Sabe aquela sensação nostálgica de poder voltar ao passado? De chegar da escola e assistir seu desenho predileto ou ler aquele sagrado gibi, comendo sua guloseima favorita e deitar sem ter nenhuma preocupação na cabeça? É assim que ficamos ao sentarmos na poltrona para assistir Turma da Mônica: Laços. Nada nos importa, apenas aquele momento. Somos crianças novamente e, ao invés de lermos os gibis, estamos assistindo ao filme.
É aquela velha história… quem leu os gibis já sabe o quanto Mônica e Cebolinha vivem num pé de guerra. Então, ele trama algo para que, juntamente com o Cascão, eles enganem a Mônica e consiga ter em mãos o Sansão.
Quando Cebolinha está dormindo, algo estranho acontece… Floquinho desaparece. Com isso, toda a sua sede em derrotar Mônica também se vai e a única coisa que ele pensa é procurar pelo seu cãozinho. Então ele desenvolve um plano infalível para resgatá-lo com a junta de seus amigos: Mônica, Magali e Cascão.
Acredito que os atores tenham cumprido o papel e conseguem convencer. Cebolinha, interpretado por Kevin Vechiatto (que já participou da novela Cúmplices de um Resgate), fala “elado” perfeitamente e sempre quer que seus planos sejam colocados em prática. A Mônica, Giulia Benite, parece que nasceu sendo a personagem. Forte, determinada e convincente. Baixinha e invocada, como diz a história. Não vejo uma atriz melhor para essa atuação. Gabriel Moreira, nosso Cascão, é engraçado e o medo de água é bem nítido nas cenas – essencial. Laura Roseo, a Magali, é magrinha e come mais que os três juntos. Gulosa, não pode ver uma comida que já quer colocar na boca – tão eu. Os quatro atores são incríveis, assim como seus pais também não deixam a desejar. Eles foram escolhidos em um longo processo que envolveu entre 7 a 8 mil candidatos. “Eu assisti a mais ou menos 2 mil vídeos durante a seleção”, disse Daniel Rezende, diretor do longa, ele dirigiu também o famoso filme “Cidade de Deus”.
Entendo que muitos acharão o filme bem infantil. Penso que ele seja mais voltado às crianças, realmente, mas para nós, adultos, ele tem aquele gosto incrível de saudade. É possível arrancar lágrimas não apenas dos pequenos, mas dos grandões também. Eu chorei, admito. Não apenas a história é bonita, mas a lição que o filme quer nos passar. Laços… O que essa palavra te faz lembrar?
Laços sempre lembra união, companheirismo, amizade. Laços representam algo que é impossível fazer sozinho. Para se criar um laço, no mínimo, precisa-se de duas pontas; precisa-se de dois. Não se faz um laço sozinho, não se conquista o mundo sozinho. Precisamos de amigos.
A história se passa no Bairro do Limoeiro e as gravações foram feitas em Mairiporã, Poços de Caldas, Holambra, Paulínia e Cubatão. O filme é baseado numa graphic novel escrita pelos irmãos Vitor e Lu Cafaggi.
O filme é lindo e tem o gosto da nossa infância. Uma das cenas mais arrepiantes é quando temos o momento Stan Lee. Mauricio de Sousa aparece e toca o coração dos fãs. Não tem como não se emocionar, não lembrar dos quadrinhos que lemos. Ele é a parte da alfabetização de muitos e poder relembrar tudo isso é algo indelével.
Fotos: Google Imagem |