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31.7.20

Quotes de julho


Olá, leitores. Como foram as suas leituras no mês de julho? Hoje trouxemos alguns quotes para vocês. Esperamos que gostem.

Giovanna
“Um homem pode desejar algo por alguns instantes, mas uma grande parte dele rejeita esse desejo. Você deve aprender a julgar as pessoas por seus atos, não por seus pensamentos” (WECKER, Helene. Golem e o Gênio, p. 55).


Luana
“Lilith pode ajudar as mulheres a lembrar-se de que:
‘Houve um tempo em que não era uma escrava, lembra-te disso. Caminhavas sozinha, alegre, e banhavas-te com o ventre nu. Dizes que perdeste toda e qualquer lembrança disso, recorda-te... Dizes que não há palavras para descrevê-lo, dizes que isso não existe. Mas lembra-te. Faze um esforço e recorda-te. Ou, se não conseguires, inventa’” (KOLTUV, Barbara Black. O Livro de Lilith, p. 173).


Carol
“Eles vão se reerguer, pirralha. A vida é mais resiliente do que aparenta ser. O ser humano já esteve à beira da destruição antes, mas, de alguma forma, sempre nos reerguemos - disse Átila, bagunçando o cabelo da amiga.
Elise enxugou os olhos e abriu um sorriso.
- Vocês têm razão…
- É claro que temos - brincou Átila. - Ao invés de chorar, se esforce para que isso não volte a acontecer. Honre os que partiram com o seu serviço, não com sua pena” (LESSA, Jefferson. Cerberus, p. 268).


Fábio
“‘Não é conveniente”, Harry continuou, “que num mundo onde os homens ditam as regras a coisa mais desprezada seja a que representa a maior ameaça? Imagine se todas as mulheres solteiras do planeta exigissem alguma coisa em troca de seus corpos. Vocês seriam as donas do mundo. Um exército de pessoas comuns. Só homens como eu teriam alguma chance contra vocês. E isso é a última coisa que esses cretinos querem: um mundo comandado por gente como eu e você’” (REID, Taylor Jenkins. Os sete maridos de Evelyn Hugo, p. 178 e 179)


Marcos
“Antes porém que vos vades, assim como ouvistes os vossos louvores, ouvi também agora as vossas repreensões. Servir-vos-ão de confusão, já que não seja de emenda. A primeira cousa que me desedifica, peixes, de vós, é que vos comeis uns aos outros. Grande escândalo é este, mas a circunstância o faz ainda maior. Não só vos comeis uns aos outros, senão que os grandes comem os pequenos. Se fora pelo contrário era menos mau. Se os pequenos comeram os grandes, bastara um grande para muitos pequenos; mas como os grandes comem os pequenos, não bastam cem pequenos, nem mil, para um só grande. [...] Os homens, com suas más e perversas cobiças, vêm a ser como os peixes que se comem uns aos outros. Tão alheia cousa é não só da razão, mas da mesma natureza, que sendo todos criados no mesmo elemento, todos cidadãos da mesma pátria, e todos finalmente irmãos, vivais de vos comer” (VIEIRA, Antônio. Sermão de Santo Antônio aos Peixes. In: Padre Antônio Vieira – Essencial, p.289-90, e-book). 


Natalia
“Provavelmente abortar uma criança para Steve seria igual a abandoná-la, e ele jurava nunca fazer nada que se assemelhasse ao comportamento de seu pai para com sua família. Então Steve e Tabby decidiram encarar as dificuldades. Ainda que Steve nunca tivesse tido problema para encontrar motivação para escrever, agora ele tinha ainda mais incentivos. Escrever, para ele, seria a porta de saída de uma vida difícil” (ROGAK, Lisa. A Biografia - Coração Assombrado, p. 68).
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Postagem Naty Araújo on 31.7.20 7
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29.7.20

Livro: Into the Void


Em uma galáxia muito, muito distante
Desde pequena Lanoree Brock já tinha afinidade com a força. Filha de Jedis (leiam Jedáis), ela já parecia estar com o caminho traçado pelos templos de aprendizado de Tython - planeta onde a ordem foi fundada. Mas, ao contrário dela, seu irmão mais novo - Dal - repudia a força, achando que os Jedis acabam ficando reféns dela.

Mesmo assim os dois são enviados para começar seus treinamentos como Jedis e eles acabam passando por várias provações, que vão aprofundando mais e mais a relação de cada um com a força, seja ela de aceitação ou de exclusão. O que no fim pode acabar levando a um perigo mortal para o jovem Dal (não é spoiler).

Anos depois, já uma Ranger, Lanoree é convocada por sua antiga mestra Jedi - Dam-Powl para resolver uma situação de urgência. Um líder de um culto está manipulando objetos que fazem o uso de matéria escura com o intuito de abrir um suposto portal que possibilitaria viagens através do hiperespaço. O problema é que a matéria escura pode acabar consumindo não só Tython como também todos os planetas ao seu redor, e cabe a Lanoree rastrear e caçar esse sujeito pelo espaço.

Into the Void foi o primeiro livro do universo de Star Wars que li, e gostei bastante. Já vi os filmes - menos o último -, uma série ou outra, mas ainda não tinha lido nenhum dos seus livros. Felizmente, tive o prazer de encontrar uma leitura divertida e com uma vibe bem aventuresca, lembrando muito a sensação de ver alguns dos filmes.

Achei bem interessante notar que na época do livro os Jedis ainda não tinham os seus famosos sabres de luz, utilizando de espadas na hora de se defender, assim como as viagens espaciais, que apesar de existirem viagens entre planetas, elas não existiam - não para eles pelo menos - através das galáxias como estamos acostumados a ver nos filmes. Inclusive esse tipo de prática era vista com maus olhos, já que não se sabia o que poderia acontecer ao buscar um conhecimento sobre as origens dos seres que originalmente colonizaram Tython. Isso é interessante, já que vira e mexe Star Wars tem algum paralelo com com a religião, e isso de busca das origens e do desconhecido brinca muito com esse fato, deixando o leitor fazer as associações que entender.

Mas, deixando as metáforas de lado, o livro é bem divertido, trazendo uma trama cheia de aventura e de certa forma até meio clichê, com uma protagonista solitária que se junta a um outro personagem cujo passado revela ações que ele se arrepende e que hoje faz o bem buscando redenção. Não é realmente uma trama original, porém, a diferença toda está na execução.

Lanoree é uma excelente personagem e Tre Sana - personagem que se junta a ela - é aquele típico personagem que faz piadas nos filmes. A química dos dois é muito boa durante a jornada. O contrário acontece com Lanoree e Dal, seu irmão. Durante a narrativa o livro vai intercalando entre presente e passado, onde no passado temos os irmãos fazendo suas jornadas para o caminho Jedi. Não achei chato, mas algumas vezes eu cheguei a me perguntar o por que forçar o garoto a fazer uma jornada que ele claramente não queria, parecia meio que sem sentido, mas enfim.

