichou como sempre, está impecável!


Título: Até onde o amor alcança (exemplar cedido pela editora)
Autor: Júlio Hermann
Editora: Faro Editorial
Páginas: 176
Ano: 2019
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Postagem Fernanda Santana on 24.4.19 24
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Faro Editorial, Fernanda, Júlio Hermann, Resenhas, Romance
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22.4.19

Resenha: O ogro e a louca


Quem me conhece sabe que não sou a maior fã de romance de época, mesmo que ultimamente eu tenha dado mais chances ao gênero. Acontece que esse livro foi lançado por uma amiga e eu resolvi me aventurar nessa história, o que eu não esperava era que fosse surpreendida tão positivamente. 

O título do livro faz bastante jus à obra. Mathew Calston, o marquês de Wheston, é um verdadeiro ogro. Rude, grosso e totalmente insuportável. Mas, por trás daqueles olhos escuros como a noite, existe um coração do tamanho do mundo, mas que se viu obrigado a se fechar para a vida e as pessoas devido a alguns acontecimentos do passado que ele prefere que não sejam lembrados. 

E a louca é Nicole Smith, a governanta boca dura, topetuda e imponente. A diferença de classe social não significa nada para ela e não vai se render aos caprichos do patrão. 

Nicole é trabalhadora, honesta e batalha duro para dar uma vida digna a sua família e é lindo demais ver sua dedicação por eles. Mathew se mantém indiferente aos criados e só vai conhecer Nicole depois de dias que a jovem está trabalhando na mansão. Mas a forma como eles se conhecem é a mais inusitada possível e deixa a pior impressão para ambos. 

Ele não a suporta. Ela não abaixa a cabeça para ele. E é nesses embates que eles percebem que ao mesmo tempo que não se toleram, surge uma atração forte demais, intensa demais. Mas o orgulho fala mais alto e, se quiserem se render a essa paixão, terão que ir contra todos os seus princípios. 


Uma escrita leve, fluída que simplesmente não te dá vontade de parar de ler. É o primeiro romance da autora e fiquei impressionada com a escrita impecável e riqueza de detalhes, ainda mais não sendo em nossa época. 

O livro conta com muitas cenas engraçadas e personagens secundários incríveis, tanto que ao final do e-book temos um conto extra de Lady Caroline, irmã de Mathew, uma personagem ímpar. 

Para quem curte um toque hot, em boa medida, sem ser explícito demais, essa é a recomendação perfeita.

Enfim, terminei a obra com um sorriso no rosto e ansiosa pelos próximos, já que se trata de uma trilogia!

 

Título: O ogro e a louca
Autora: S. G. Fidelis
Editora: Independente
Páginas: 455
Ano: 2019
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Postagem Fernanda Santana on 22.4.19 26
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Fernanda, Resenhas, Romance de época, S. G. Fidelis
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20.4.19

Lançamentos do mês de abril


Olá, leitores. Preparamos hoje para vocês alguns lançamentos de nossas editoras parceiras. Para saber mais sobre o livro, basta clicar na imagem e serão redirecionados às sinopses.

Aleph
   

Companhia das Letras
    

   

Grupo Autêntica
    

Faro Editorial
   

Record
  
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Postagem Naty Araújo on 20.4.19 21
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Lançamentos, vem por aí
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