Fala, pessoal. Voltamos com mais uma entrevista, dessa vez com Sandro Muniz, autor de Solo Raso. A Luana fez resenha aqui no blog, você pode conferir clicando aqui. Espero que curtam.

1 - Olá Sandro, tudo bem? Primeiramente, gostaria de dizer que é um prazer fazer essa entrevista e que se fosse possível você se apresentasse para os leitores, poderia nos falar um pouco mais sobre você? 
R – Uma pessoa que gosta da natureza, da família, de livros. Criar histórias que dê prazer e emoção. 

2 - Quando foi que você decidiu virar escritor? 
R – Não sei exatamente. Acho que bem cedo. Mas como não tinha muitos estímulos em casa eu ficava mais na imaginação. Diria que na adolescência eu já gostava muito de livro e já pensava em criações. 

3 - Conversando com você soube que Solo Raso durou 17 anos para ser lançado. Qual a sensação de finalmente ver esse projeto sendo lançado e tão bem avaliado? 
R – Na verdade a ideia da história surgiu em 2002. E desde aquele ano eu fui sempre tocado pela história. Como não sabia muito com ela seria, o enredo, eu fiquei por anos pensando em tudo. Nos personagens. Na Ilha... inclusive fui morar em uma ilha! Em 2019 decidi escrever o livro para participar do prêmio kindle. E em uns 6 meses o livro estava pronto! 

4 - Outra informação importante foi sobre a questão da pesquisa feita para criar o livro. A própria história já contém partes interativas (pelo menos na versão digital) onde o leitor pode acessar matérias de jornais antigas. Como foi para você esse processo de pesquisa? Quais foram as maiores dificuldades durante esse processo? 
R – A pesquisa durou 17 anos! Acumulei tanto conteúdo material que daria para mais uns 5 livros kkkk. Todos os temas tocados no livro fazem parte de minhas pesquisas e leituras corriqueiras. A parte do navio Graf Spee veio depois. Foram peças que durante anos foram se encaixando e virou um livro que me agradou. E amo história. Entender o passado. É incrível. Hoje com a net você acessa todas as bibliotecas do mundo, jornais de 1800 e tudo! Minha maior dificuldade foi limitar a pesquisa. 

5 - Aliás, a ilha conta com um passado bem interessante, contando inclusive com uma possível participação direta na segunda guerra mundial. Com toda essa pesquisa feita, nos conte… Até que ponto, fato e ficção se misturam em Solo Raso? 
R – Fato é que houve a primeira batalha naval aqui perto. Fato é que nas Ilhas Malvinas há milhares de minas terrestres da guerra que ocorreu lá. A história das igrejas, as três igrejas, é um fato inglês. O abade Celfrid. E a expulsão dos caiçaras de suas praias e a ocupação da Mata Atlântica é fato. E muita ficção, criação. Imaginação. As mulheres alemãs que tinham seus filhos tomados pelo Estado...fato. 

Eu gosto de linkar fatos reais com situações inventadas. Já dizia Manoel de Barros: eu só acredito naquilo que eu invento. 

6 - Pedro é um dos personagens principais, sua profissão é a de arqueólogo, e querendo ou não, devido ao clima de aventura e busca por uma história perdida, isso acabou com que viesse muito a figura de Indiana Jones na cabeça. Essa foi uma característica proposital ou foi apenas coincidência? 
R – Coincidência. Eu nunca li nada dele ou livros parecidos. Se um dia eu fizer algo parecido com algum filme seria Arquivo X kkk. 

Eu precisava de um personagem que fizesse a ligação entre todas as histórias que pensei. E assim surgiu Pedro Gilga . 

7 - Inclusive, aproveitando o gancho sobre a figura do Indiana Jones, nos conte… quais foram suas maiores inspirações literárias? 
R – Cara, eu gosto muito de Marçal Aquino, Marina Colassanti, Clarice Lispector, Ana Paula Maia. Gosto de muitos autores. E os clássicos né... Machado de Assis. Saramago. 

8 - Mas voltando ao Pedro, ele é um personagem bem interessante, ele é basicamente “gente como a gente”, o que acaba levando o leitor a se conectar fácil com o personagem. Juntando isso ao mistério não resolvido totalmente no fim do livro, podemos contar com uma próxima aventura do personagem? 
R. Olha, bem que eu gostaria. Se vender bastante ou uma editora grande tiver interesse kkk. 

Pedro é isso mesmo “gente como a gente", inclusive sem muita graça kkk mas sem ele aquilo tudo não seria possível. 

9 - Se puder, gostaria inclusive de pedir mais alguns spoilers sobre seus próximos lançamentos. Você me contou que já pensava em um próximo livro com uma abordagem bem diferente, pode nos contar mais sobre isso? E existem outros livros além desse em andamento? 
R – Em junho finalizei o Xangai Xingu. Uma distopia brasileira. A China comprou as noites brasileiras... imagine isso... Esse foi outro livro que pesquisei muito. Li tantas coisas que uma hora pensei, preciso escrever! 

Tem o “Som de cada pau", esse é uma história sobre tráfico e conservação da natureza. Ainda em revisão. 

E atualmente estou planejando um novo livro, ainda sem nome. Ocorrerá na cidade de São Paulo, vai ser algo que me emociona muito e acredito que emocionará o leitor. 