Esse foi o principal ponto negativo na minha opinião, e um pouquinho do fato de que, apesar de ter ação, eu gostaria que tivesse um pouquinho mais. Para quem gosta de Star Wars e lê em inglês, fica aí a dica. Pra quem quer treinar também é uma boa, já que a linguagem aqui é bem tranquila. Recomendo a leitura e que a força esteja com você.


Título: Into the Void
Autor: Tim Lebbon
Editora: Del Rey Books
Páginas: 320
Ano: 2013
Compre: aqui
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Postagem Fabio Pedreira on 29.7.20 16
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Aventura, Del Rey Books, Fábio, Ficção Científica, Livros, Resenhas, Tim Lebbon
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28.7.20

Livro: Filhos de Sangue e Osso


Filhos de Sangue e Osso era uma fantasia muito esperada por mim. Afinal, quantas fantasias vocês já leram onde o protagonista é negro? Aqui, todos os personagens são, e isso é a representatividade no mais alto nível que eu, pessoa negra acostumada a não me ver em nenhum lugar, sempre sonhou. 

Nessa história vamos acompanhar a Zélie, que vive em Orïsha, um lugar onde a magia já existiu forte e poderosa e onde os Maji tinham uma ligação forte com os deuses e seu poder imenso. Um dia a magia desapareceu e o rei usou isso a seu favor, fazendo um massacre conhecido como Ofensiva, onde todos os maji foram mortos, incluindo a mãe da Zélie. Anos depois, quando todos acham que a magia jamais voltará e quando o rei trata os divinais que sobraram com desprezo e ódio, Zélie conhece Amari, e tem a oportunidade de trazer a magia de volta.

Essa é uma história sobre raízes e ancestralidade, que pode ser transportada para nossa realidade com facilidade. A magia presente nesse livro não é parecida com nenhuma outra que li. Isso porque aqui ela é tratada como algo sagrado e, para funcionar, precisa existir uma ligação real com o Deus que lhe concede isso. Não é apenas um poder que nasce com você, é um poder dado a você por um Deus, em resposta a fé e ao amor que você deposita nele. Temos muitas passagens de Zélie tentando se conectar com os deuses, mais especificamente com a Oya, a divindade para qual ela pertence. Achei isso maravilhoso e sensível, e que condiz com a mitologia Iorubá, base dessa história. 


A autora teve a ideia para esse livro quando veio a Salvador e viu os Orixas pintados nas ruas. O livro é baseado no candomblé e dá um show de aprendizado sobre religiões de matriz africana, tão demonizadas por aqui. O mundo é grandioso e cheio de detalhes, quando Zélie sai em busca da magia, vemos isso mais claramente. Antes de serem exterminados pelo rei, os Maji eram queridos e poderosos, eram um povo completo. Eles tinham língua própria, costumes, comidas, comemorações, tudo próximos aos deuses e como marca de um povo e seu poder, com inúmeras tradições. Tudo isso foi apagado com a Ofensiva. É impossível não fazer um paralelo com a escravidão, onde todo conhecimento, religião e costumes de um povo foi apagado. Trazer isso de volta é reconhecer sua ancestralidade e o papel que seus antepassados tiveram. Isso é o que os povos marginalizados e escravizados buscam hoje em dia, e o que a Zélie busca no livro também.

Sem magia, eles nunca nos tratarão com respeito. Precisam saber que podemos revidar. Se eles queimam nossa casa, queimaremos a deles também. 

Confesso que esse seria um livro que eu não daria cinco estrelas se fosse qualquer outro, porque por mais que o mundo seja incrível, os personagens me irritaram bastante. O príncipe principalmente. Eu entendo o motivo dele ser assim, afinal, o ódio e o preconceito são aprendidos em casa, mas ele é insuportável. Fraco, indeciso, egoísta e incrivelmente bobo. Foi um personagem que detestei desde o princípio. O romance jamais deveria ter existido. Os personagens masculinos são ruins, na verdade, todo o meu amor vai para as mulheres. Sem a famosa e irritante rivalidade feminina, temos uma amizade que de fato acontece, é real, bem feita. As meninas são corajosas, determinadas, importantes demais para a história. Isso eu amei. 


Mas mesmo tendo essas pequenas irritações, não é o suficiente para tirar estrelas da minha nota, porque essa história é tudo que sempre quis ler. Mexeu profundamente comigo, e me levou além, me deixando feliz e realizada. Eu espero que mais livros assim sejam publicados, porque escritos eles já são. Que mais pessoas negras tenham a oportunidade de contar suas histórias, e que a gente consiga se ver cada vez nessas histórias. Quem acha que representatividade não é algo tão necessário, é porque sempre se viu representado. Nós não queremos a superioridade, apenas a igualdade. Quando livros como esse existirem aos montes como existem com protagonistas brancos, aí sim nós estaremos realizados. E um adendo especial ao Petê e sua tradução, pois como tradutor negro e conhecedor da religião Iorubá, as escolhas de tradução foram exemplares. 

Espero que deem uma chance para Zélie e para uma cultura e religião diferentes. E vejam meu vídeo de cinco motivos, onde falei um pouquinho mais sobre alguns detalhes do livro.
 


Título: Filhos de Sangue e Osso
Série: O Legado de Orïsha #1
Autor: Tomi Adeyemi
Tradutor: Petê Rissati
Editora: Rocco
Páginas: 550
Ano: 2018
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Postagem Je Vasques on 28.7.20 16
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Fantasia, Jessica, Livros, Resenhas, Rocco, Tomi Adeyemi
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27.7.20

Livro: O Livro do Cemitério


Um bebê escapa do berço enquanto sua família é dizimada por um homem chamado Jack. Esse bebê, deveras sortudo, acaba parando em um cemitério e lá encontra uma nova casa e uma nova família, mas não se engane, essas são só as primeiras páginas da história. Você nem pode imaginar as aventuras que Ninguém Owens com sua brilhante e esperta cabecinha se mete nas páginas dessa HQ...
“Era de conhecimento geral que havia uma bruxa enterrada no final do cemitério. Desde que Nin se entendia por gente, a Sra. Owens dizia para ele manter distância daquele canto do mundo.
- Por quê?”
Este primeiro volume de O Livro do Cemitério é dividido em cinco capítulos (mais o Interlúdio) e a cada capítulo temos Nin em uma idade mais avançada de sua juventude. Foi fofo demais acompanhar a evolução dele, por vezes queria colocá-lo num potinho! Fazia bastante tempo que não me apegava tanto a um personagem, ainda mais de HQ que, via de regra, as coisas passam mais rápido e não são tão explicadas.

