Antes de iniciar a resenha sobre O assassino e o profeta vale deixar registrado que Guillaume Prévost é, também, autor do livro Os sete crimes de Roma, que o li há certo tempo e tive a satisfação de resenhá-lo. Assim como na primeira leitura que fiz da obra do autor, na segunda ele conseguiu me surpreender, não simplesmente pelo fato de a obra se passar em Jerusalém, no ano 6 d.C.

O autor narra os sacrilégios vivenciados por judeus e o faz de uma forma magnífica. Como se fosse pouco, ele consegue descrever os assassinatos de modo incrível. Não existe uma palavra para classificar a forma fria que as mortes acontecem e o jeito que o autor consegue passar o sentimento de cada morte.

Logo de cara nos deparamos com o chefe dos fariseus sendo assassinado. Costurado em sua boca, um pergaminho anuncia uma grande punição contra o povo de Israel. A crueldade feita com o chefe deixa todo mundo estupefado. Porém, como todo crime, existem alguns suspeitos e, nesse caso, são os saduceus: rivais dos fariseus por mais de um século.

Enquanto estão preocupados com o primeiro assassinato, algo impensável acontece: o chefe dos saduceus, o sumo sacerdote do Tempo, também é assassinado. O mais intrigante é que em sua boca há indícios da continuada profecia: a vinda do grande Salvador ou a chegada de um imensurável caos.

A dúvida que percorre o coração dos leitores, que angustia aqueles curiosos e atormenta a vida de seus familiares é: quem é o assassino? Afinal, pensava-se, de início, que eram os saduceus. Não há mais chefe dos fariseus e nem dos saduceus; quem é autor dessas atrocidades? De onde vem essa perturbadora profecia?

O livro é narrado de uma forma que prende o leitor, em diversos momentos. Contudo, não é em todo o tempo que sentimos a leitura fluir. Em algumas partes, é preciso dar uma parada para respirar. Os diálogos são bons, mas a história é repleta de detalhes, o que necessita de uma análise maior das descrições.

Para quem não sabe, o autor é professor de História, então, podemos contemplar a qualidade e a facilidade que ele tem em descrever a obra ambientada em uma época tão complicada. O trabalho é rico em detalhes, tão impecável que é necessário pararmos a leitura vez ou outra para retomar o fôlego que esse thriller consegue nos tirar.

Não sei dizer ao certo quanto tempo demorei a terminar esse livro, acontece que a história tem um misto de sentimentos que deixa o leitor na dúvida: “termino logo e acabo com essa curiosidade ou seguro a leitura para não sentir saudade depois?”. A verdade é que senti os dois. O que mais me chamou a atenção na escrita do autor é a capacidade fria que ele tem de descrever as mortes. Ah! E, claro, assim como no livro anterior, a quantidade de vítimas que ele coloca, que não são poucas.

Enquanto lia Prévost, podia sentir o espírito frio e calculista de George R. R. Martin. É uma mistura indescritível e que, sem dúvidas, deixa o leitor afoito por mais mortes, mais corpos sendo encontrados de formas estranhas e mais sangue... Muito sangue e mistério!

Título: O assassino e o profeta
Autor: Guillaume Prévost
Editora: Vestígio
Ano: 2015
Páginas: 264
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9 comentários:

  1. Já chama a atenção demais por ser um thriller biblíco. Puxa, fazia tempo demais que não lia esse termo e por isso, já comecei a ler a resenha imaginando muita coisa.
    Eu já gostei rs por conta do número de mortes e claro, as descrições. Eu sou a louca que não perde um livro ou filme do gênero hoje em dia.
    Com toda certeza do mundo, já vai agora para a listinha de muito desejados!!!
    Beijo

    Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na flor

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  2. Realmente não parece ser uma história cuja leitura flui tão fácil, por ter relação com história e religião. Mas ao mesmo tempo deve prender justamente por isso. Uma mistura entre ficção e realidade.

    Danielle Medeiros de Souza
    danibsb030501@yahoo.com.br

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  3. Nossa que artigo fantástico, por isso que estou quase todos os dias visitando e lendo seus artigos. Sempre tem conteúdos interessantes e de qualidade.

    Beijos !!

    Meu Blog: Dicas Dupla-Sena 2022

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  4. Uma lei que precisa ser feita em pequenas doses para que possamos ser saboreada como merece

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  5. Naty!
    Não conhecia o autor e o livro, mas gostei muito, primeiro pela ambientação, em uma época tão remota, onde a realidade é totalmente diferente dos dias atuais.
    Depois por ser um thriller carregado de suspense e que prende o leitor.
    E por último, pela escrita do autor como falou, deve ser viciante.
    cheirinhos
    Rudy

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  6. Gostei do termo thriller biblico que nao tinha ouvido ainda. Confesso que pela historia n achei taao do meu comum de leitura, parece mais com algo policial mas algumas partes ainda assim me chamaram atençao.

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  7. Acho que é a primeira vez que vejo um livro falando dos saduceus e fariseus.Deve ser uma leitura que prende o leitor principalmente porque se passa em um período pouco conhecido e pouco retratado na literatura .

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  8. Olá! Ahhh que eu vou ser a do contra nesse momento e confesso que não estaria no time dos que pediriam mais sangue e corpos, aliás, eu como boa medrosa que sou fugiria, porque isso é cilada (risos), mas apesar disso, a parte histórica muito me interessa.

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  9. Oiiie,
    Não tinha conhecimento sobre o livro e pela resenha dar para notar que a historia é bem tensa. Fiquei um tanto curiosa pela historia e por querer saber o final de sua trama até porque mistério esse livro parece muito ter.

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