10 - Para finalizar, que mensagem você deixaria para os leitores? 
R – Apoiem a literatura nacional e independente! Valorize a nossa cultura. Nesse natal dê meu livro de presente kkk

19 comentários:

  1. Em todos os dias, por favor, dê livros de presente! rs
    Melhor frase do mundo!
    Acompanhei a resenha do livro do autor aqui no blog e sim, essa oportunidade de conhecer mais um pouco da riqueza da nossa literatura nacional, é valiosa demais.
    Esse ano, eu posso afirmar que li muitos nacionais e ainda quero ler muito mais!
    Adorei saber um pouco mais sobre a criação(demorou quase nada né? rs) desse livro do autor e que novos trabalhos cheguem logo!!!!
    Beijo Fabio e obrigada por ter retornado esse quadro que é maravilhoso!!!

    Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na Flor

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    1. Olá Angela

      Concordo. Livros de presente todo dia kkkk. O livro é muito massa, vale a pena, com certeza. Esse é um que vale a pena colocar na lista. Demorou não, coisa pouca kkkk

      Sempre que der, estarei trazendo novas entrevistas.

      Bjs =*

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  2. Bem interessante a história ter partes interativas na versão digital, isso é saber usar a tecnologia a favor mesmo. Curiosa! Achei "legal" tb usar fatos historicos pra desenvolvimento no enredo, enriquece muito.

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    1. Olá Ariela

      Verdade, deixa a leitura bem mais legal =D.

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  3. Mais uma vez excelente entrevista Fábio.
    Bem conduzida e bem humorada.
    Livros de presente sempre

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    1. Olá Chelle

      Muito obrigado =D
      Sim, foi uma entrevista bem tranquila. Gostei bastante. Concordo, livros sempre kkkk

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  4. Que legal, estava sentindo falta das entrevistas por aqui! Me identifiquei um pouco com ele, também gosto de natureza, família e livros, a diferença é que eu não tenho o dom para criá-los hahah. Caramba, 17 anos de pesquisa!!! Surreal e incrível. Achei o autor muito realista e divertido, quero esse presente de natal hahh! Ótima entrevista, parabéns Fábio!
    Beijos

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    1. Olá Amanda

      Bom saber, sempre que puder estarei trazendo mais =D. kkk Eu também me identifiquei com os 17 anos para o livro sair, tenho uma ideia que já tem mais ou menos isso, mas não tenho ideia de como colocar em pratica. Ele é gente boa kkk. Também, quero um presente desse kkk.

      Muito obrigado =D
      Bjs

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  5. Fábio!
    Está se tornando um especialista em entrevistas, parabéns!
    Adoro conhecer novos autores e seus processo criativos e inspirativos.
    Gosto de apoiar novos autores, principalmente os corajosos que se lançam no mundo literário de forma independente.
    Muito sucesso para essa ficção. E as outras que virão.
    cheirinhos
    Rudy

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    1. Olá Rudy

      kkk quem dera, mas obrigado ^^. Sim, bem legal conhecer esse processo de criação. Esse vale a pena apoiar viu. Bjs

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  6. Oi, Fábio
    Nossa que entrevista legal, adorei! Parabéns!
    Fico feliz de conhecer mais um autor nacional, depois de ler a resenha de Solo Raso fiquei interessada em saber sobre o autor. Adorei a sinceridade dele, os outros livros tem títulos atraentes.
    Beijos

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    1. Olá Luana

      Obrigado =D. Vale a pena ler viu, também fiquei curioso sobre os outros livros. Essa distopia mesmo parece massa.
      Bjs

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  7. ola Fabio
    que legal ver mais uma entrevista sua por aqui ,já estava sentindo falta .
    nossa ! 17 anos de pesquisa e criação para escrever um livro .isso que é determinação .Muito bom saber mais sobre o livro ,o que são fatos reais ,o que é fiçcão .ele pesquisou bastante para escrever o livro não é mesmo ?
    parabens pela resenha .
    bjs

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    1. Olá Eliane

      Obrigado =D. Bom saber disso. Sim, foi uma baita de uma pesquisa. Muito bom =D. Mas o resultado foi ótimo =D.
      Obrigado ^^
      Bjs

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  8. Apoio a literatura nacional isso é sempre, temos que valorizar. Não conhecia o autor, achei bem legal a entrevista, um livro que levou 17 anos para ser lançado deve ter um excelente conteúdo que eu quero conferi com certeza.

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    1. Olá Ana

      É um bom autor, gostei bastante do livro dele. Tem resenha aqui no blog por uma das colaboradoras, da uma olhadinha =D

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  9. Olá! Hahaha, que chegamos na melhor época do ano para pedir livro neh! É sempre muito legal conhecer um pouco mais sobre o autor e como é a maneira que ele desenvolve aquela história tão bacana que tanto nos encanta. Fiquei chocada por saber que essa pesquisa levou tanto tempo, mas só prova que a história deve estar para lá de interessante hein, já fiquei curiosa com que esta por vir, principalmente em se tratando de distopia.

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    1. Olá Elizete

      kkk verdade, seja de Natal, amigo secreto, ano novo, etc kkkkk. Sim, sempre bom saber um pouco mais =D. O resultado final foi muito bom. Gostei também dessas novas histórias.

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  10. Oi, Fabio!
    Não li Solo Raso e nem a resenha que saiu aqui no blog, mas lerei a resenha assim que possível...
    E eu amei a entrevista! Fiquei muito curiosa em relação a distopia, sobre a China comprar as noites brasileiras, e olha que não curto tanto distopias rsrs.
    Ficarei aguardando mais informações sobre essa nova história.
    Bjos!

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