Nin com sua inocência de criança sempre, ênfase no sempre, se mete em encrencas e, da mesma forma, é super inteligente pra sair delas. Ele não titubeia em corajosamente enfrentar a situação e dar um jeito de se safar. Seus questionamentos e intuitos tão simples e ausentes de maldade o tornam um personagem memorável.


O início da história é tão dolorosa. Acho que esse foi o principal requisito pra ter me apaixonado tanto pelo personagem. Ele teve um início tão triste, mas ainda assim consegue ser gracioso e inteligente, além de não usar em momento algum a falta de uma “vida normal” como desculpa.

A cada capítulo também conhecemos um novo personagem que acompanha o principal em suas aventuras. Personagens esses que são muito carismáticos (até mesmo a tia ranzinza) e trazem novos aprendizados para a peculiar realidade de Ninguém Owens.

Silas também é um personagem fenomenal. Achei que os pais teriam uma participação mais ativa na criação de Nin e na história como um todo, no entanto, eles sempre “passavam a bola” para o Silas. O que de certa forma é compreensível, já que ele era mais capacitado para auxiliar uma criança em crescimento com suas infinitas perguntas.

Diferentes ilustradores trabalharam nessa HQ. A cada capítulo temos um diferente ilustrador e em um dos capítulos temos dois ilustradores trabalhando em conjunto. Quanto a esse último caso, assumo que fiquei com receio quando notei que eram dois, pois pensei que não daria certo essa mistura, no entanto, digamos que a narrativa sofra uma mudança de realidade no decorrer do capítulo e, nesse caso, a mudança do traço funciona super bem. E, sobre as ilustrações no geral, elas seguem um mesmo padrão para os personagens então, se a pessoa não está prestando tanta atenção, talvez nem note que algo mudou.


Não posso dar palpite quanto a qualidade da adaptação de P. Craig Russell já que não li o livro (o que será resolvido em breve), mas posso dizer que independente da verossimilhança, o resultado foi lindo, inteligente e levemente gótico.

Esse primeiro volume termina de uma forma relativamente fechada, todavia, certamente quero saber mais sobre as façanhas do Nin. E temos também o detalhe do interlúdio: alguém me explica aquilo, por favor?!
“Eram nove horas da manhã, quando todo o mundo está dormindo. Nin estava decidido a ficar acordado. Afinal, tinha uma missão. Tinha oito anos e o mundo para além do cemitério não lhe provocava terrores.”
Por fim, ressalto que muitas emoções percorrem essas páginas e deixo a HQ O Livro do Cemitério mais do que recomendada!


Título: O Livro do Cemitério - vol. 1
Autor: Neil Gaiman
Adaptação: P. Craig Russell
Tradutora: Ryta Vinagre
Editora: Rocco Jovens Leitores
Páginas: 192
Ano: 2017
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Postagem Caroline Ribeiro on 27.7.20 13
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Caroline, Fantasia, HQ, Livros, Neil Gaiman, Resenhas, Rocco, Terror
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25.7.20

Desvendando Scifi - Parte final


Oi de novo! Se você chegou até aqui, parabéns, já está quase se formando nesse curso básico de Ficção Científica! Para concluir essa série de posts iniciais sobre scifi, vou dar minha opinião de por onde começar a ler.

Primeiramente, acredito que nunca devemos conhecer um gênero, autor ou algo que o valha pelo cânone, sendo assim, guarde suas edições dos clássicos, cultuados e ultra recomendados para depois. Vamos nos iniciar lendo livros divertidos, empolgantes, que desperte nosso interesse, para criar familiaridade com o scifi. Existem alguns autores contemporâneos que são ótimos, escrevem de forma ágil, fácil e com muitas subcamadas, caso seja a sua vontade.
  • John Scalzi – queridinho por fãs do gênero, cria histórias originais, com universo bem desenvolvido, pitadas de crítica social, de forma dinâmica e instigante. “Guerra do Velho” é uma space ópera que agrada muitas pessoas, principalmente pelo protagonista. “Encarcerados” é um pós-apocalíptico, na qual a sociedade precisa se adaptar a uma doença que trancou parte da população dentro de suas mentes.
  • Blake Crouch – Outro que vem ganhando espaço entre os entusiastas, com uma mistura de scifi com thriller, em histórias que trazem realidades alternativas e questionamentos sobre a verdade. “Matéria Escura” fala sobre realidades alternativas, de forma bem simples e didática (até ouvi algumas pessoas falando sobre a falta de ciência). “Recursão” traz à tona reflexões sobre memória e identidade.
  • Becky Chambers – Essa lista tinha que ter essa mulher, que escreve space ópera como ninguém, com personagens complexos e falando sobre empatia e aceitação de forma significativa. “A Longa Viagem a um Pequeno Planeta Hostil” e “A Vida Compartilhada em uma Admirável Órbita Fechada” são histórias cativantes, sobre seres alienígenas que poderiam facilmente ser você ou um de seus amigos.


A partir daí já é possível ir mais longe, seguindo sempre suas preferências. Vou deixar uma listinha de livros que acredito serem essenciais, de leitura fácil e que traz muitos debates interessantes. Lembrando que o scifi é mais bem aproveitado quando discutimos sobre ele, por isso aproveite as leituras coletivas!
  • Kindred de Octavia Butler – Primeiro livro que li da autora e com certeza memorável, usando o scifi para falar sobre racismo e escravidão, a autora cria uma história original, impiedosa e impactante.
  • Flores para Algernon de Daniel Keyes – Outro livro em que a ficção cientifica é só um plano de fundo para assuntos mais sérios, emocionantes e revoltantes.
  • O Conto da Aia de Margaret Atwood – Com a narrativa em fluxo de consciência, essa distopia (assustadoramente próxima da nossa realidade) fala sobre fanatismo, religiosidade e machismo.
  • A Curva do Sonho de Ursula K. Le Guin – Apesar de ser um livro curto, ele é super bem desenvolvido, com muitas subcamadas e diversos assuntos relevantes. Uma ótima maneira de conhecer a escrita da autora.
  • Sonhos Elétricos de Philip K. Dick – Não poderia faltar um livro daquele que foi meu autor favorito por muito tempo (conheci Octavia e não consigo me decidir mais). Um livro de contos excelentes, com assuntos diversos, mas sempre questionando a definição de realidade.
Então é isso, chegamos ao fim dessa saga para desvendar o scifi e tornar a sua experiência de leitura mais prazerosa. Foram muitas indicações para espalhar ainda mais a palavra da ficção científica por aí. Até a próxima!
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Postagem Maiani on 25.7.20 9
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Aleph, Blake Crouch, DarkSide, Desvendando, Desvendando Scifi, Distopia, Ficção Científica, John Scalzi, Maiani, Margaret Atwood, Morro Branco, Octavia E. Butler, Philip K. Dick, Philip Kindred Dick, Rocco, Scifi
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24.7.20

Livro: Seu Bartolomeu do Futuro


Já imaginou como seria comprar um refrigerante no futuro? Aposto que não.

