Vocês conhecem as irmãs Brontë? Já leram algum livro de alguma delas? Imagino que os mais conhecidos pelos leitores sejam “O Morro dos Ventos Uivantes”, de Emily Brontë, e “Jane Eyre”, de Charlotte Brontë. Ambos são clássicos atemporais. Já leram algum desses? 

Bom, aqui em “Os Manuscritos Perdidos de Charlotte Bronte” há um compilado de reflexões e análises de aspectos da vida e juvenilha da família Brotë, dando ênfase em Charlotte, escritos por diversas especialistas que examinaram minuciosamente documentos inéditos que revelam muito sobre essa família, desde inspirações para escrita até episódios específicos de suas vidas. Os manuscritos aqui explorados sobreviveram a um naufrágio há cerca de duzentos anos, bem como passaram por diversas mãos. E trata-se nada mais nada menos do que os primeiros rascunhos de Charlotte Brontë, que mais tarde viria a se tornar uma de suas obras. 
“No outono de 1812, um navio encalhou na costa de Devonshire. Ninguém morreu naquela quase catástrofe, mas grande parte dos bens jamais foi recuperada. Entre os itens caídos no mar, havia um baú que continha pertences de uma mulher de vinte e nove anos, nascida na Cornualha, Maria Branwell.” 

Tudo começou com o referido naufrágio, quando Maria Branwell – que se tornaria mãe das futuras autoras – teve que se mudar de sua terra natal, e, nesse processo, seu exemplar de um livro intitulado “The Remains of Henry Kirke White” estava com seus bens em um navio, que infelizmente naufragou. Mas o livro sobreviveu. E, intacto, mais tarde o livro se tornou bastante importante para a família, pois já era de mesmo valor pela própria Maria. Desde então, o exemplar passou a ser não somente fonte de leitura de toda a família, mas também de anotações riquíssimas que fez do livro uma preciosa relíquia. 
“A descoberta de um novo manuscrito da juvenilha de Charlotte Bronte dentro do exemplar de 'The Remains of Henry Kirke White' que pertenceu à Sra. Bronte é muito especial. Embora seja curto, está cheio de galhofa, obscenidade e violência, tudo acontecendo em Haworth, onde vive a família Bronte. Escrito em 1833, está no início de um período criativo florescente da jovem carreira literária de Charlotte.” 
Imagens do manuscrito em sua versão original, bem como a tradução na íntegra, se encontram nas páginas 72, 73, 74 e 75 de “Os Manuscritos Perdidos de Charlotte Brontë”. É um texto que, lido sem contexto, pode soar confuso e sem sentido, até porque trata-se mesmo de um rascunho que ela transcreveu em palavras ali mesmo no livro de sua mãe. Mas ao ler os estudos das profissionais que narram e nos contextualizam cada página, podemos perceber o quanto isso significa se tratando de estilo de escrita até mesmo pela idade que Charlotte possuía quando escreveu, haja vista que o manuscrito comporta passagens bastante violentas e de homens com atitudes asquerosas. Imagine a reação de quem lesse aquilo na época associando à autoria de uma jovem moça? 


Mas é fato, ainda mais como podemos ver a cada apresentação das profissionais, que Charlotte possuía um pensamento bastante avesso ao que se podia esperar de uma jovem daquela época. E ela externalizava seus pensamentos considerados proibidos para uma moça, em seus textos. 

“Os Manuscritos Perdidos” fez com que eu ficasse completamente apaixonada pelas irmãs, principalmente Charlotte, já que o livro detalha bastante esse seu lado mais íntimo. É um livro essencial a quem é fã das irmãs Brontë, bem como por qualquer pessoa apaixonada por literatura. 


Título: Os Manuscritos perdidos (exemplar cedido pela editora)
Autor: Vários autores
Editora: Faro Editorial
Páginas: 173
Ano: 2019
Compre: aqui

10 comentários:

  1. Estou participando de uma leitura coletiva de Jane Eyre. E está sendo uma leitura interessante, densa e com momentos de cortar o coração.
    Que demais esse resgate desses manuscritos. Saber que as Brontë tinha esse livro como um tesouro é simplesmente fascinante.

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  2. Luana!
    Adoro escritoras femininas que são além de seu tempo e essas irmãs, não tornaram-se clássicas à toa, escrevem com uma intensidade que toca o leitor e nos faz querer conhecer mais sobre seus textos.
    E que coisa esses textos terem sobrevividos intactos.
    cheirinhos
    Rudy

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  3. Mesmo não tendo um contato mais profundo com a vida e o trabalho das irmãs, impossível não olhar uma resenha assim com olhos de amor.
    Pelo valor histórico e pelo valor de alma mesmo, afinal, isso de trazer imagens do manuscrito real deve ser uma experiência única a quem tem a obra em mãos!!
    Com certeza é um livro que se puder, lerei e com certeza, terei muito a aprender!!!
    Beijo

    Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na Flor

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  4. Que incrível!! Não tinha relacionado com os outros livros famosíssimos das irmãs. Esse livro deve ser muito interessante mesmo, é legal ver como estavam a frente de seu tempo, de certa forma.
    Beijos

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  5. Ainda nao li nada das irmas bronte, mas quero ler todos! Inclusive a biografia feita pela elizabeth gaskell tb. A edição desse livro esta linda e a faro esta arrasando ultimamente nos livros publicados.

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  6. Gostei bastante do artigo, muito bom mesmo! Estou amando ler seus artigos e compartilhar com os amigos!


    Meu Blog: Resultado do Tri Legal

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  7. Sim, já li O Morro dos Ventos uivantes, achei uma leitura difícil, mas maravilhosa! Lembro que fiquei pensando nele, fui assistir o filme, tudo pra tentar entender ao máximo HAHAHA
    Gosto muito quando vejo resenhas desse mundo, achei incrível ver essas 5 estrelas aí, porque influencia muito a leitura da gente. Que bom que você gastou :)

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  8. ola
    Ainda não li nenhum livro das irmãs Bronte ,
    que interessante esse manuscrito ,dá para conhecer um pouco mais da personalidade delas
    e pela sua nota maxima esse livro vai agradar em cheio todos os fãs das autoras .

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  9. Os Manuscritos perdidos parece ser muito bom para quem é fã. Li O morro dos ventos uivantes varias vezes e sou apaixonada pela historia. Quero muito ler os livros das irmãs Brontë, são clássicos que não pode ficar de fora das minhas leituras.

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  10. Olá! Ahhh que eu tenho a honra de dizer (escrever) que já li sim essas duas histórias maravilhosas, aliás, Jane Eyre foi uma das minhas últimas leituras e eu simplesmente amei, por isso, é claro que já quero esse livro para ontem, ainda mais por trazer um pouco mais da história e do trabalho dessas irmãs tão talentosas e inspiradoras.

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