Estava precisando de uma leitura que
fluísse, que não me desse vontade de parar. E aqui está! Reafirmo que me
surpreendeu, mas não por causa do conjunto, até porque a narrativa é bem
simples (me fez ler com uma velocidade estranha até) e a história não demonstrou
dificuldades e reviravoltas para que os personagens conseguissem o que queriam.
Mas, um ponto que me chamou muito a atenção, tem a ver com as descrições do
King.
Recentemente eu disse em alguns
comentários que ele não tem mais medo de descrever o que acontece quando, por
exemplo, um carro explode com cinco pessoas dentro. King destrincha o que
consegue. Porém, ele está indo além, e esse livro tem uma característica muito
peculiar do Naturalismo Brasileiro, que trata de uma descrição cruel dos personagens,
como na passagem: "Eles deixaram os aleijados e os debiloides entrarem
primeiro" e muitas outras que eu presenciei.
A diferença, claro, é que no
Naturalismo, as pessoas eram retratadas, literalmente, como animais, muito bem
observado em "O cortiço". Também percebi que agora King não abre mão
de algumas referências. Em Mr. Mercedes podemos encontrar
Hitchcock, Agatha Christie e até De Niro, quando fez Taxi Driver (um filme
espetacular, diga-se de passagem). E claro, por que não uma referência a ele
próprio, citando Pennywise? Tem também!!
Enfim!! Depois da pequena decepção
em Revival, foi bom ler um livro que não me desse vontade de parar.