“Enquanto houver gente andando por aí, haverá gente espirrando. Essa é a conclusão.” 

Às vezes, a gente nunca imagina ir de encontro a uma escrita direta e sarcástica, que mistura a famigerada “quebra da quarta parede” bastante exemplificada nos textos de Machado de Assis e com uma boa dose de non sense, a estilo Douglas Adams. Isso até conhecer esta obra que, fica aí o questionamento, se tratar de um conto? Uma crônica? Rascunho de um futuro livro? - do genial Pedro Duarte.

A trama aqui não é uma história “linear” propriamente dita, tampouco algo inteiramente “entendível”, mas pode-se considerar como o relato da ida de Seu Bartolomeu - um senhor do futuro - a uma caminhada. Sim, só isso mesmo. Mas pode ter certeza que a última coisa que você, leitor, sentirá ao ler essas páginas, será tédio ou algo similar. O autor explora ao máximo o sarcasmo em sua escrita - mas não leve isso para o lado negativo, é um sarcasmo divertido e debochado.

Seu Bartolomeu é uma pessoa comum, como eu, você, seu vizinho (a menos deduz-se que todos os vizinhos são pessoas normais, por mais que alguns não ajam como tal) e, principalmente, alguém fadado a se adaptar à tecnologia – que tende a “aumentar” constantemente, principalmente no futuro, de onde Seu Bartolomeu é.

O que o autor nos faz refletir – como que numa conversa tranquila em uma mesa de fast food – de maneira muito bem humorada, é para que todos abram os olhos de fato para certas coisas, que por mais futuristas que sejam, podem ser tão arcaicas quanto algo do século passado, haja vista a constante mania do ser humano de repetir certos atos, ou tentar mascará-los numa falsa ideia de genialidade revolucionária.

Um exemplo disso, que é inclusive citado no texto, são os robôs. Acho que o maior senso comum a respeito do futuro é que viveremos lado a lado – literalmente – com os robôs. A ideia central é que isso facilite a nossa vida em muitos fatores, contudo, ninguém havia dito que o gasto com energia elétrica iria aumentar drasticamente.

O texto curtinho de Pedro Duarte traz uma sátira genial acerca de nossa vida daqui a vários anos, fazendo-nos pensar, nem que por um breve momento, que nossa vida pode ser cômica e trágica; tediosa e divertida - independentemente da época em que a vivemos. Seu Bartolomeu é um personagem do futuro muito bem representado também aos terráqueos do presente, que se vê no meio da alta tecnologia futurística, mas que também está fadado a ser assaltado no meio da rua enquanto tenta comprar um refrigerante ou ajudar um pedinte.

É um texto para se rir de nervoso. A sensação é de não somente ler um texto de Pedro Duarte, mas de conversar com ele numa boa sobre questões políticas, tecnologia, o futuro da nossa vida na Terra, Tic-Tac e ficção científica. Nestas 10 páginas vemos um misto de crítica social acirradíssima entregue ao leitor como que num bate-papo direto.
Todos os artistas envolvidos na criação dessa obra o fizeram em prol do Hospital Martagão Gesteira, instituição que atende crianças e adolescentes há 54 anos no estado da Bahia. Toda renda fruto será destinada ao hospital: seja uma compra direta ou leitura para quem assina o Kindle Unlimited. A presente obra está disponível na Amazon e Kindle Unlimited.

Título: Seu Bartolomeu do Futuro
Autor: Pedro Duarte
Editora: Independente
Páginas: 10
Ano: 2020
Compre: aqui
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Postagem Luana Gobbo on 24.7.20 12
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Ficção Científica, Livros, Luana, Pedro Duarte, Resenhas
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23.7.20

Sessão da TARDIS: 5 motivos para ver Modern Family



Olá, pessoal. Hoje eu trouxe CINCO motivos para vocês assistirem uma das séries mais legais que estou vendo no momento, Modern Family. Eu teria muito mais motivos, mas trago os mais importantes. Postei no IG há alguns dias, mas hoje trago a postagem mais completa, porque essa série merece. 

1 - QUEBRA DE ESTEREÓTIPOS 
A série já começa com um casal gay que deseja adotar uma criança. O pai de um deles, Jay Pritchett, é um típico americano republicano que demorou a aceitar essa relação e que não concorda com o fato de terem um filho. Ele tem uma esposa bem mais jovem, seu segundo casamento, uma colombiana bonitona, o estereótipo perfeito da mulher “gold digger”, aquela que dá o golpe do baú. 

Porém, é aqui que a série nos cativa, pois ela mostra que essa colombiana, Gloria Pritchett, na verdade, ama muito o marido e é uma das personagens mais legais. Gloria tem um filho do primeiro casamento, o Manny Delgado. Ambos passaram por processos difíceis, pois não eram ricos e o Manny cresceu sem o pai. Quando Jay surge na vida de deles, é como voltar a ter uma base, aquele alicerce familiar que o garoto, mega inteligente, não tinha. 

Por sua vez, Gloria traz lições de vida ao Jay. Ela mostra que o preconceito que ele tem com o fato de ter um filho gay, com o fato de a filha dar um genro que ele não quer, são coisas que Jay deveria deixar de lado e amar as pessoas pelo que são. São três famílias incríveis e todas quebram algum tipo de estereótipo. 

2 - VIDA REAL 
As situações na série são bem verossímeis à realidade que vivemos. Nos identificamos com as falhas dos personagens! Eles passam por problemas que diariamente enfrentamos com nossos familiares e amigos. 

Há brigas entre cada família, assim como há entre todos eles juntos, o pai com os filhos, os cunhados, os irmãos, os primos... Torna a história mais verdadeira e próxima a nós, com nossos problemas, tendo que enfrentar filhos dos outros, nossos tios, pais, irmãos, sogros, genros, noras... É um novelo de lã, sem dúvidas (rs). 

3 - REFERÊNCIAS 
As referências e tiradas de humor são rápidas, mas quem já assistiu é capaz de reconhecer. Phil, genro do Jay, um dos personagens mais cômicos, faz referências a muitas séries e filmes da cultura pop, como O poderoso chefão, Harry Potter, Star Wars, 127 horas e tantos outros que nem lembro agora. São hilárias! 

Alguns é preciso estar bem ligado para pegar. São frases, trejeitos e cenas colocadas e sempre tem um propósito. Toda a série tem cenas interligadas e com objetivos, nada é jogado para encher linguiça – o telespectador consegue sentir isso. 

4 - EPISÓDIOS CURTOS 
Cada episódio dura cerca de 20 minutos, dá para assistir num intervalo, enquanto janta ou toma o café da manhã para começar o dia dando altas risadas. 

