Viagem ao centro da Terra é um clássico da literatura francesa escrito em 1864 que ajudou a imortalizar Júlio Verne como o precursor da ficção científica.
Nele acompanhamos Axel e o tio, o cientista Otto Lidenbrock, em busca de uma realização até então considerada impossível: viajar ao centro da terra. Essa descoberta científica não só eternizaria o nome de ambos nos livros de história como também traria ao tio prestígio entre a comunidade científica a qual ele tanto admirava. Enquanto o tio se mostra firme na decisão de penetrar o solo, o sobrinho se encontra apavorado mediante a ideia de se perder por lá e nunca mais voltar. Foi apenas sua devoção ao tio que fez com que ele deixasse sua amada Grauben para trás e seguisse nessa jornada insana.
Grauben, aliás, é uma jovem que poderia muito bem ter feito parte da comitiva dado o extenso conhecimento geológico que possuía, mas na época em que Viagem ao Centro da Terra foi escrito, a presença de mulheres na ciência ainda causava estranhamento, sendo aceitas apenas entre algumas sociedades de eruditos. Em vários momentos eu conseguia imaginar como seria se ela estivesse partido para o Centro da Terra com o padrinho e o noivo, e todo o deslumbramento que contagiaria a jovem apaixonada por catalogar minérios a cada milha percorrida. Uma pena Júlio Verne não ter apostado nisso, uma presença feminina nas profundezas da Terra teria sido um acréscimo maravilhoso à história.
Com a ajuda de Hans, o guia inabalável e sereno que os acompanha terra adentro, tio e sobrinho não apenas fizeram descobertas, mas também deixaram para trás antigas convicções. O modo como o autor introduziu fatos e evidências científicas que existiram apenas na cabeça dele é impressionante. De tão razoáveis, o leitor se pergunta em quais partes foi invenção e em quais o autor se baseou em ciência real. Esses questionamentos geram ainda mais interesse na leitura.
A viagem ao centro da Terra em si é tudo que Axel imaginava: desafiadora, apavorante, perigosa, mas também fascinante e estimulante. De todas as descobertas feitas nessa jornada, creio que a mais importante foi a de que a relação com o tio poderia ir muito além da distante e reservada que nutriam um pelo outro antes de iniciar a grande viagem. Durante a descida, eles aprenderam o verdadeiro significado de família.
Jules Verne segue uma narrativa muitas vezes precisa e recheada de fatos científicos, mas é quando ele abusa da liberdade criativa para criar as mais interessantes aventuras que a história se torna ainda mais rica. Leva o leitor junto nas aventuras que cria e a cada légua percorrida, nos sentimos parte da comitiva que segue até o núcleo da Terra, conseguimos imaginar como seria a sensação das rochas sob os nossos pés, o desespero de ficar dias sem água e o aumento da temperatura em nossas peles.
Viagem ao centro da Terra com certeza irá agradar até mesmo os leitores mais exigentes, e até mesmo tocar profundamente alguns corações de pedra. Leiam!
Sobre a edição: em capa dura, a arte segue o padrão da coleção de Júlio Verne, criada pelo artista Luciano Tasso apresentando ilustrações originais que dão vida aos personagens centrais, há também uma ilustração no início de cada capítulo. Não encontrei falhas gráficas ou de revisão, mas as notas do tradutor fizeram faltas em alguns momentos, precisei recorrer ao Google. A edição possui folhas amareladas costuradas e a fonte apresenta um tamanho confortável à leitura. Tudo isso em conjunto formam a edição belíssima que vocês puderam ver nas fotos que acompanham essa resenha.
Título: Viagem ao Centro da Terra (exemplar cedido pela editora)
Autor: Júlio Verne
Editora: Martin Claret
Páginas: 345
Ano: 2018
Oiii ❤ Já ouvi elogios acerca desse livro, mas ainda não tive a oportunidade de ler. Tenho um pouco de receio de não gostar da leitura.
ResponderExcluirSeria legal mesmo que nesse livro tivesse uma presença feminina nessa viagem ao centro da terra.
Como é impossível chegar ao centro da terra, deve ser muito legal poder imaginar o que poderia ter lá ao ler o livro.
Adorei essa edição da Martin Claret, ficou tão caprichada, bonita e cheia de detalhes que dá vontade de comprar só de ver a capa.
Já assisti ao filme, mas ao que parece as diferenças entre ele e o livro são grandes.
Vou acrescentar esse livro na minha lista de livros á serem lidos ❤
Oi Ray, te digo com toda certeza que é impossível não gostar. A escrita do autor é envolvente demais, se joga sem medo. Abraços!
ExcluirOlá! Tenho muita curiosidade em relação a escrita de Júlio Verne, já que ele é um autor bem aclamado.
ResponderExcluirNão consigo deixar de pensar que teria sido muitooo legal se Grauben tivesse embarcado na viagem também. Concordo com você, ela com certeza seria um maravilhoso acréscimo a história.
O que mais chama minha atenção é que apesar de usar fatos científicos, ele também abusa da criatividade e imaginação, acho essa uma combinação perfeita.
Sobre a edição, ela está simplesmente maravilhosa!♡
Beijos!
Perfeita demais, o autor conseguiu inclusive prever coisas que eram apenas ideias em pleno funcionamento.
ExcluirQue edição espetacular!!!!
ResponderExcluirAmo(quem não ama) capa dura e a Editora caprichou em trazer este grande clássico.
Júlio não somente criou algo bem à frente do seu tempo na época, mas conseguiu também eternizar esta viagem até hoje.
Ah, o filme também é bem bacana!!!
Preciso desta edição linda na minha estante..rs
Beijo
Eu não vi o filme, acredita?! Essa edição tá incrível demais mesmo, louca pra ter mais livros do autor assim.
ExcluirOi Jéssica,
ResponderExcluirEsse livro é um clássico e essa edição está muito linda!
Gosto muito do filme, é muito bom mesmo.
Olá! Que bom Tereza. Eu não vi o filme, pena.
ExcluirOlá!
ResponderExcluirEu sou apaixonada pelo filme e sempre que assisto amo mais ainda. Eu não li o livro, obvio mas sim tenho muito interesse por isso. Quero muito ter a oportunidade de ler e claro, ter o exemplar na estante.
Meu blog:
Tempos Literários
Pois compre, leia e se divirta!
ExcluirAbraços.
Posso apenas concordar, Nil. Abraços!
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