Pequenos Segredos

Olá, leitores. Hoje separei alguns trechos de “Pequenos Segredos”. Difícil não querer ler depois deles. Vamos ao desafio?

Talvez hoje seja o dia. Vou pegar a tesoura – não a nova que usei com Scarlett Johansson no último verão, mas a antiga que usei com a Jennifer Lopez há cinco anos, essa sempre se encaixou melhor na minha mão – e vou enfiá-la no meu pescoço, no exato lugar onde sinto minha pulsação. Vou fazer isso diante do espelho do banheiro, para não sujar tudo. Sim, com certeza no banheiro, é o lugar mais fácil de limpar; as lajotas são de ardósia e os rejuntes, escuros, assim as manchas de sangue não aparecem.

“São quatrocentos e oitenta e cinco dias desde que ela perdeu Sebastian. O que significa que ela passou quatrocentas e oitenta e cinco noites nas quais não deu banho no filho, não vestiu pijamas limpos nele, não o colocou na cama e não leu para ele Boa noite, Lua. Foram quatrocentas e oitenta e cinco manhãs que despertou em uma casa vazia, sem risos e pés batendo, e sem nenhum chamado de ‘mamãe, já acabei!’ vindo do banheiro [...].”

“Porque um dia ela já foi alguém. Seu trabalho teve reportagens na Vogue Allure, Marie Claire. Era chique ser a Marin Machado. Se seu nome fosse pesquisado, fotos das três maiores celebridades chamadas Jennifer – Lopez, Lawrence e Aniston – apareceriam, todas as mulheres de quem ela havia cuidado pessoalmente. Mas agora artigos sobre seu trabalho ficam em segundo plano diante das novas reportagens sobre o desaparecimento de Sebastian. A enorme busca que resultou em nada.”

“Quando ela entra no estacionamento do conjunto dilapidado onde acontece a reunião de grupo, já está triste de novo. E está tudo bem, porque este deve ser o único lugar no mundo todo onde ela pode se sentir tão miserável quanto precisa, sem sentir necessidade de se desculpar e, ao mesmo tempo, sem ser de fato a pessoa mais miserável do grupo. Nem na terapia é assim. Terapia é um espaço seguro, com certeza, mas ainda há julgamento envolvido, e uma expectativa velada de que ela está ali para melhorar.”

“Mas viver em negação é mais fácil do que confrontar. A negação é uma pequena bolha que protege seu frágil umbigo de coisas que coçam, mordem e queimam.”

“Derek uma vez lhe disse que crescer pobre é o que o fez ser quem ele é agora. Que bom para ele. Para ela, ser pobre é uma merda, e ela sabe que obter um mestrado em Belas Artes não irá exatamente transformar essa perspectiva quando se graduar. Claro, ela gostaria de ser o tipo de pessoa que não se importa com dinheiro, como tantos de seus amigos artistas. Mas quando você está se afogando em dívidas para pagar a universidade e o cartão de crédito, e sua mãe sofre com um ataque prematuro de Alzheimer e está em uma casa de saúde que nem é das mais caras, mas ainda assim é cara pra cacete, dinheiro é a diferença entre o McDonald’s e o marrão instantâneo das lojas de até um dólar. Porque, sim, existem níveis mais baixos do que o de fast-food.”

“Uma vez Derek lhe perguntou qual era o objetivo daquilo tudo, e por que ela se importava tanto se cinquenta mil estranhos a ‘curtiam’. Mas não se trata de ‘curtir’. As pessoas podem odiar alguém por ser famoso e, no entanto, ainda se importarem com o que faz, com quem namora, o que está vestindo, aonde vai. Alguém que a ‘siga’ apenas por ódio, ainda é um ‘seguidor’. Tudo tem a ver com visibilidade, a importância de ser vista. Hoje em dia, quem você é on-line é quase tão importante quanto quem você é na vida real.”

“[...] Kenzie aprendeu que quando alguém que se ama não nos ama de volta, existem dois caminhos a seguir. O primeiro é encontrar outra pessoa e tentar de novo. E de novo e de novo, até que um dia, se tivermos sorte, encontramos a pessoa com quem estamos destinados a ficar, que também nos ama e que deseja construir uma vida juntos. Mas não existe garantia de que vamos encontrar essa pessoa e, mesmo que encontremos, não há garantia de que irá durar. O segundo é nunca mais tentar. Aceitar que o amor é uma merda. Amor machuca. Amor consome mais do que oferece, então qual o sentido? Assim, deixamos de buscá-lo. Passamos o tempo com seja lá quem possamos querer, sem expectativas, compreendendo que a única coisa em que podemos confiar é o momento exato que estamos vivendo.”

“– Sabe o que significa ter uma filha? [...] É como ver o seu coração saindo por aí com duas perninhas, vulnerável e desprotegido. É assustador pra caramba.”

E aí, gostaram? Se quiserem ler a resenha, basta clicar aqui.

4 comentários:

  1. E como gostei!!
    De Pequenos....esses Segredos não tem nada!
    Ótimos quotes

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  2. Eu já tinah amado tanto a resenha!!!Indignação e suspense rs Amo!!!
    Difícil é só me segurar no momento para não tirar meu exemplar da estante rs meio que ando tentando formar TBR's..nunca dá certo,mas confia...rs
    Lerei!!!
    Beijo

    Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na flor

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  3. Oi, Naty! Quotes impactantes! O sétimo traz uma realidade perturbadora. Quero muito ler!

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  4. Gostei dos quotes escolhidos, fiquei com vontade de ler esse livro.

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