Eu particularmente, às vezes, gosto de assistir um episódio tomando café e/ou dois a três enquanto almoço/após o almoço e, religiosamente, no jantar, eu assisto até um pouco antes de dormir. Faço às vezes, não nego. Aqui a gente fala a verdade e sei que muitos ensinam que não é bom comer assistindo televisão – eu não fazia. Fui ensinada que faz mal e minha mãe nunca deixava e eu também não me importava. Preferia comer na mesa sem assistir nada desde pequena. Porém, o único momento que passei a adquirir esse hábito foi com essa série. Ela é tão boa que a gente quer aproveitar as horas vagas para assistir. 

5 - LIÇÕES
TODO episódio nos ensina algo! E isso cada um avaliará de uma forma diferente, porém, sempre com o mesmo intuito: refletir sobre a nossa existência, não de maneira enfadonha, mas descontraída. 

Os personagens falam frases que são tão impactantes que choramos e nem percebemos. Sempre alguém faz algo errado, sempre as famílias mostram que têm falhas, mas os outros estão lá para ajudar, para ensinar e para nós aprendermos que, quando alguém falha, nossa reação é julgar, jogar pedras e ficar dias sem conversar. Na série, claro, eles mostram isso também, mas o mais importante... Que julgar não leva nada a lugar algum e que ignorar a pessoa só torna as coisas piores. 

Falando assim parece até “blargh”, mas assista e tire as suas conclusões. Ainda não terminei, estou na nona temporada. 

Você vai rir, ficar triste, possivelmente chorar, mas vai aprender muito. 

Gostaram? Já assistiram? Pretendem ver? Contem pra gente. 

Criadores: Christopher Lloyd e Steve Levitan 
País de origem: EUA 
Distribuição: Netflix 
Temporadas: 11 
Sessão da TARDIS. O título faz referência à “TARDIS”, cabine telefônica e nave do Doutor na série Doctor Who. Nada mais justo do que uma junção de uma série clássica e aclamadíssima para nossas tardes aqui indicando séries que gostamos, não é mesmo?! 
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Postagem Naty Araújo on 23.7.20 27
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5 motivos, Modern Family, Natalia, Netflix, Resenhas, Séries, Sessão da TARDIS
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22.7.20

Livro: Um mar de segredos


Depois que você lê 10, 20, 30 livros de suspense, é difícil deixar se enganar por algum outro no mercado. Eu sei, “Um mar de segredos” tinha muito potencial, mas o verbo ficou no passado. 

A história vai te prender, eu sei que vai. E quando eu começar a descrever os elementos do livro você vai querer ler no primeiro momento. Porém, esse talvez seja o maior problema dele. Se você for com muita sede ao pote, vai acabar ficando com sede. 

Erin é documentarista e está numa ótima fase no trabalho. Mark é investidor, porém, acaba de ser demitido. E esse é um dos problemas que o casal encontra, afinal, eles estão prestes a se casar e já estão com passagens e hospedagem compradas para passar a lua de mel numa ilha em Bora Bora. 

Mark precisa economizar e diminuir os gastos com o casamento. Ele acaba reduzindo os dias em Bora Bora, mas não deixam de ir. Achando que tudo seria às mil maravilhas, ao fazerem um mergulho, eles encontram uma bolsa e, claro, o que vocês acham que eles decidem fazer? Levá-la para o quarto, obviamente. 

Para mim, esse foi o ápice do livro. A gente sabe mais ou menos o que tem dentro da bolsa porque a divulgação da Record foi com dólares e sabemos que se trata de milhões de dólares. Porém, não tinha apenas dinheiro dentro, tinha mais coisas. É por isso que essa parte foi o pico do livro, o momento que fiquei mais curiosa, que não queria largar por nada e eu sabia que algo muito ruim aconteceria. Afinal, o prólogo da história já indica que algo inesperado está prestes a acontecer. 

E então, os recém-casados, em lua de mel, precisam fazer uma escolha difícil: dizer a verdade ou proteger aquela bolsa – proteger o segredo a sete chaves? É ou não é uma história que te deixa curioso para saber o que vai acontecer? Bom, se você não ficou, parabéns! Porque eu fiquei desde o início com as divulgações da editora.


Mas, como não ficarei apenas na história, falarei das minhas impressões sobre tudo. Primeiramente, eu não sei como pode existir uma Erin no mundo. Eu sei que existem pessoas inocentes, sem conhecimento... Mas burrice é uma coisa que a gente aprende errando, talvez. E não basta a criatura errar uma, duas, três vezes na MESMA COISA, ela continua errando e se autodeclara: “como sou burra”. Se até ela já sabe disso, eu preciso dizer mais alguma coisa sobre essa personagem? 

Engraçado é que do início ao fim a autora a pinta como frágil, burra, descreve as suas ações como patéticas e, muitas, o próprio marido repugna – até nós, leitores, convenhamos. Mas no final ela é a pessoa mais espetacular e inteligente da face dessa Terra (não é spoiler). E esse detalhe foi tão inverossímil que eu não consegui assimilar e nem aceitar que a autora decidiu que as coisas ficariam assim, inclusive para Erin. 

Mark é o típico cara inteligente, que tem um futuro brilhante pela frente, mas que acha que ficará desempregado para sempre, porque só quer trabalhar se for no que ele faz. Não está disposto e nem se sujeitaria a fazer outra coisa. Como se a vida fosse bonitinha assim, né? Mas até aí tudo bem, conheço pessoas assim e está tudo bem a autora trazer isso à tona. Não posso explicar o furo no livro que tem a ver com esse detalhe. 

A autora me surpreendeu com a sua escrita. Fluida, envolvente, mas as falhas nesse livro são nítidas. Pode ser que quem não esteja habituado a ler o gênero até deixe passar batido ou aceite algumas delas. Mas, convenhamos, eu queria muito mais dessa história. E eu estava esperando muito mais do meio para o final. Parece que a autora queria tomar um rumo e no meio do caminho decidiu que faria outro. E foi. 

Pode ser que você goste? Claro que sim. É por isso que vi muita gente elogiando. Por esse fator que indico que você leia, tire as suas conclusões sobre tudo e venha conversar comigo. Combinado? Vou adorar bater um papinho sobre. Independente de gostar ou não, sempre vou respeitar a sua opinião, só quero saber qual a sua. E espero que leia e goste. 

Título: Um mar de segredos 
Autora: Catherine Steadman 
Editora: Record 
Páginas: 378 
Ano: 2020
Compre: aqui
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Postagem Naty Araújo on 22.7.20 18
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20.7.20

Livro: Ilusões e loucuras das massas


Está todo mundo louco
A história registra ao longo do anos vários atos de loucuras ou ilusões coletivas. Atos que muitas vezes tiveram até papel importante na mudança do curso da humanidade. Pensamentos e ações por parte de poucos que acabaram movimentando milhares. Isso em uma época que uma mensagem durava meses para chegar até outra pessoa.

