É até difícil começar essa resenha sem dar a minha opinião final, porque dá vontade de gritar o quanto adorei assisti-la. Mas vou contar a história e trazer os motivos para você não deixar de vê-la – inclusive, indico que isso seja feito o quanto antes. Combinado?
O enredo é bem simples, não tem muito segredo. É uma minissérie norueguesa que foi lançada dia 16 de dezembro na plataforma Netflix. Uma nevasca obriga viajantes e funcionários de um aeroporto a passarem a véspera de Natal juntos. “Mas o que isso tem de extraordinário, Naty?” Vou te explicar.
Nevasca de Natal, a minissérie norueguesa, é uma das melhores surpresas desse Natal e que nos faz fugir um pouco das produções mais tradicionais. Aqui vamos acompanhar um grupo distinto de pessoas preso em um aeroporto em Oslo.
1 – Personagens
O enredo é formado por diversos personagens, falarei somente alguns.
Diana (Hanna Ardéhn) é uma moça que adora fazer vídeos e divulgar nas redes sociais. Mas ao contrário do que se possa imaginar, ela não é fútil. Tem a capacidade de ver beleza onde as pessoas sequer estão preocupadas em enxergar. Ela consegue descrever um aeroporto, uma viagem, tudo de forma encantadora. É uma verdadeira poetisa em suas palavras. Diana conhece Olav (Ravdeep Singh Bajwa) e, como ela mesma diz, ele trabalha realizando sonhos das pessoas, deixando-as nos lugares mais bonitos do mundo enquanto pilota o avião.
Maria (Ariadna Cabrol) é espanhola, mãe de um garotinho que está com sua visão bem comprometida, ela precisa pegar o voo para realizarem a cirurgia. A história deles, pra mim, foi a mais marcante. Ver uma mãe desesperada para dar comida ao filho, a ponto de furtar uma loja dentro do avião, é de partir o coração. É emocionante o que acontece nessa cena. Assistam!
Henrik (Valter Skarsgård) encontra uma cachorrinha que foi deixada no aeroporto e, enquanto espera os donos retornarem para buscá-la, dá carinho e atenção para ela. Compra acessórios para esquentá-la e acaba se apegando à pequena.
É claro que não poderia deixar de falar do Papai Noel do aeroporto, Alex (Ibrahim Faal). Ele é um Papai Noel diferente do que você está acostumado. Não está feliz por estar naquela situação, e, quando perguntam pra ele o motivo de trabalhar com isso, é tão somente porque um trabalho não é suficiente para pagar as contas, esse é um adicional. Só que Alex não é satisfeito, está saturado de ver crianças sugadas pelo consumismo. Falarei mais disso em outro tópico.
Queria falar de todos os personagens, mas preciso limitar o tamanho desse post, rs.
Foto/Divulgação: Netflix
2 – Enredo
Pra mim, foi bem diferente o enredo. Aqui teríamos uma situação óbvia, em se tratando de um país escandinavo que neva bastante, que as pessoas estão propensas a terem um Natal presas dentro de um aeroporto aguardando o próximo voo. É bem verossímil, certo?
Mas a forma que foi tratada merece atenção. O enredo é envolvido pelos personagens e fazem uma combinação necessária. Todos ali se complementam. Os diálogos são bem feitos e encaixados na medida certa – o que emenda para o próximo tópico...
3 – Nada clichê
Como eu disse, ainda que o enredo tenha elementos para ser clichê, a série consegue fugir disso com facilidade. Nos deparamos com personagens que poderíamos encontrar numa mesa de bar, numa roda de amigos ou em nosso local de trabalho/estudo.
O desfecho deixa a gente com vontade de continuação, mas aqui ela não é necessária. O desejo de ter mais episódios é porque os personagens são cativantes, com histórias que emocionam, que envolvem e com certeza você se identificará com alguma delas – no meu caso foi com Sara (Thea Næss) e com Diana.