Mas se engana quem pensa que isso era coisa que só acontecia no passado, que atos sem sentido, como as cruzadas por exemplo, não poderiam acontecer novamente. Uma grande diferença do livro de Charles Mackay é que ele não só relata esses atos que aconteceram no futuro, como também mostra que eles podem viver em um loop, acontecendo de tempos em tempos.

A edição da Faro complementa isso, fazendo um paralelo entre os casos relacionados por Mackey com casos atuais que ocorreram no Brasil ou no mundo. E para não dizer que pouco pode se repetir, os casos apresentados são os mais variados possíveis, passando de loucuras financeiras até casas assombradas.


É incrível notar como um livro escrito em 1841 continua tão atual. O livro é dividido em seis categorias, que variam entre as loucuras financeiras até acreditem ou não, a influência da política ou religião na barba ou corte de cabelo. Era capaz de você ser castigado por ter um corte que não fosse considerado adequado.

Outro ponto forte do livro é que a linguagem é totalmente acessível. Apesar de falar sobre atos medonhos da história, ele acabou optando por escolher casos mais leves, inserindo inclusive uma certa dose de humor, não muito, mas que é certamente notável. Aliás, as partes que fazem relação com a atualidade são as que deixam essa característica mais evidente. Em alguns momentos eu até ri.

A linguagem do autor felizmente não é técnica, o que deixa a leitura mais fluida. O que é bem louvável, já que dessa vez a fonte escolhida pela Faro não ajudou muito, com uma letra um pouco pequena demais. Mas a forma de Mackay passar as informações ajudaram bastante, tanto que achei que a primeira parte, apesar de tratar-se de questões financeiras, acabou sendo tranquila. A única parte que foi mediana foi o final, onde ele resolve tratar das Cruzadas. Mas isso foi mais devido ao assunto propriamente dito do que da escrita em si.

No fim, Ilusões e loucuras das massas é um bom livro para quem gosta de não ficção e que se interessa por fatos históricos curiosos. Certamente você aprenderá mais sobre história e poderá notar como ela se repete, e assim tentará aprender com os erros do passado para não reproduzi-los no futuro. Além de se divertir.



Título: Ilusões e Loucuras das Massas (exemplar cedido pela editora)
Autor: Charles Mackay
Editora: Faro Editorial
Páginas: 224
Ano: 2020 (Ano original 1841)
Compre: aqui
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Postagem Fabio Pedreira on 20.7.20 16
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18.7.20

Desvendando Scifi - Parte 2


Oi de novo! Essa semana eu volto a falar de scifi, dessa vez comentando sobre os subgêneros e indicando livros de forma mais específica. Existem muitas vertentes dentro da ficção científica (inclusive algumas que já a extrapolaram) e isso dificulta um pouco as coisas para quem não tem familiaridade com o gênero. Com esse pequeno guia você poderá identificar o que mais te agrada em outras histórias e se aventurar pela ficção cientifica. 

Distopia – Essa pode surpreender algumas pessoas, mas a distopia é uma ramificação do scifi, apesar de ter tanta visibilidade na atualidade e por esse motivo ser considerada um gênero. Como principal característica está a presença do totalitarismo, autoritarismo ou controle opressivo da sociedade, com a tecnologia servindo de instrumento para manipulação da população. A distopia costuma trazer fortes críticas sociais, refletindo o período em que o autor viveu (muitas continuam com a temática relevante atualmente, pois a sociedade tende a repetir os mesmos ciclos), além de mostrar como o sistema é corruptível. O que não falta são opções de livros no gênero: 
  • 1984 - George Orwell 
  • Admirável Mundo Novo - Aldous Huxley 
  • Fahrenheit 451 - Ray Bradbury 
  • O Conto da Aia - Margaret Atwood 
  • Laranja Mecânica - Anthony Burgess 
Space Opera – Costumam ser histórias grandiosas, com vários planetas, raças e conflitos, militares ou não. Criam criaturas e mundos exóticos, na maioria das vezes trazem bom desenvolvimento dos personagens, além da problematização de questões sociais. São histórias rápidas e dinâmicas, que muitas vezes violam as leis da física para melhorar o fluxo da narrativa, com descrições primorosas e vivas. 
  • Série Fundação - Isaac Asimov 
  • Os Despossuídos - Ursula K. Le Guin 
  • Leviatã Desperta - James S. A. Corey 
  • A Longa Viagem a um Pequeno Planeta Hostil - Becky Chambers 
Scifi Militar – Foca em conflitos militares, muitas vezes no espaço, com amplas descrições das batalhas, armamentos e táticas de guerra, além da caracterização dos personagens principais como militares (de alta ou baixa patente). A questão principal é transpor conflitos reais em batalhas espaciais e discutir sobre seus impactos na humanidade. 
  • Tropas Estelares - Robert Heinlein 
  • Guerra do Velho - John Scalzi 
  • Guerra sem Fim - Joe Hadelman 
  • O Jogo do Exterminador - Orson Scott Card 
Viagem no tempo – Apresenta a problemática em relação ao tempo, assim como as consequências de alterar o passado. Costumam ser livros de lento desenvolvimento, confrontando questões filosóficas com necessidades pessoais. 
  • Máquina do Tempo - H. G. Wells 
  • O Fim da Eternidade - Isaac Asimov 
  • Kindred - Octavia Butler 
  • O Livro do Juízo Final - Connie Willis 
Cyberpunk – Retrata uma sociedade decadente, do ponto de vista moral, com superpopulação, violência urbana e degradação ambiental, porém, com a ciência e tecnologia avançadas. Os personagens costumam ser solitários, marginalizados, vivendo vidas miseráveis em decorrência do desmembramento do sistema. Possuem teor niilista, apagando a barreira entre real e virtual, além de mostrar o conflito entre os menos favorecidos e as grandes corporações. Poucos livros do gênero são trazidos para o Brasil, mas se você quiser mais da temática existem inúmeros mangás e animes (caso seja interessante posso fazer um post sobre). 
  • Neuromancer - Willian Gibson 
  • Piratas de Dados - Bruce Sterling 
  • Androides Sonham com Ovelhas Elétricas? - Philip K. Dick 
Pós apocalíptico – Narra os acontecimentos após um colapso no sistema em decorrência de um evento impactante. Esse evento pode ser de causas naturais (para mais, leia o tópico a seguir), guerras, invasões alienígenas ou revolução tecnológica. Fala sobre o impacto na humanidade, além de mostrar como a sociedade se reorganiza após grandes catástrofes. 
  • Um Cântico para Leibowitz - Walter M. Miller Jr 
  • Eu sou a Lenda - Richard Matheson 
  • Robopocalipse - Daniel H. Wilson 
  • Despertar - Octavia Butler 
Cli-Fi (Dying Earth, Climate Fiction) – Fala sobre as mudanças climáticas e aquecimento global, não necessariamente de forma especulativa, podendo ocorrer num futuro próximo. Apesar de ser um termo recente, existem diversas histórias escritas em épocas anteriores com essa temática. As narrativas focam nas diferenças que tais eventos promovem na sociedade, sejam de caráter social, psicológico ou econômico. 
  • A Parábola do Semeador - Octavia Butler 
  • Oryx & Crake - Margaret Atwood 
  • A Quinta Estação - N. K. Jemisin 
  • Solar - Ian McEwan 
Afrofuturismo – Esse é um subgênero que extrapola a literatura e o cinema, trata-se de uma estética cultural que mistura elementos do scifi, arte africana, afrocentrismo e diáspora africana, para refletir, reexaminar e discutir eventos históricos. Conheci o gênero faz pouco tempo, por meio do perfil @blogparenteses no Instagram, por isso recomendo que as sigam para saber mais sobre o assunto. 
  • Babel-17/Empire Star - Samuel R. Delany 
  • Binti - Nnedi Okorafor 
  • A Quinta Estação - N. K. Jemisin 
Existem ainda outras vertentes dentro do gênero, mas foquei nas principais e que possuem livros traduzidos para o português. Na próxima semana darei dicas para quem quer conhecer mais e não sabe por onde começar. Até mais!
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Postagem Maiani on 18.7.20 12
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17.7.20

Livro: Longe de Casa


Sair da bolha pode ser complicado

Não é fácil sair da zona de conforto. Preferimos nos ater àquelas coisas que nos deixam confortáveis, que sabemos que irão nos dar paz e que não vai trazer nada de novo, consecutivamente, nada possivelmente difícil de lidar.

Mas vira e mexe a vida dá um jeito de fazer você ser testado. Ela sempre acha um jeito de fazer com que em algum momento você precise sair da bolha, até porque sem isso não tem crescimento. Isso dá um medo terrível, e quanto mais você se afasta da sua zona de conforto, mais amedrontadora a situação fica.

É isso que a HQ Longe de Casa vai relatar. Ela vai falar sobre os medos que você pode encarar quando está fora de casa. Tudo isso em várias histórias diferentes. São 15 para ser mais específico, e isso feito por 17 artistas. Com isso, dá para ter noção da variedade não só das histórias como também dos traços contidos na obra.


Cada uma delas tem um traço diferente, variando do mais cartunesco ao estilo mangá. Tem histórias que parecem saídas de algum filme da Pixar, alguma animação japonesa ou até mesmo daquelas charges irônicas que vemos no Instagram e jornais (como O Capirotinho, Dona Anésia e etc). Sinceramente, acho que não tem nenhuma que eu não tenha gostado do desenho.

As histórias também são bem variadas. Cada uma delas varia em seu grau de terror, mas nenhuma delas chega a ser de fato aterrorizante. Tem até uma em específico que chega até a ser engraçada devido ao traço dos desenhos com um cabeção parecendo boneco Funko. Mas o bom é que todas elas trazem uma mensagem.

Inclusive, as mensagens que cada história deseja passar são tanto o ponto forte como o ponto fraco da HQ. A maioria das histórias trazem mensagens relevantes, como desigualdade social, violência, abandono de menor, o retorno ao lar e descobrir que ele não é mais o mesmo, etc. Enfim, são vários relatos e muitos deles muito bem explicados em poucas páginas. Mesmo que não sejam mensagens claras, sendo todas passadas em forma de metáforas, elas em sua maioria são fáceis de entender.


Só que o ponto fraco é que tem algumas que sinceramente não consegui entender qual era o objetivo por trás. Fiquei pensando no que o autor queria mostrar ali e não identifiquei. Mas pelo menos são poucos os casos em que isso acontece e sendo assim, no fim o saldo é positivo.

Por isso, recomendo essa HQ da Diário Macabro. Um trabalho muito bom e divertido, com traços lindos, que você consegue ler em um dia facilmente.


Título: Longe de Casa
Autores: Vários
Editora: Diário Macabro
Páginas: 284
Ano: 2019
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Postagem Fabio Pedreira on 17.7.20 22
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Diário Macabro, Fábio, HQ, Livros, Nacional, Resenhas, Terror
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16.7.20

Sessão da TARDIS: Eu Nunca...


"Eu nunca" achei que a série "Eu Nunca..." fosse tão legal!

A série “Never Have I Ever” (“Eu Nunca...” como foi traduzida aqui no Brasil) é o que chamamos de “drama adolescente” com uma boa pitada de humor. É original Netflix, criada por Mindy Kaling e Lang Fisher, tendo a primeira temporada disponibilizada no catálogo em 27 de Abril de 2020. A classificação indicativa é +14. 

A personagem principal, Devi Vishwakumar, junto com suas duas melhores amigas, querem se descobrir no ensino médio e têm a ideia inusitada de que serão populares se tiverem namorados. Então, bora à caça aos crushes! Devi, que narra sua história para a gente com um humor único, é uma jovem de origem indiana que passa a morar nos EUA com seus pais desde o início de sua infância. Ao longo da história, fica nítido a forma como a personagem mascara o turbilhão de sentimentos conflitantes acerca da perda precoce e inesperada do pai, bem como inúmeras questões sobre sua autoestima e demais anseios que serão mostrados no decorrer de cada episódio, com seu jeito descontraído, espontâneo, e, mais uma vez, bem humorado, criando uma montanha russa de sensações – inclusive ao telespectador. 

A série tinha tudo para ser mais uma trama comum de entretenimento voltado para o público adolescente, mas... deixa eu fazer uma perguntinha aqui: sabe aquele ditado “nunca julgues um livro pela capa”? Pois bem, seria bastante deselegante julgar a série “Eu Nunca...” apenas por essa primeira impressão que ela nos dá. Apenas se permitam assistir os 10 episódios de aproximadamente 20 minutos, ou ao menos dar play no 1° só para ver como é, e quando menos esperar, já vai estar no último e completamente imerso pelas muitas camadas que essa série possui além de uma trama – relativamente – clichê. 

A protagonista, assim como muitas adolescentes nessa fase, se encontra confusa e perdida procurando “válvulas de escape” para fugir dos seus problemas e de alguns traumas familiares recentes. Com a ideia “genial” do seu plano infalível para ganhar, junto com suas amigas, popularidade na escola, surge uma paixão repentina pelo garoto atleta, popular, e mais gato da escola: Paxton Hall Yoshida. Mas Devi, por mais que seja uma personagem que muitas garotas podem se identificar com seus anseios, também não é tratada na série como uma “fada sem defeitos”. Ela também erra, e muito. 