4 – Representatividade
Gosto de acompanhar livros, filmes e séries que abordam a representatividade como algo necessário. Aqui, por exemplo, o Papai Noel é negro e não é tratado com preconceito, ninguém entorta a cara pela cor da pele. Ainda, temos a cantora Ida (Ida Elise Broch), que é homoafetiva, e uma outra personagem também é, mas percebemos isso bem depois – não vou explicar para não perder o encanto.
Foto/Divulgação: Netflix
5 – Reflexão sobre o que é o Natal
Aqui eu retomo o que disse sobre o Papai Noel e sua infelicidade. As crianças estão modernas, não querem pedir brinquedos, coisas mais simples, elas buscam por iPhone, iPad, bolsa de 20 mil coroas norueguesas (o que dá em torno de R$10.400,00 reais). Com essas situações, Alex acaba “desistindo” de acreditar nas crianças. Mas é nesse momento que ele encontra uma bem especial, que não pede nada valioso materialmente falando – e isso derrete o coração do nosso Papai Noel.
Em momentos como os vividos por Alex, a gente fica se perguntando o que é o Natal, qual o objetivo de se reunir, de ficar em família e o que precisamos fazer de fato para sermos melhores. Apenas ficar com nossos familiares é suficiente? É claro que não. É aí que entra mais um personagem e nos proporciona uma reflexão.
Só tenho a dizer para vocês assistirem. Essa série se tornou tão especial e querida pra mim que estou colocando hoje, na véspera de Natal para vocês aproveitarem e assistirem hoje e/ou amanhã. Vocês vão adorar! São apenas 6 episódios e são bem curtinhos.
Aproveito para desejar a você, querido leitor, um Feliz Natal com mais saúde, paz, amor, sabedoria e felicidade. Dia 26 eu retorno com mais um post do nosso festival que já está quase acabando.
Direção: Per-Olav Sørensen
País de origem: Noruega
Distribuição: Netflix
Sessão da TARDIS. O título faz referência à “TARDIS”, cabine telefônica e nave do Doutor na série Doctor Who. Nada mais justo do que uma junção de uma série clássica e aclamadíssima para nossas tardes aqui indicando séries que gostamos, não é mesmo?!
Todos os motivos muito bom! Gostei principalmente do 5°. Tenho uma opinião sobre que a maioria das pessoas não aproveitam a mensagem da representatividade quando é de uma maneira leve.
ResponderExcluirLegal conhecer mais uma bela produção de Natal. E por coincidência ela foi lançada nesse período em que há países passando por uma forte nevasca, onde pessoas correm esse risco real se tentarem viajar.
ResponderExcluirDanielle Medeiros de Souza
danibsb030501@yahoo.com.br
Olha essa dica que eu não conhecia!Tão bom quando uma série ou filme saem dos tradicionais americanos e abrem espaço para que novas produções entrem!
ResponderExcluirNão conhecia, mas já estou indo agora buscar e claro, me divertir e me emocionar com essa delicadeza!!!
Que você e os seus tenham um Natal santo, abençoado e muito feliz!!!!
Beijo
Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na flor
Naty!
ResponderExcluirFELIZ NATAL!
Que super dica, vou assistir agora, pode deixar.
Amo filmes diferentes de Natal e aqui tem muita coisa diferente, e, o melhor, reflexão que é o que mais vale a pena.
cheirinhos
Rudy
Uma pérola escondida no mar de filmes clichês da Netflix.
ResponderExcluirCurti muito o que li aqui e sim vou assistir e recomendar a uma amiga que também ama filmes e séries natalinas
Oi, Naty! Fiquei muito curiosa com essa indicação e em descobrir como todos os personagens irão se relacionar diante desse problema comum a todos. Gostei de saber sobre a representatividade e sobre as reflexões que a minissérie traz. Com certeza irei assistir!
ResponderExcluirFeliz Natal!!!
Ola Nat
ResponderExcluirNão conhecia a série e ja vou procurar para assistir.Tem todos elementos para ser uma série que traz otimas reflexões Obrigada pela dica!!
Olá! Tão legal nos depararmos com algo mais fora da caixinha quando o assunto é Natal, definitivamente motivos não faltam para dar uma oportunidade a série, fiquei bem curiosa para conferir toda a história e me emocionar muito!
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