Sua paixão repentina por Paxton desvia total sua atenção das pessoas ao redor, e, muitas vezes, Devi até diz que “seu problema é maior do que o delas”, sendo esta, uma atitude deveras egoísta. As melhores amigas da personagem são Eleanor, que possui vocação para o teatro e busca superar a falta que sua mãe faz em sua vida após ser deixada por ela, ainda criança, para seguir sua carreira independente de atriz; e Fabiola, uma jovem gênio da tecnologia que começa a questionar a sua sexualidade e não sabe muito bem como lidar com isso. As três, apesar de hora ou outra estarem em conflito, possuem uma personalidade forte e se veem na mesma posição de querer evitar falar sobre seus problemas. 

“Eu Nunca...”, apesar do pouco tempo em tela, promete – e cumpre – a exposição de temas importantíssimos a se passar, principalmente para o público adolescente. Outro fator super interessante é a diversidade de culturas, abstraindo aquela atmosfera “EUA – Inglaterra” mega comum na maioria dos filmes e seriados, e dando destaque para a cultura indiana, além de muitos outros tópicos de representatividade que a série aborda. 

Apenas se deixem levar por essa história super gostosinha de maratonar e, de quebra, ainda querer que muitos dos personagens ali sejam seus amigos – e talvez passar raiva com outros também. A Netflix anunciou no Twitter recentemente que “Eu Nunca...” foi renovada para a segunda temporada, ainda sem previsão de lançamento.

Criadores: Mindy Kalling e Lang Fisher
País de origem: EUA
Distribuição: Netflix
Temporadas: 1 até o momento
Sessão da TARDIS. O título faz referência à “TARDIS”, cabine telefônica e nave do Doutor na série Doctor Who. Nada mais justo do que uma junção de uma série clássica e aclamadíssima para nossas tardes aqui indicando séries que gostamos, não é mesmo?!
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Postagem Luana Gobbo on 16.7.20 12
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15.7.20

Livro: Eleanor & Park


Você já experimentou aquele primeiro amor, de torcer o coração, espremer a alma? Aquele que esmaga o ar pelos pulmões e você não pode nem ficar separada da pessoa amada que já lhe dói o coração? Bom, este livro vai te dar um belo “tapa na cara” em relação a tudo.

Neste romance, aprendemos a história de dois passarinhos estranhos. Eleanor, dos cabelos ruivos vibrantes, cor de fogo, que se veste desajeitadamente, com roupas largas. Aquela garota que todos zombam por ser diferente e por estar acima do peso, mas NINGUÉM sabe o que ela passa quando está em sua casa. E Park, um garoto estranho, silencioso, asiático, que só quer ficar sozinho para fazer suas próprias coisas. Dois pequenos desajustados, que lentamente se conhecem durante a viagem de ônibus para a escola. De um insulto de saudação irritado até um amor incondicional incompreensível, eles criam um laço forte e intenso.

Eu tenho que dizer que amo esse livro. É minha segunda vez lendo depois de tanto tempo, e meus sentimentos não mudaram. Amo o calor e a vibração que a narrativa traz, a mágoa e a dor, o humor, a maldade, a feiura, a beleza, o choro, o riso, o sarcasmo...é um turbilhão de emoções que te envolvem em um abraço bem apertado e te acolhe, mas também, te machuca. É uma das melhores coisas que eu já li e se você tiver sentimentos, precisa ler este livro. Eleanor e Park estão definitivamente na minha lista de casais favoritos e acho que nunca vou superar esse livro incrível ou a inundação de emoções que me varre ao falar sobre ele.

Um belo romance YA (Young Adults) best-seller. Uma aposta bastante segura para quem gosta do gênero Jovens-Adultos. Muitos belos momentos agradáveis ​​para lembrar, e alguns trechos muito engraçados também, com um humor sarcástico especial – que eu particularmente, amo. Uma trama que traz a lembrança da juventude e o milagre daquele primeiro amor, e todos os medos e emoções que ele carrega. Embora seja moderadamente curto, digo que é altamente recomendável.


A história foi escrita com habilidade e cada capítulo foi igualmente maravilhoso. Cada palavra da autora Rainbow Rowell é como mágica e a história, linda, além da compreensão. Os personagens são quase tudo de bom neste mundo amontoado, dois seres humanos que se encaixam como peças de um quebra-cabeça. Mas como esse livro é essencialmente uma história de amor, não se pode esperar muito além dos termos de drama familiar, drama de adolescentes no ensino médio e tantos outros sentimentos que não são nada românticos por natureza.

Eleanor e Park têm vidas fundamentalmente muito diferentes, e ver suas histórias individuais colidirem nessa impressionante explosão não foi nada além de agitado. À primeira vista, suas personalidades são tão diferentes e sua educação, tão variada, e mesmo assim, você continua lendo e começa a ver essas pequenas semelhanças na maneira como pensam e que suas diferentes personalidades servem apenas para enfatizar o quão bem combinadas elas são.

Eu amo que Rainbow Rowell não tenha tentado escrever uma história de amor que fosse muito suave ou muito complicada. Ela encontrou a combinação perfeita dos dois e pousou em algum lugar no meio. Ela não encobriu os mal-entendidos e o constrangimento. Nem as dúvidas ou as repercussões. -Mas ela não se demorou neles por muito tempo também. - Ela criou dois dos melhores personagens do mundo e os deixou cantar em um mundo de dificuldades e decepções, mas que ainda lhes permitia encontrar o amor. É uma história de amizade, intimidações, dor, medo, amor, necessidade e conforto tingidos com um pouco de histeria.

Depois que terminei de ler o livro – mais uma vez -, pensei em como a história é direta e complexa em todos os aspectos que realmente importam. Você olha para trás e vê a história de amor mais fofa da vida de duas almas incríveis em um mundo que talvez nunca as apoie de verdade. Pessoalmente, olho para trás e me pergunto como sobrevivi a algo tão maravilhoso. Então, se você não estiver entre as trezentas mil pessoas que leram esse livro até agora, não hesite e corre ler.

Quotes:
“Segurar a mão de Eleanor era como segurar uma borboleta. Ou as batidas do coração. Como segurar algo completo, e completamente vivo.”

“Ela só vinha quando queria mesmo, em sonhos, mentiras e dejá-vus fragmentados.”


Título: Eleanor & Park (edição cedida pela editora)
Autor: Rainbow Rowell 
Tradutor: Ligia Azevedo 
Editora: Seguinte
Páginas: 360
Ano: 2020
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Postagem Giovanna Prates on 15.7.20 11
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Cia das letras, Companhia das Letras, Giovanna, Livros, Rainbow Rowell, Resenhas, Romance, Seguinte, Young Adult
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